tag:blogger.com,1999:blog-11363610735785996972024-03-21T13:18:04.346+00:00Lisboa BikeAventuras de um ciclista na terra dos popósBessahttp://www.blogger.com/profile/01544628827577680231noreply@blogger.comBlogger234125tag:blogger.com,1999:blog-1136361073578599697.post-78363389209016484972021-10-19T00:22:00.001+01:002021-10-19T00:22:53.677+01:00Triban RC520 Gravel - Uma Review<p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhsdMj37dPqQbuat9s2uPaFcUm8KT7Kg7PyHZ6Lf80dAJ8l1wyxNuM2-Y6CYDFnKo_zicNqL9gnlir2nF4y-iC42L2TmuQ5nfBCG2tRfyXGcbTLJNX0BU53UgKU_XYKZTLySH3cpXonC8/" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" data-original-height="768" data-original-width="1024" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhsdMj37dPqQbuat9s2uPaFcUm8KT7Kg7PyHZ6Lf80dAJ8l1wyxNuM2-Y6CYDFnKo_zicNqL9gnlir2nF4y-iC42L2TmuQ5nfBCG2tRfyXGcbTLJNX0BU53UgKU_XYKZTLySH3cpXonC8/w400-h300/A2EB56F4-7FA4-40C8-AB13-4D9E22B0DDF8_1_105_c.jpeg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A Triban no Gerês </td></tr></tbody></table><br /><p></p><p style="text-align: justify;">Comprei a minha Triban quase por impulso, em Novembro de 2019, quando em casa moravam já outras duas bicicletas de estrada. Estes modelos eram algo peculiares: uma Surly Long Haul Trucker, a bicicleta mais confortável em que já rolei, e uma velhinha <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaRzAbgE5dCp-SlxW9_21eOFnzDPVgwBNnvqyMrKPSgA-cIKmlDfg_3kEd9VK3dob2eKGrSfFC_DqKujqAtRJLO7oh59HbkT4e9yvraEf4FuTO2QhgY_eITLFYZoJAujom2Uq63uU_Mjw/s1600/_MG_9735.jpg" target="_blank">Raleigh inglesa</a> dos anos oitenta, que eu usava sobretudo para fins utilitários.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqT0qrOPe9ltpIc2rOYi_S5e-Rmi6JKt2UomI-xwmymVyVYOrbM8LGeWhHp88kBfZuq1PpZhKXn4w4vch0K6wClWedldBWuHmoD5-zT102uo7dHpAJO5cI7mNDV9XrFchRY5MGpgBxE_o/s3264/IMG_9246.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3264" data-original-width="2448" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqT0qrOPe9ltpIc2rOYi_S5e-Rmi6JKt2UomI-xwmymVyVYOrbM8LGeWhHp88kBfZuq1PpZhKXn4w4vch0K6wClWedldBWuHmoD5-zT102uo7dHpAJO5cI7mNDV9XrFchRY5MGpgBxE_o/w300-h400/IMG_9246.JPG" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A minha antiga Surly </td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">O que eu procurava, já há algum tempo, era um modelo que permitisse substituir todas as outras bicicletas (as duas já citadas e <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglzk1SMaon3HmlrIzHaIUYPgHaW3DZOdakhTWvS-ANkaOuHk3wCstw42xDJFy5lujIhyj7Eyr7xwLiVVUz8Lxp127JoM8I7gTzcfJyDeOq7i3RLvvZv8gsodg5FWv35AllG1zFvNoEOQw/s1600/Kona+em+Caminha.jpg" target="_blank">uma BTT</a>). A elusiva bicicleta única, que fosse capaz de fazer estrada a sério, viagens de longa distância, com carga, BTT em eventos e passeios, uso utilitário, e tudo o mais que se me ocorresse. E que fizesse tudo isto com alguma competitividade, que me permitisse participar ocasionalmente em eventos. Bem sei que não é pedir pouco, para mais de um modelo "económico". </p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtdMPx_-6KocnwPHFc-ocCFD6gc7lbqxuh-II7V4iue1dAAnHPK3MmuJyJuHFyeKihJTN5e8pxL-vWiUqyqEdEvN6ERnZfb4WrJyplO7AmbNmgXt021dq_e4WoFKjLF2GMWKX6t4t5jg4/" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" data-original-height="768" data-original-width="1024" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtdMPx_-6KocnwPHFc-ocCFD6gc7lbqxuh-II7V4iue1dAAnHPK3MmuJyJuHFyeKihJTN5e8pxL-vWiUqyqEdEvN6ERnZfb4WrJyplO7AmbNmgXt021dq_e4WoFKjLF2GMWKX6t4t5jg4/w400-h300/2BB88C99-22B5-41FB-9376-EA7476AE9B84_1_105_c.jpeg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A Triban com todos os componentes de origem</td></tr></tbody></table><p></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">A escolha da Triban foi motivada, se for sincero, sobretudo pelo preço aliciante, tendo em conta tudo o que oferecia. Mas pareceu-me na altura uma solução de compromisso, já que eu considerava que a Decathlon tinha sido um pouco preguiçosa e simplesmente mudado o nome e a pintura a um dos seus quadros de estrada. Era apenas uma estratégia para a marca ter um producto que lhe permitisse concorrer no mercado na área então muito na moda, o "Gravel".</p><p style="text-align: justify;">Bom, isso não deixa de ser um facto: trata-se de uma bicicleta de estrada, com algumas alterações, mas eu estava enganado. Para mim esta escolha veio a revelar-se extremamente acertada, e embora a bicicleta tenha certamente limitações, é difícil para mim ver alternativas viáveis neste momento. Vamos ver o que está em causa. (Nota: não tenho nenhuma ligação com a Decathlon e estas opiniões são minhas apenas).</p><p style="text-align: justify;"><b>Quadro</b>: Para mim carbono estava fora de questão, por causa do uso para viagens longas em autonomia e o uso de bolsas de <i>bikepacking</i>. Os danos por atrito dos sacos ou numa queda são um risco demasiado grande. Aço e Titânio são materiais interessantes e esteticamente mais apelativos, mas mais caros e também pesados. Por isso alumínio acaba por ser uma boa escolha. O peso neste caso é apenas aceitável (os números <a href="https://www.decathlon.pt/p/bicicleta-gravel-triban-rc520-gravel-caqui-shimano-105/_/R-p-337677?mc=8733355" target="_blank">estão no site</a>). A surpresa veio da geometria. Eu tinha estudado a tabela e sabia que o quadro é exactamente o mesmo da gama de estrada. Portanto trata-se de um quadro "barato" de <i>Endurance</i>, com uma testa alta e uma posição pouco agressiva. Isso é ideal para longas distâncias e muitas horas no selim, e a geometria veio a revelar-se muito adequada para a minha fisionomia, depois de alguns ajustes. Eu não tenho muita flexibilidade natural e a minha postura não é muito agressiva. A bicicleta é muito estável em qualquer circunstância, mas mantém a capacidade de reacção e aceleração de uma bicicleta de estrada, que uma bicicleta de viagem (<i>touring</i>) não tem. E fora de estrada só em BTT mais sério perde a compostura, como seria inevitável. </p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHs8UsDfwzRCvMghfarL46zFBZLj6znT6OJ5XCsAUaa03UHgperIgHFextuPiVwHHNuQaOOeMx_6vUn683u0TCFH0h25t4Ppxx8i1uBqyuY91rqD7Gm3ndow3B27og6wg1DssbnYW9VH0/s4608/IMG_20200619_191846.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="3456" data-original-width="4608" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHs8UsDfwzRCvMghfarL46zFBZLj6znT6OJ5XCsAUaa03UHgperIgHFextuPiVwHHNuQaOOeMx_6vUn683u0TCFH0h25t4Ppxx8i1uBqyuY91rqD7Gm3ndow3B27og6wg1DssbnYW9VH0/w400-h300/IMG_20200619_191846.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cassete, corrente e pedaleiro alterados</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"></p><br /><p></p><p style="text-align: justify;"><b>Grupo</b>: A Triban vinha com um grupo Shimano 105 R7000 quase completo. Apenas a pedaleira era uma Shimano compacta de 11 velocidades, mas sem grupo, um pouco mais pesada que a 105 equivalente. Aqui eu achava que era mais uma das situações em que a Decathlon tinha feito a coisa mal, a cassete 11-32 (não Shimano) era demasiado pequena, e pensava na altura que a bicicleta deveria vir com um pedaleiro sub-compacto e talvez com um grupo GRX. A verdade é que esta mania da super-especialização dos componentes é muitas vezes exagerada. A transmissão não se desfaz se apanhar poeira por ser um grupo de estrada. O desviador Shimano 105 não é muito diferente de um Deore, as correntes e cassetes são aliás idênticas em vários grupos de estrada e BTT da Shimano, pelo que o desempenho fora de estrada não compromete. Já as relações de transmissão são claramente mais pensadas para o asfalto. Para rolar com peso extra e/ou fora de estrada (como sucede em bikepacking), optei por colocar uma pedaleira Miche 46-30 e uma cassete Shimano 105 maior, 11-34. Mesmo assim, eu agora reconheço que para um uso maioritariamente de estrada, a bicicleta vinha com um bom mix de peças. De tal forma que recentemente voltei a usar a cassete de 32 dentes original, para beneficiar de relações mais próximas entre si. </p><p style="text-align: justify;"> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZip6gmTMWD-5_R00zJ6JpCYtnjMkhRuOKvFCZOl_1XXFiBrBo7_DIDaGleeVeia7EXIt67t_EFtcN4bIvSfZITqCUZXlayP0jexwa4tg_bynuN27M5Lp5Ptd_Wr-9xbObsCyP787L4rs/s4608/IMG_20200602_162405.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="3456" data-original-width="4608" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZip6gmTMWD-5_R00zJ6JpCYtnjMkhRuOKvFCZOl_1XXFiBrBo7_DIDaGleeVeia7EXIt67t_EFtcN4bIvSfZITqCUZXlayP0jexwa4tg_bynuN27M5Lp5Ptd_Wr-9xbObsCyP787L4rs/w400-h300/IMG_20200602_162405.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Os travões facilmente se ressentem com o pó</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"></p><br /><p></p><p style="text-align: justify;"><b>Travões</b>: Os travões TRP mecânico-hidráulicos permitem casar um grupo totalmente mecânico, mais barato, nestes caso os <i>shifters</i> Shimano 105 R7000, com o modulação e sensações de um travão hidráulico. E a verdade é que funciona. Esteticamente é uma desgraça, mas funciona. Eu travo só com um dedo a maior parte das vezes. E a sensação de controlo é sempre boa. Há que notar contudo que estes travões estão mais à vontade em estrada, basta um pouco de pó para começar a haver vibrações e perdas de potência na travagem, quando em uso em gravilha ou terra. E só depois de uma limpeza cuidadosa é possível voltar a ter uma boa performance. </p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjF7qHk2hYiDbNJSF-X7WYdTImhcAbSeVUqtL-k-vkRK9dnZA6uwZhiM2Z_DYTuWqwXXm8IAvbQHlRDKhUBTtUyGrPLO2LGYkiWyaBTrLpzLfiHFfGrf_LTZ4a0RoV3xjwdhtvdr-F5YSs/" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" data-original-height="768" data-original-width="1024" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjF7qHk2hYiDbNJSF-X7WYdTImhcAbSeVUqtL-k-vkRK9dnZA6uwZhiM2Z_DYTuWqwXXm8IAvbQHlRDKhUBTtUyGrPLO2LGYkiWyaBTrLpzLfiHFfGrf_LTZ4a0RoV3xjwdhtvdr-F5YSs/" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Guiador 44, mais estreito</td></tr></tbody></table><p></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"><b>Periféricos</b>: Não posso falar muito destas coisas, porque foi quase tudo substituído rapidamente. O guiador era demasiado largo, o meu quadro XL vinha com guiador de 46cm, com um desenho de <i>drops</i> com que eu não me identifiquei. Troquei por um simples FSA de gravel, abertura a 12º, de tamanho 44. Apesar de mais pequeno ainda permitia o uso de sacos de <i>bikepaking</i>. O avanço de 120cm foi trocado por um de 80, para afinar a posição na bicicleta. Muitas bicicletas de <i>gravel</i> modernas são desenhadas para avanços curtos, e neste caso a adaptação foi natural. Sim, ao princípio eu também achei que era muito curto, mas fez maravilhas pela postura e pelo controlo da bicicleta. Mudei também o selim, por outro muito semelhante, e o espigão do selim, por estética e peso. </p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEix8vR0kY81j8sPURXyhKuY3P7U-Ji46dvW9jFxsXsZ-LlGczPJfgDheBvIf_tortoQHnzXTQjtwi8GbUtlIEMO4uhxvZgfjH6M2b0BOHG8edVMX6IzDqFxEttyB2pYxmPJ9EdyGTCrQFc/s4137/IMG_20200609_144357__01.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="3103" data-original-width="4137" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEix8vR0kY81j8sPURXyhKuY3P7U-Ji46dvW9jFxsXsZ-LlGczPJfgDheBvIf_tortoQHnzXTQjtwi8GbUtlIEMO4uhxvZgfjH6M2b0BOHG8edVMX6IzDqFxEttyB2pYxmPJ9EdyGTCrQFc/w400-h300/IMG_20200609_144357__01.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">No Porto!</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"></p><br /><p></p><p style="text-align: justify;"><b>Rodas & Pneus</b>: Usei pouco as rodas. Eram robustas e não deram problemas, lembro-me que os cubos pareciam bastante bons para esta gama de preços. Foram trocadas por umas DT Swiss, para perder umas gramas. Os pneus Hutchinson Overide de 35mm são excelentes. Têm uma aderência teimosa e salvaram-me o pelo em mais de uma ocasião. Permitem aventuras fora de estrada que a sua diminuta largura não deixa prever. E em estrada rolam muito bem. Há melhor e mais leve (e mais caro), mas não muito. Quando comprei a bicicleta achei que os pneus eram mais um compromisso, agora acho que são um excelente compromisso! Actualmente monto pneus de 38mm, a marca só recomenda até 36, mas a verdade é que cabem 40mm se fizer falta. Mas penso voltar aos 35mm quando surgir a oportunidade, julgo que é o melhor equilíbrio estrada-<i>gravel</i> e a marca voltou a acertar neste aspecto. </p><p style="text-align: justify;">Dois anos depois, dois Tróia-Sagres, uma volta a Portugal de várias semanas em autonomia, uma viagem a Madrid, o caminho de Fátima, uma subida à serra da Estrela, e muitas aventuras mais pequenas pelo meio depois, a Triban provou que não é só um modelo barato feito à pressa para seduzir os adeptos da "moda" do gravel. Não se deixem enganar pelas soldaduras mais abrutalhadas, nem pela palavra "Decathlon" na testa do quadro, a bicicleta foi bem pensada, o desempenho nunca compromete e tem alma para tudo o que se propuserem fazer com ela. </p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6HhyphenhyphenZUv4YaEnKd7I38GbAi227VhYTIhM_JscE7P78lU8r4Kc84S4k59YeeF6JcOjN_lBo0iYDpmT03xR-61WarwsI0UBEPwVtEnubQ46Gq8kTcfFn55-Gd01DeYYubDZxKEwoyPFNV0I/" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6HhyphenhyphenZUv4YaEnKd7I38GbAi227VhYTIhM_JscE7P78lU8r4Kc84S4k59YeeF6JcOjN_lBo0iYDpmT03xR-61WarwsI0UBEPwVtEnubQ46Gq8kTcfFn55-Gd01DeYYubDZxKEwoyPFNV0I/w400-h300/IMG_3724.JPG" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Set-up recente, na Serra da Estrela</td></tr></tbody></table><br /><br /><p></p><p style="text-align: justify;">O facto de custar menos um terço ou metade dos modelos da concorrência também não é propriamente mau. Actualmente há vários modelos e cores disponíveis, baseados no mesmo quadro, que, consta, é fabricado em Portugal (o meu, especificamente, diz "made in France"). É possível também comprar um dos modelos de estrada da <a href="https://www.decathlon.pt/p/bicicleta-de-estrada-triban-rc520-travao-de-disco/_/R-p-301734?mc=8502389&c=AZUL" target="_blank">gama 520</a> e depois adaptar a um uso mais polivalente, já que o quadro é idêntico, mudando a pintura e a selecção de componentes. </p><p style="text-align: justify;">Não tenho actualmente nenhuma outra bicicleta, nem sinto falta de nada. Sei que não é solução para toda a gente, o meu uso tem sido muito lúdico e mais estradista, ultimamente. Mas é inegável que esta proposta <i>low-cost </i>permite acceder a um inesgotável mundo de aventuras, cujos limites não serão impostos pela bicicleta.</p>Bessahttp://www.blogger.com/profile/01544628827577680231noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1136361073578599697.post-24638592419080430372021-10-07T21:03:00.002+01:002021-10-07T21:32:35.796+01:00Crónicas do Queijo da Serra: a Montanha<div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxjpZRspspRKxf6g-5i7S49vFmVO39SXzv38se4-ADbawF1Dc0mVeP0lBEQ5haY5BEC2eZodE9EkDd7zdvKnW_vUnQuZtcft6ty3Kgc2mbxiySfKM1mEt1df_DxNjSQQxflokOY-Tj8Os/s2048/IMG_3797.JPG" style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxjpZRspspRKxf6g-5i7S49vFmVO39SXzv38se4-ADbawF1Dc0mVeP0lBEQ5haY5BEC2eZodE9EkDd7zdvKnW_vUnQuZtcft6ty3Kgc2mbxiySfKM1mEt1df_DxNjSQQxflokOY-Tj8Os/w400-h300/IMG_3797.JPG" width="400" /></a></div><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">Está escuro e silencioso. E um pouco fresco. Os meus movimentos estão limitados por umas paredes de material sintético e o que parece ser um cobertor muito apertado... Preciso de alguns segundos para recordar onde estou: na minha tenda pouco maior que um sarcófogo, no parque de campismo do Fundão. É a madrugada do quarto dia de viagem à Serra da Estrela, o dia da subida à Torre. </p><p style="text-align: justify;">São quatro da manhã, e embora eu sinta que já descansei o suficiente, não há luz ainda e não posso fazer nada senão esperar. Isto dá-me a ideia de pegar no telemóvel e procurar alojamento. Embora esteja a aguentar bem o frio daquela noite, continuo sem confiança de conseguir suportar a próxima dormida a 1500m, no local previsto, o <a href="https://www.visitmanteigas.pt/descobrir/covao-dametade/" rel="nofollow">Covão d'Ametade</a>. Rapidamente faço uma reserva para a <a href="https://pousadasjuventude.pt/pt/pousadas/pousada-da-serra-da-estrela/" target="_blank">pousada da juventude da Serra da Estrela</a> e nem posso acreditar na minha sorte. Nas semanas anteriores o local aparecia sempre sem vagas. Sinto que me foi retirado o um enorme peso de encima, agora posso concentrar-me apenas na subida. E assim me deixo voltar a cair num sono tranquilo.</p><p style="text-align: justify;">Quando volto a acordar são nove e meia: um desastre! Sei que a manhã está perdida, só levantar o acampamento requer cerca de uma hora. Mas sigo os passos habituais, tão depressa quanto consigo, não há alternativa. Trato da higiene pessoal, recupero a roupa de ciclismo que estava estendida, desmonto a tenda e arrumo tudo nos sacos, preparo os bidons com água do parque e pó para bebida isotónica que carrego desde casa. Aproveito também para olear a corrente e dar uma lavagem rápida na bicicleta.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDo-W04V8z-95lfjbJ5mQPrknG_m0jMrs7leI1Pp2rjU58X5p48PxvgRHTspbvOU8Qsir5kz3fN8XDZeqvkUlxPJ9lL5XlhWDMhYxc4Jgs5WBSvvpOl-1UW8QAUJZpnnkhnJha_bB24eo/s2048/IMG_3712.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDo-W04V8z-95lfjbJ5mQPrknG_m0jMrs7leI1Pp2rjU58X5p48PxvgRHTspbvOU8Qsir5kz3fN8XDZeqvkUlxPJ9lL5XlhWDMhYxc4Jgs5WBSvvpOl-1UW8QAUJZpnnkhnJha_bB24eo/w400-h300/IMG_3712.JPG" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Para cima!<br /></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">Rolo para fora do parque de campismo depois das dez e meia, e ainda tenho que ir procurar pequeno almoço no Fundão, porque no parque fui avisado que não haveria. Ao pretender entrar no primeiro café que encontrei, descubro que não tenho máscara. É grave, porque vou precisar dela mais vezes. Em viagem, é preciso ter as coisas bem arrumadas, nos sacos, para não haver surpresas e uma pessoa poder concentrar-se na pilotagem. E a perda de itens imprescindíveis paga-se caro. Por exemplo, sem telemóvel, ou GPS, ou a carteira, acabou-se a viagem. A situação não é assim tão grave, mas sinto que estou de alguma forma a perder o controle. É Domingo, está tudo fechado. A tentar localizar uma farmácia de serviço, deixo cair o telemóvel no asfalto, com certa violência. Ele sobrevive e eu faço um esforço por me acalmar. Devo conseguir encontrar uma máscara nalgum lado. </p><p style="text-align: justify;">E de facto encontrei, mas foi preciso ir a uma loja "do chinês", do outro lado da cidade, e comprar um pacote de 50 máscaras. Regresso ao café e descubro que o padrão de comida em doses para criança, do dia anterior, se mantêm: a torrada que me chega é minúscula e daquele pão que só tem ar. Olho à minha volta e constato que ninguém está a comer. Os outros clientes estão quase todos a beber vinho, cerveja e coisas mais fortes. Ainda não é meio dia. No parque, o responsável também parecia um grande entusiasta da cerveja. Acho que o Fundão merece outra visita, mas se me perguntarem agora o que se faz no Fundão, eu diria que é beber. Beber e andar em excesso de velocidade em carros do <i>Tuning</i>.</p><p style="text-align: justify;"> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0P1cV1MISthuPFyfN490qXN5zHgt-EXw-dVDOsKMNiAsFf-jLYLVYrTGy-nvl6ZOoV1XGpDe2Efze11Ad1RuRlQ_FHZWs4LPAbTmeMPSENY-QyifLxPPOHaMutixStRzT73hZUAP600k/s2048/IMG_3694.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0P1cV1MISthuPFyfN490qXN5zHgt-EXw-dVDOsKMNiAsFf-jLYLVYrTGy-nvl6ZOoV1XGpDe2Efze11Ad1RuRlQ_FHZWs4LPAbTmeMPSENY-QyifLxPPOHaMutixStRzT73hZUAP600k/w400-h300/IMG_3694.JPG" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Uns metros acima de Unhais da Serra</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">Não posso lidar com mais atrasos e, mal comido, faço o meu caminho para fora da cidade. A ideia é atacar a serra pelo Sul. A estrada não tem muito trânsito e até é rolante. Lá há uma subida ou outra, mas o percurso inicial parece muito pacífico. Eu sei que ainda vou ter muito que subir, mas agrada-me ver os quilómetros a passar sem grande esforço. Mas depois chegamos a <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Unhais_da_Serra" target="_blank">Unhais da Serra</a>. E o GPS envia-me por uma encosta com uma inclinação absurda, onde vou apanhar a estrada que verdadeiramente sobe para a Serra. A partir deste momento, nunca mais paro de subir.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqSLhIbKRGGvCriSLxX5pTFaHlQLB9A5N9Yg1-fFNX5L94F37mshvUa3B09IAAkOfK5sgoZPY9Tg8GXM5C87KRP8Axe8WhBh88aHNBcvWpQklWkqSYKPBP9u4zTO2DbDFiyCCaBzAoAHU/s2048/IMG_3719.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqSLhIbKRGGvCriSLxX5pTFaHlQLB9A5N9Yg1-fFNX5L94F37mshvUa3B09IAAkOfK5sgoZPY9Tg8GXM5C87KRP8Axe8WhBh88aHNBcvWpQklWkqSYKPBP9u4zTO2DbDFiyCCaBzAoAHU/w400-h300/IMG_3719.JPG" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Um pouco de <i>gravel</i></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">Eu tenho uma pedaleira sub-compacta e uma cassete enorme (30-46 e 11-34) e não tenho medo de usar todas as mudanças. Mas mesmo recorrendo a uma combinação 30-34, que eu raramente uso, a estrada só podia ser enfrentada subindo aos zigue-zagues, para combater a inclinação. A velocidade era penosamente baixa, muitas vezes um dígito apenas, e o Sol brilhava agora com toda a força sobre as escarpas desnudas da serra. Eu estava vestido para atacar a montanha de manhã e naquela hora de almoço tinha a roupa errada, o estômago vazio e demasiado peso na bicicleta para o que estava a fazer. Um grupo de ciclistas de estrada passou a descer e pude constatar um certo ar de pena com que me contemplaram. Mais à frente rebentei, não conseguia respirar, e tive mesmo de empurrar a bicicleta.</p><p style="text-align: justify;"> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEia6ZY4cwL_WrqS4d0GVuWl3BTDdAQ8LIDpYY7uqzQu30XSAbhnR1tPDS-YE8WDic6tg5usX1B1LkxMGT1kh9qTsSZcjQ-HuXvJK29vJ3EUsYMiTSSJdtjoNaFI7mZpWHOvuqyBGzkbkdk/s2048/IMG_3724.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEia6ZY4cwL_WrqS4d0GVuWl3BTDdAQ8LIDpYY7uqzQu30XSAbhnR1tPDS-YE8WDic6tg5usX1B1LkxMGT1kh9qTsSZcjQ-HuXvJK29vJ3EUsYMiTSSJdtjoNaFI7mZpWHOvuqyBGzkbkdk/w400-h300/IMG_3724.JPG" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Paragem para almoço. Reparem na mudança selecionada</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">Mesmo apeado, nunca deixei de caminhar, todos os metros contavam. Aproveitei um pouco de sombra para me restabelecer e voltar a montar a bicicleta. As vistas eram espetaculares, mas também intimidantes, já que permitiam antever o muito que ainda estava para vir. O plano inicial era almoçar na Torre, mas isso estava agora claramente fora de questão. Por isso decidi parar para comer, saindo do Sol por um bocado. Aproveitei uma casa abandonada, junto ao local onde a subida passa a ser de gravilha, e cozinhei um almoço com o fogareiro, provavelmente de forma ilegal, pois duvido que seja permitido fazer fogo no <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_Natural_da_Serra_da_Estrela" target="_blank">Parque Natural.</a> </p><p style="text-align: justify;">Acabei a refeição de massas desidratadas com um belo café e fiz um ponto da minha situação. Tinha pouca comida, também já pouca água, não podia aliviar peso e ainda faltava muito para a Torre. Eu queria chegar antes do frio que vem com o Sol baixo, e também queria ter a certeza de estar na pousada antes de escurecer. Tudo parecia perfeitamente possível a velocidades de bicicleta, mas muito duvidoso se tivesse que andar. Como de costume, a solução era parar de pensar nas dificuldades e fazer o que tinha de ser feito: continuar a subir!</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNqtzMaJvIEDe1BXcM27CWi86yz7sUrRXLLpwpVaCMBrnsYqg76vmgwVrh1lUTxk5xaBkgDm6qDLMWv8fXQCYllen3jI6cd7821ATqcVgcbYZYvD7KoMISjRUrakVk62C-6f029BtxCqU/s2048/IMG_3726.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNqtzMaJvIEDe1BXcM27CWi86yz7sUrRXLLpwpVaCMBrnsYqg76vmgwVrh1lUTxk5xaBkgDm6qDLMWv8fXQCYllen3jI6cd7821ATqcVgcbYZYvD7KoMISjRUrakVk62C-6f029BtxCqU/w400-h300/IMG_3726.JPG" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O caminho já feito...</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">Depois do almoço, com a altitude e a hora mais avançada, o calor foi deixando de ser um problema. A estrada continuava com a sua inclinação impossível, por vezes pejada de pedras caídas e os zigue-zagues constantes eram a única forma de prosseguir. A situação melhorou ao sair da Nave de Santo António e entrar na N339. Nesta estrada as inclinações são um pouco mais suaves, mas aqui tinha que lidar com a presença de outros seres humanos. Era Domingo e havia muitos carros na estrada. Felizmente, todos civilizados, e a estrada, bem sinalizada, oferece muitas oportunidades de paragem, para admirar as vistas impressionantes. </p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWazS0uJEjyEavzBLNscTwQbWw2JlzUENSG6RzHsAcGWjdy-4uVadOb8bPYtEf-VGsP-YEkSW9h0EaRW5xZ6ldBhh14yteZ_eZZgvQlGNmKzwc5ViEv2D-wyjmTVwxFg0kPwZzSXIHAks/s2048/IMG_3730.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWazS0uJEjyEavzBLNscTwQbWw2JlzUENSG6RzHsAcGWjdy-4uVadOb8bPYtEf-VGsP-YEkSW9h0EaRW5xZ6ldBhh14yteZ_eZZgvQlGNmKzwc5ViEv2D-wyjmTVwxFg0kPwZzSXIHAks/w400-h300/IMG_3730.JPG" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">...e o caminho por fazer</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">Por aqui fui subindo, e subindo e subindo. Se tiverem curiosidade em saber o que vai pela cabeça de um tipo durante esses momentos de esforço prolongado, eu esclareço. Costumo focar-me num objectivo próximo, a paragem seguinte, um reabastecimento, um cruzamento onde vou apanhar outra estrada. Mas também por vezes penso em algo totalmente diferente, e mais abstrato: uma música, o argumento de um filme, algo que tenha lido. E naquele dia, por alguma razão deu-me para recordar a letra de uma musica digamos, de nicho, sobre uma particular tendência que afectava o mercado de motos clássicas: <a href="https://youtu.be/G45Nv89CX4Q" target="_blank">isto</a>. </p><p style="text-align: justify;">Foi assim que os últimos quilómetros de subida foram feitos recitando <a href="https://hortadasvespas.blogspot.com/" target="_blank">Hugo Cardoso</a> e sua fantástica <i>Vespa Azul Cueca</i>. Talvez desejasse ainda ter a minha vespa para subir à Torre, em vez de me meter a fazer aquilo de bicicleta. O certo é que estrofes como esta ecoaram pela serra: </p><p class="p1" style="font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: inherit;"><i>Foste bem comido</i></span></p><p class="p1" style="font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: inherit;"><i>pelo garageiro,</i></span></p><p class="p1" style="font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: inherit;"><i>teu poio polido</i></span></p><p class="p1" style="font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: inherit;"><i>custou bué da dinheiro.</i></span></p><p style="text-align: justify;">Quando a água realmente acabou, encontrei uma fonte de água fresca, deliciosa, na beira da estrada. A montanha também tem o seu lado generoso. Aquilo fez maravilhas pela moral, mas eu funcionava já só por pura teimosia. Numa das últimas paragens, um automobilista bem intencionado comentou alguma coisa como "com preparação tudo se consegue" ao encontrar um viajante ciclista por aquelas paragens. Não pude deixar de pensar que a minha "preparação", com visita rotineira a locais como a serra de Carnaxide (altitude máxima 211m) ou o Monsanto (altitude máxima 277m) se calhar tinha ficado curta para uma subida quase até aos 2000m, com a bicicleta carregada, depois de 4 dias a pedalar. </p><p style="text-align: justify;"><br class="Apple-interchange-newline" /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEha2DC_tOum6USSILpK2U-kdjriVXGb61in-HPMXABQ1cnkj4mXLy06myJZoITbam90u87IKDYslAwSkOgGUJhXEuA9i3Ko1gCgSevSkT2TDrHBt2knThR6ZTNrzLgU1e0SoMDUPAEj2-Q/s2048/IMG_3760.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEha2DC_tOum6USSILpK2U-kdjriVXGb61in-HPMXABQ1cnkj4mXLy06myJZoITbam90u87IKDYslAwSkOgGUJhXEuA9i3Ko1gCgSevSkT2TDrHBt2knThR6ZTNrzLgU1e0SoMDUPAEj2-Q/w400-h300/IMG_3760.JPG" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">No topo do mundo</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">Mas o esforço teria recompensa. As redomas dos antigos radares da Força Aérea há algum tempo que surgiam visíveis desde a estrada, permitindo estimar a distância para o final. E o final é mesmo um pouco anticlimático, pois o "cume" é na realidade um amplo planalto em altitude. A Serra da Estrela não tem um pico que se destaque naquele ponto. </p><p style="text-align: justify;"><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiRjeGjKWcCY6A2psA0D2knU9xPjeRjePWww6XL9ZhjxvF76GBUGwJDW_CczUIkahGBuct_uGchAaHJjTdMk-z9zaZLrceyvYgs_S2ibjul3vMGpUVCi8snfWuTzi49saB4AShd25Zw3A/s2048/IMG_3737.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiRjeGjKWcCY6A2psA0D2knU9xPjeRjePWww6XL9ZhjxvF76GBUGwJDW_CczUIkahGBuct_uGchAaHJjTdMk-z9zaZLrceyvYgs_S2ibjul3vMGpUVCi8snfWuTzi49saB4AShd25Zw3A/w400-h300/IMG_3737.JPG" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Marco do ponto mais alto, 1993m</td></tr></tbody></table><br /><br /><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuInbmXCY9xB_bJMEVsuQEhFgBMgpjYeu-2SZwtY_agcTtxOx0MrupUWqsC4ku75-lvmV2OOb9Nkl2FQ8flC9ouPQYIDDHCnqhRydy9xweTsdZBkU1yglg-LPd0I7KPDqDAw99p4fabc4/s2048/IMG_3746.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuInbmXCY9xB_bJMEVsuQEhFgBMgpjYeu-2SZwtY_agcTtxOx0MrupUWqsC4ku75-lvmV2OOb9Nkl2FQ8flC9ouPQYIDDHCnqhRydy9xweTsdZBkU1yglg-LPd0I7KPDqDAw99p4fabc4/w300-h400/IMG_3746.JPG" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Antigo Radar da FAP</td></tr></tbody></table><br /><br /><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3RK7etn2BiH7_Un2zcJjuaxJWRqAlG5VacHLWrymwTrEO4XBH_CcvQfYwS5rhcz_y3oqssaHv9097Z0EjXS4Is_4cmNZMEGefkWWqVUT6SJwQJFvTOQz2nn86mZJ5f2SgM2N-UjRPM10/s2048/IMG_3768.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3RK7etn2BiH7_Un2zcJjuaxJWRqAlG5VacHLWrymwTrEO4XBH_CcvQfYwS5rhcz_y3oqssaHv9097Z0EjXS4Is_4cmNZMEGefkWWqVUT6SJwQJFvTOQz2nn86mZJ5f2SgM2N-UjRPM10/w400-h300/IMG_3768.JPG" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Os <i>ski lifts</i> estavam em actividade</td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Não sei quem achou que um "centro comercial" a 1993m era o que a economia local precisava, mas não faz bem o meu estilo. Ainda tentei dar uma de turista, e indagar sobre o preço de algum afamado queijo, mas a forte presença de humanos levou-me a comprar apenas uma cerveja celebratoria e do queijo fiquei apenas com mémorias do cheiro intenso.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Cá fora as temperaturas estavam a descer rapidamente e já não se conseguia estar à sombra. Dei uma volta a pé, para absorver a atmosfera do local, desentorpecer as pernas e pensar nos próximos passos. A viagem não terminava ali, tinha planos para os próximos dias, mas a verdade é que aquele era sem dúvida o objectivo máximo. Porque será que damos tanta importância à montanha? O que nos leva a querer "conquista-la?" </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Para mim o mais impressionante é o silencio. Um silencio imponente. A magnitude e antiguidade do local remete-nos para a humildade e a introspecção. Por uns momentos, por fim, é possível encontrar um pouco de paz. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCiNGPdulG9VO7zw9qBgrrjj27gTBdP_pyG40kK4SHETunpY9AMEM30NWCLJteS0_THqb7R51eZFsGB1Fx-6qm_WpdxpKvwLlfp3qSaoUyIeCMOZuCiO7b1jsuKDXISQT4DVYwZosg76I/s2048/IMG_3772.JPG"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCiNGPdulG9VO7zw9qBgrrjj27gTBdP_pyG40kK4SHETunpY9AMEM30NWCLJteS0_THqb7R51eZFsGB1Fx-6qm_WpdxpKvwLlfp3qSaoUyIeCMOZuCiO7b1jsuKDXISQT4DVYwZosg76I/w400-h300/IMG_3772.JPG" width="400" /></a></div><br /><br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHZ-KAh7nRJ49zaBhBqGunIHd74kTbBHB2ucWGtagcroi7SZt8k1T0MvTEXPk_iPpHPL1MJT8s0ES0OzeVByNaPx4M7ifzgjGLkZxrHGTdfKT0_Xpg7OpCdCjVzG8P-pZDQ3CUG5gbjRI/s2048/IMG_3784.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHZ-KAh7nRJ49zaBhBqGunIHd74kTbBHB2ucWGtagcroi7SZt8k1T0MvTEXPk_iPpHPL1MJT8s0ES0OzeVByNaPx4M7ifzgjGLkZxrHGTdfKT0_Xpg7OpCdCjVzG8P-pZDQ3CUG5gbjRI/w400-h300/IMG_3784.JPG" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Na Pousada</td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPDDQNxQotrCUJSzXhinoqNB2gA4Fj0sp4f5iY4b9R7xzD-qnO-ZC_93aaBqmlPSZeHoMXx9ahOO4BnbbVF8X_Co42CGylZQvVp19F4H0xQHomkTFbyeoxF2glrsyOlWNevanSIKSwTS0/s2048/IMG_3788.JPG"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPDDQNxQotrCUJSzXhinoqNB2gA4Fj0sp4f5iY4b9R7xzD-qnO-ZC_93aaBqmlPSZeHoMXx9ahOO4BnbbVF8X_Co42CGylZQvVp19F4H0xQHomkTFbyeoxF2glrsyOlWNevanSIKSwTS0/w300-h400/IMG_3788.JPG" width="300" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjs5WD1Y_HL5g47IgELHdczHU9jJ_YGfZdIh0yJCCXXtei9L1bACM02FxdOyBXiT428DM28pVPg_B7G-FiZqkjR_MC07e58h3O3xytTeyt0Ar2yuzhHbjJLZtHDph_Nw44SGcCF_yBP_bM/s2048/IMG_3799.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjs5WD1Y_HL5g47IgELHdczHU9jJ_YGfZdIh0yJCCXXtei9L1bACM02FxdOyBXiT428DM28pVPg_B7G-FiZqkjR_MC07e58h3O3xytTeyt0Ar2yuzhHbjJLZtHDph_Nw44SGcCF_yBP_bM/w400-h300/IMG_3799.JPG" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Rumo a Manteigas</td></tr></tbody></table><br /><br /><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0mSs4fv2St5D6UaP5jtzZjBsc9O4VU8jCq-pH2nwZRo3dsH7GJ9IkkHL_OWRw8EaDS191JZB0vaIzl3XHx3-o1ID4wt7T-EhaVqaOVbgd60nR1cT68q-wb0D8lBs_gVnRyXEE8pLBDGQ/s2048/IMG_3800.JPG"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0mSs4fv2St5D6UaP5jtzZjBsc9O4VU8jCq-pH2nwZRo3dsH7GJ9IkkHL_OWRw8EaDS191JZB0vaIzl3XHx3-o1ID4wt7T-EhaVqaOVbgd60nR1cT68q-wb0D8lBs_gVnRyXEE8pLBDGQ/w300-h400/IMG_3800.JPG" width="300" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiE7BPwRQr3KL32fpG99kZgTFv_mVBNz0iphdmWfJx9oReoZuQgirbjmh8A8BO9QHenb_klXOtAqfw9sdYbTl-D4-17p8zob_ppMuZlwePaJMtRrBqGdvKbCm9HlhvIb6nMF5zuV6c74pY/s2048/IMG_3803.JPG"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiE7BPwRQr3KL32fpG99kZgTFv_mVBNz0iphdmWfJx9oReoZuQgirbjmh8A8BO9QHenb_klXOtAqfw9sdYbTl-D4-17p8zob_ppMuZlwePaJMtRrBqGdvKbCm9HlhvIb6nMF5zuV6c74pY/w400-h300/IMG_3803.JPG" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEPcQpCetYMpH1nEcV9nvvOR8AFbosVCwdEj_GBsqQnek80ea94o6ooARwO1UPgzZJSG5M9NsCQtJ8SBKaQghZxH-pZR_4IMTJRg6aEfRZwDlpdHtvNWWQIqj62Lll9T57TjE9girvQfI/s2048/IMG_3813.JPG"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEPcQpCetYMpH1nEcV9nvvOR8AFbosVCwdEj_GBsqQnek80ea94o6ooARwO1UPgzZJSG5M9NsCQtJ8SBKaQghZxH-pZR_4IMTJRg6aEfRZwDlpdHtvNWWQIqj62Lll9T57TjE9girvQfI/w400-h300/IMG_3813.JPG" width="400" /></a></div><br /><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDYgXbS__2881K3GUagKJzo1SZJuBqJnW_lUqUNnUFS25RkJiOFSoTG7frfxh8o6Zq7DVUntlqG0ISBTT5XPKe-u0rcPICgYFRxyKOm96GVw07nMP_7o0aZOl1ONedg2ZmtgVvuM3SWHo/s2048/IMG_3814.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDYgXbS__2881K3GUagKJzo1SZJuBqJnW_lUqUNnUFS25RkJiOFSoTG7frfxh8o6Zq7DVUntlqG0ISBTT5XPKe-u0rcPICgYFRxyKOm96GVw07nMP_7o0aZOl1ONedg2ZmtgVvuM3SWHo/w400-h300/IMG_3814.JPG" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Vale Glaciar</td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAzXcJQ28QALS-jqpNd0OwTG7MqN5ggnLdGEDKD2ECJ9p1sOQ-b9iC-e9xRNYVFFXRRXx3TnuKE1760kN0XTXyYdSboiB218lJFPVNU4xBrL57XKM3K5dn8IRa9VlR5VMcoJZXwuPxVC8/s2048/IMG_3820.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAzXcJQ28QALS-jqpNd0OwTG7MqN5ggnLdGEDKD2ECJ9p1sOQ-b9iC-e9xRNYVFFXRRXx3TnuKE1760kN0XTXyYdSboiB218lJFPVNU4xBrL57XKM3K5dn8IRa9VlR5VMcoJZXwuPxVC8/w400-h300/IMG_3820.JPG" width="400" /></a></div><p style="text-align: justify;"><br /></p>Bessahttp://www.blogger.com/profile/01544628827577680231noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1136361073578599697.post-27853594956583484682021-10-06T13:11:00.000+01:002021-10-06T13:11:39.094+01:00Crónicas do Queijo da Serra: o Caminho<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhewm5kr34AyxT_jJPuRy-bSzWZu5W8tPdOiqF3kE1eofcfk0JyFwoxvoVksIoHfvFkEddOKYOvmgC7e-6SLwDLnhmwzvwWlRGQhI2fELwI7BcB2c8I-ObGIzfPcD8BYDVqTnE_q6110CU/s2048/IMG_3490.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhewm5kr34AyxT_jJPuRy-bSzWZu5W8tPdOiqF3kE1eofcfk0JyFwoxvoVksIoHfvFkEddOKYOvmgC7e-6SLwDLnhmwzvwWlRGQhI2fELwI7BcB2c8I-ObGIzfPcD8BYDVqTnE_q6110CU/w400-h300/IMG_3490.JPG" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Caminho de Fátima/Tejo/Santiago</td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: justify;">O velho sentado à mesa da modesta esplanada do café suburbano acompanha o meu progresso. A sua cabeça, de pele curtida pelo Sol de muitos verões, desde século e do outro, segue o movimento que descrevo, avançando rápido pela estrada. O seu rosto atrai a minha atenção, e os nossos olhares cruzam-se por breves instantes. Com uma dignidade que se lhe diria natural, o velho fixa os seus olhos em mim, antes de me cumprimentar com um contido, mas aprovador aceno da cabeça. Uma espécie de assentimento. Um reconhecimento de que ali vai outro ser humano, aparentemente em busca de algo importante.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdK1IMUq7dKE99BSSv-SpQnqZygC3fJDZ5xHklXTz6qjMhd4xWi-kue2FqNfc1gyawoKyAW4OMZzFKVVFNvbH8QgIW-ymlBybOIRy1u9zMQyai9FMKthysDv4MXxWDjbMJImH0z8HgmBk/s2048/IMG_3522.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdK1IMUq7dKE99BSSv-SpQnqZygC3fJDZ5xHklXTz6qjMhd4xWi-kue2FqNfc1gyawoKyAW4OMZzFKVVFNvbH8QgIW-ymlBybOIRy1u9zMQyai9FMKthysDv4MXxWDjbMJImH0z8HgmBk/w400-h300/IMG_3522.JPG" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Para os lados de Santarém<br /></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">Não sei precisava de sentir esta espécie de aprovação masculina, mas foi o que marcou o início de viagem, naquele que era um dos derradeiros dias do verão. O Dentuça e eu tínhamos como sempre arrancado de casa, no Isaltinistão, estávamos às portas de Alverca, e propúnhamo-nos<b> alcançar o ponto mais alto do Portugal do continente Europeu</b>, antes que a estação chegasse ao fim, e com ela a temporada de viagens e aventuras de duas rodas. </p><p style="text-align: justify;">O planeamento da viagem tinha proposto demasiados quilómetros de N10 rumo a Norte, uma nacional estreita e sempre com muito trânsito, nomeadamente de pesados. Optei em vez disso por apanhar o início do caminho de Fátima junto ao Trancão, à saída de Lisboa, tal como <a href="https://lisboabike.blogspot.com/2021/04/projecto-bacalhau-dia-1-dar-o-maximo.html" target="_blank">aquando da Volta a Portugal</a>, e por lá seguir até Santarém, onde tomaria um caminho por estrada, e junto ao rio Tejo, até Constância, onde pernoitaria. </p><p style="text-align: justify;">Neste primeiro dia, com sol firme e um percurso practicamente plano, o progresso não foi difícil. Tinha realizado um esforço por reduzir o peso na bicicleta, retirando tudo que podia dispensar, por exemplo colocando o material da tenda directamente na bolsa do guiador, dispensando o seu saco, bem como algumas estacas e o chão separado que tinha. Reduções como esta permitiram perder quase 2Kg de peso total.</p><p style="text-align: justify;"> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEia_LD_82dUFlhGA0eOaW80IjIKWZW6T8V6mKij_d9EySYFj3c6cvp-bfiXMsuRju5cOFVyD4lkQXvdRvIaQ0KvRsR0-eRfQUS0nRaI9vZQR9Ckm-iqhH0eak76gTslRbavkdEoAW-W-8g/s2048/IMG_3533.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEia_LD_82dUFlhGA0eOaW80IjIKWZW6T8V6mKij_d9EySYFj3c6cvp-bfiXMsuRju5cOFVyD4lkQXvdRvIaQ0KvRsR0-eRfQUS0nRaI9vZQR9Ckm-iqhH0eak76gTslRbavkdEoAW-W-8g/w400-h300/IMG_3533.JPG" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O <i>set-up</i> do costume. Com algumas novidades</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">Por outro lado também aumentei o peso em alguns componentes e itens. Por exemplo, montava uns pneus <a href="https://road.cc/content/review/panaracer-gravelking-slick-tread-38-tyres-260296" target="_blank">Gravelking de 38mm</a>, os mais largos que já tinha experimentado, mas que se revelaram tão confortáveis que não resisti a utiliza-los nesta ocasião. Pesam cerca de mais 50gr, por unidade, que os seus congéneres de 32mm usados na <a href="https://lisboabike.blogspot.com/2021/07/projecto-caramelos-dia-1-o-homem-da.html" target="_blank">viagem a Madrid</a>. Alem das dimensões, o material utilizado também é diferente, sendo uma borracha mais elástica, que dá a côr da moda às bordas do modelo mais largo. O facto de pretender acampar todas as noites e ter previsto a passagem por altitudes elevadas obrigava também a alguma contenção na altura de fazer as escolhas do que iria ou não levar na viagem.</p><p style="text-align: justify;"> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKkFnUTnsHbvKNhpMcctXK21RaMfUSZHQtKzwmF5zmgZnw5OkCOKeNsGWvorVM28rLD5ss83ZdD0WpLAxRZi-I1wPlyNKrug0ymff7duHqALWVftjLZf6L2U55arwb78HJNZ6PAdlvPOA/s2048/IMG_3579.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKkFnUTnsHbvKNhpMcctXK21RaMfUSZHQtKzwmF5zmgZnw5OkCOKeNsGWvorVM28rLD5ss83ZdD0WpLAxRZi-I1wPlyNKrug0ymff7duHqALWVftjLZf6L2U55arwb78HJNZ6PAdlvPOA/w400-h300/IMG_3579.JPG" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Constância</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">O caminho de Fátima estava deserto, como é costume, mas ainda me cruzei com alguns caminhantes estrangeiros, de pele pálida e grandes mochilas de aspecto sofisticado. Não falei com ninguém, mas desconfio que sejam peregrinos de Santiago, naquelas paragens o caminho é o mesmo. Conhecendo o percurso, não senti grandes dificuldades nem encontrei surpresas. Mas após 80km tinha umas fortes dores nos pulsos, que fui ignorando até que já não tinha posição em que fosse tolerável continuar. A solução foi tirar pressão aos pneus, aqueles quilómetros a bom ritmo na gravilha, mas com pressão para asfalto, estavam a passar factura. Felizmente isso solucionou o problema e não houve sequelas. Ao fim do dia, 152km depois, estava acampado em frente ao rio Zêzere, num pequeno parque de campismo em Constância. Enquanto o meu fogareiro aquecia água para um arroz com atum retemperador, uma senhora veio oferecer-me umas enormes fatias de melão, que estava simplesmente divinal. Partilhei depois a minha refeição quente com os gatos do parque e sensibilizado com aquela simpatia de estranhos, adormeci a pensar na montanha e no que me faltava para lá chegar. </p><p style="text-align: justify;"> <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdKs4SeiX8J8zXXAkiLZnnxM6IF5CVo81XCIisQ8rtYdkbBpZ6o0Dc6CvT_f9zrgOtrjAEuI1fFRMtX6u1zsS5A5lqvjA5vt2J6g1unL3EU-xazK09CI9_TCtvzmTrU8Y48wxVc7w19YE/s2048/IMG_3609.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdKs4SeiX8J8zXXAkiLZnnxM6IF5CVo81XCIisQ8rtYdkbBpZ6o0Dc6CvT_f9zrgOtrjAEuI1fFRMtX6u1zsS5A5lqvjA5vt2J6g1unL3EU-xazK09CI9_TCtvzmTrU8Y48wxVc7w19YE/w400-h300/IMG_3609.JPG" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O Zêzere ali ao lado</td></tr></tbody></table></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">O segundo dia seria mais curto. Por causa da logística dos alojamentos, tinha planeado etapas com menos quilómetros dali em diante. A estrada à beira do Zêzere continua lindíssima, e na manhã de um dia de semana, estava também deserta. Temperatura amena e pouco relevo também ajudavam ao progresso. Mas durou pouco. Portugal é realmente um bocado enrugado. Deve ser uma chatice para invadir. </p><p style="text-align: justify;">O meu trambolho de GPS levou-me até Proença-a-Nova, em vez de directamente para o parque de campismo próximo, cuja morada eu tinha inserido. É sempre chato fazer mais uns quilómetros inesperados, mas não era longe, a estrada era divertida e ainda aproveitei para fazer umas compras na cidade.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaS7Hc9kZO7CYO0LalraP1EDOkJTq4WxxEUXmtDmTgmEO1xejx5TxFCxCDWI6GVl8kFK72GmsvJatHhhDnNEyGgdM0QaVXGRyQjw3hmA7H7pECDZS8J0R3qYlhHMdE9lPjFJGkNrytHH4/s2048/IMG_3646.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaS7Hc9kZO7CYO0LalraP1EDOkJTq4WxxEUXmtDmTgmEO1xejx5TxFCxCDWI6GVl8kFK72GmsvJatHhhDnNEyGgdM0QaVXGRyQjw3hmA7H7pECDZS8J0R3qYlhHMdE9lPjFJGkNrytHH4/w400-h300/IMG_3646.JPG" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Praia fluvial de Aldeia Ruiva</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">O Parque de Campismo de Aldeia Ruiva, o destino do segundo dia após apenas 67km, apresentava-se elegante, mas vazio e fechado. Por telefone consegui autorização da câmara para pernoitar. Tudo indicava que teria uma pacífica noite em solitário, num parque muito engraçado, ao lado de uma praia fluvial. Mas não tardaram a chegar pessoas, e elas não pararam de chegar até depois das onze da noite. Havia muito ruído, que é aquela coisa que mais detesto no campismo. Para compensar, tinha o luxo de poder jantar ao pôr do Sol, numa fantástica esplanada que havia mesmo ao lado do parque, e assim poupar mantimentos para a serra.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDICUO8UDvD_ybanSq7inL0qTOxY4SWTqOSWga8aDG6GDq0DlKMrSNnkdc3JFyu07snCOnLHhoQ-Xpb8-Ibek6nvqVx67JA7KSRcFIlPFguO7gHPkWjDBT46FHiwn6Jmzz_jh6WCJGefU/s2048/IMG_3633.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDICUO8UDvD_ybanSq7inL0qTOxY4SWTqOSWga8aDG6GDq0DlKMrSNnkdc3JFyu07snCOnLHhoQ-Xpb8-Ibek6nvqVx67JA7KSRcFIlPFguO7gHPkWjDBT46FHiwn6Jmzz_jh6WCJGefU/w400-h300/IMG_3633.JPG" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Muito frio em Aldeia Ruiva</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">Naquela segunda noite não dormi muito bem. Ao frio e ao ruído dos outros campistas havia que somar o barulho de um IC próximo. Pelo menos tinha pequeno almoço ali à porta, mais uma vez na esplanada com vista. Pela frente tinha mais uns montanhosos quilómetros, desta vez apenas 87, mas com cerca de 1800m de acumulado de subida, o que não pude deixar de sentir nas pernas. Mas não havendo muito calor, a coisa foi-se fazendo. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgySI1IPBxmJKANlWNpB9fI-oxAoqBd4Y_dQu4yylv0KhKGSUyJNzIqs70pwd_RgLPd7nSF8nwONGLyEJFFCeCuwq9zaad6JqRDt-2V-MfNm0r-VlNC5CZu5Cm-A7Y0G9eD9EPsm_3uhSQ/s2048/IMG_3666.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgySI1IPBxmJKANlWNpB9fI-oxAoqBd4Y_dQu4yylv0KhKGSUyJNzIqs70pwd_RgLPd7nSF8nwONGLyEJFFCeCuwq9zaad6JqRDt-2V-MfNm0r-VlNC5CZu5Cm-A7Y0G9eD9EPsm_3uhSQ/w300-h400/IMG_3666.JPG" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Sim, é por aqui!<br /></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">O GPS continuava a dar-me algumas surpresas, só para a coisa não ficar aborrecida. Insistiu que eu saísse da estrada, para subir uma encosta de mais de 25% de inclinação, com piso de calhaus do tamanho de punhos. Imagino que era um atalho, mas aquela subida de umas centenas de metros custou mais que muitos quilómetros em estrada. O GPS meteu-me também pelo meio de Souto da Casa, por um caminho empedrado onde não tive outro remédio que não fosse desmontar. Um local ajudou-me a regressar à estrada para o Fundão, que estava já muito perto.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivNCDNy-gmwO4LrictN2N53xuIkcxuvJIHqjd15Qf276j2e-0tH4pRgTNbQyk44zun9qUDBWc_zzY-WfXIT4R1RDVQiXqCQYpCfqWhDkQwYs77YR2jh63gpCX2p6FLSHNn4m0QNtVdbCg/s2048/IMG_3672.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivNCDNy-gmwO4LrictN2N53xuIkcxuvJIHqjd15Qf276j2e-0tH4pRgTNbQyk44zun9qUDBWc_zzY-WfXIT4R1RDVQiXqCQYpCfqWhDkQwYs77YR2jh63gpCX2p6FLSHNn4m0QNtVdbCg/w400-h300/IMG_3672.JPG" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">E também é por aqui<br /></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">O destino na terceira noite era o belo Parque de Campismo do Fundão. Um espaço amplo, com muitas arvores e sombra. E absolutamente decadente, decrépito no que toca a instalações e cheio de moscas. Mas não é o luxo que me move, e o local prometia uma noite bem mais tranquila que a anterior. Além disso tinha um cafezito onde se podia jantar, embora isso aparentemente tivesse de ser negociado, porque a cozinheira não estava, era fim de estação e as pessoas dos parques tinham ocupações de inverno às quais estavam a começar a regressar. </p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbQGYJhH1jGaEQfHJsHv97S5wGO5-6qfHahhdo26LGNDsK2BIuOABWc1ufdkd7TIzrZtzzKowYPeU191_Ia8wG9lZK6c6QURwBgwSiIfjliEKVfiKu9kbbuK146jCw0mhE7o5OkGTxhO0/s2048/IMG_3674.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbQGYJhH1jGaEQfHJsHv97S5wGO5-6qfHahhdo26LGNDsK2BIuOABWc1ufdkd7TIzrZtzzKowYPeU191_Ia8wG9lZK6c6QURwBgwSiIfjliEKVfiKu9kbbuK146jCw0mhE7o5OkGTxhO0/w400-h300/IMG_3674.JPG" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Do Fundão vê-se uns montes...<br /></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">Apesar de uma negativa inicial, e talvez devido a vários turistas terem colocado a mesma questão, lá se arranjou uma cozinheira e houve direito a jantar. Já comi demasiadas vezes em parques de campismo e não estava à espera de nada muito aliciante. Mas depois de não ter realmente almoçado, vivendo à base de barras e frutos secos, o bitoque minúsculo que me serviram esteve longe de impressionar. Normalmente nunca como sobremesa, mas desta vez pedi melão, pois ainda tinha fome. Veio uma fatia fininha, uma coisa risível, sobretudo depois da generosa oferta da primeira noite. Pedi a outra sobremesa disponível, e veio um pudim flan cheio de ar, com o diâmetro pouco maior do que uma moeda. Dei-me por vencido e fui dar uma volta antes de me ir deitar.</p><p style="text-align: justify;"> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkVKpiZ3NPF2IlI_j7Ab2H27nfgprcn90Tm2zWEeR9exLFlVdOYGzNBS5TumN3cxv_3YDAL2Nu2qpvePNlgjL0JpfL9_CdfgjaZ9vFfMv-8sVfUpqU5Bj7_H-AyieYduzfH_u1hQoJMYM/s2048/IMG_3678.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkVKpiZ3NPF2IlI_j7Ab2H27nfgprcn90Tm2zWEeR9exLFlVdOYGzNBS5TumN3cxv_3YDAL2Nu2qpvePNlgjL0JpfL9_CdfgjaZ9vFfMv-8sVfUpqU5Bj7_H-AyieYduzfH_u1hQoJMYM/w400-h300/IMG_3678.JPG" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Parque de Campismo do Fundão</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">Na tenda, de auriculares, a ouvir um podcast que tinha descarregado para o telemóvel, tinha vestido quase toda a roupa de que dispunha, para evitar o frio da noite anterior. Até a toalha, já seca, tinha trazido para colocar sobre as pernas e assim aumentar a eficácia do meu saco cama. O pior era que a noite seguinte seria passada mais de 1000 metros acima, e eu não estava certo de ter condições para aguentar a equivalente descida de 10ºC. No papel, as temperaturas previstas pareciam suportáveis com o que tinha trazido, mas na práctica não estava a ser assim. Este problema não me deixava esquecer ainda outra pequena questão: até aquele momento não era para mim seguro que conseguisse, com a bicicleta carregada, subir a <a href="https://knoow.net/desporto/ciclismo/torre-ciclismo/" target="_blank">montanha mais famosa do ciclismo</a> Português. Envolto nestes pensamentos, mas confiante nos meus cuidados com o arrefecimento nocturno, depressa o cansaço se fez notar e adormeci profundamente.</p>Bessahttp://www.blogger.com/profile/01544628827577680231noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1136361073578599697.post-18777856761949717262021-07-20T00:02:00.001+01:002021-07-23T01:07:56.354+01:00Projecto Caramelos: Dia 7 - Até às Montanhas<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjO65whTmozpQ5JKTkzom0EtA2PFMo8-M5inkUESmxR8i-dZ4vIT8mN0E7xM3YgCZ902onCAeM4aao-QUHMaJsCFwQMOXSxetnbXH78FbmMKFaAoYS-9N7wOvwsSkiwUP8_8Kec0J42sWc/s3088/IMG_2490.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="2320" data-original-width="3088" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjO65whTmozpQ5JKTkzom0EtA2PFMo8-M5inkUESmxR8i-dZ4vIT8mN0E7xM3YgCZ902onCAeM4aao-QUHMaJsCFwQMOXSxetnbXH78FbmMKFaAoYS-9N7wOvwsSkiwUP8_8Kec0J42sWc/w400-h300/IMG_2490.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Dois ursos e uma bicicleta</td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ao Norte da capital Espanhola fica um lugar de mistério e imponência. Os <i>Madrileños</i>, como todos os citadinos de uma grande e competitiva urbe, adoram escapadas de fim de semana, para destinos mais serenos nos arredores. Alguns destes possíveis destinos ficam na <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Serra_de_Guadarrama">Serra de Guadarrama</a>, uma solene cadeia montanhosa a Norte da capital, com picos que ultrapassam os 2000m.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Tinha decidido que o <i>meu</i> destino final para esta viagem seria uma destas aldeias incrustadas no sopé da serra, um curioso misto de vila alpina e subúrbio urbano, já que fica a apenas 50km da capital. Uns amigos tinham-me prometido uns dias de alojamento com direito a relaxamento total, na tranquilidade das montanhas. E isso parecia-me o final perfeito para esta pequena viagem.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Dada a proximidade, tinha planeado gastar a maior parte do dia em Madrid e seguir para Norte só no final da tarde. Assim, tratei de organizar a logística do meu regresso, planeado para uns dias mais tarde, e <i>patear</i> a cidade. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi40_T3IwIa9MvrroTU9ZRnUiliEFDLOScXot4n0zCmHL0zUdpcUh_exrdSbJDvdLf4hrYU8zIfoVadu55gGAp6ULxgT0kx-co6gkniVagAHAtHeYa9D6hkhzd4gp07dl3zgF09jFvEwuY/s4032/IMG_2506.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi40_T3IwIa9MvrroTU9ZRnUiliEFDLOScXot4n0zCmHL0zUdpcUh_exrdSbJDvdLf4hrYU8zIfoVadu55gGAp6ULxgT0kx-co6gkniVagAHAtHeYa9D6hkhzd4gp07dl3zgF09jFvEwuY/w400-h300/IMG_2506.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Puerta del Sol</td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEix3X9lXSpRZLwYxQzomz_CcmjuNUanNCuohVIJSXYGDoiEh0Jz2-rr0DK0SS-2Pgr9zSpcjAHWQzz4ubn4yjIGJQa9hJZh6D6QAUpgF6BPqR8fuDAcQoYrqRJkcTvv_grNtNfL6t0nHwA/s4032/IMG_2503.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEix3X9lXSpRZLwYxQzomz_CcmjuNUanNCuohVIJSXYGDoiEh0Jz2-rr0DK0SS-2Pgr9zSpcjAHWQzz4ubn4yjIGJQa9hJZh6D6QAUpgF6BPqR8fuDAcQoYrqRJkcTvv_grNtNfL6t0nHwA/w400-h300/IMG_2503.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Calle Preciados</td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSdIg6wtHieCE00pvNX7eeXR0MIJY7GxnvysQbvfX8sNciYy4IafyaXsdoTGcmgNTwVH9IElfRq1sGr0OSSlG1CoLJuUOdnKod0ZiC6DjhAUPHzLGO2YB3YOkxlngWzhCW4A4LsaOGqCk/s4032/IMG_2486.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="4032" data-original-width="3024" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSdIg6wtHieCE00pvNX7eeXR0MIJY7GxnvysQbvfX8sNciYy4IafyaXsdoTGcmgNTwVH9IElfRq1sGr0OSSlG1CoLJuUOdnKod0ZiC6DjhAUPHzLGO2YB3YOkxlngWzhCW4A4LsaOGqCk/w300-h400/IMG_2486.HEIC" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">E uma estátua de corvos em Lisboa?</td></tr></tbody></table></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSIj8ljqyO5YHZI11xGXyhrd3_v6wWNMXWh-xaKc5BKkQgQkFprIa8MouunjAVgLCU-cZPHq0T0n65c6PP23E-I8cPzNpOcPvlEHcnMZXFNeERIUxhaX7iV8GYRgwq8corCVQnRRBcmNc/s4032/IMG_2481.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="4032" data-original-width="3024" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSIj8ljqyO5YHZI11xGXyhrd3_v6wWNMXWh-xaKc5BKkQgQkFprIa8MouunjAVgLCU-cZPHq0T0n65c6PP23E-I8cPzNpOcPvlEHcnMZXFNeERIUxhaX7iV8GYRgwq8corCVQnRRBcmNc/w300-h400/IMG_2481.HEIC" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A velha Madrid</td></tr></tbody></table><div style="text-align: center;"><span style="color: #0000ee;"><u><br /><br /></u></span></div><br /><div style="text-align: justify;">Mais importante, tinha um almoço (tardio, como todos em Espanha) combinado com uma amiga, que é a única pessoa que conheço que mora efectivamente na capital do reino. Passámos horas à conversa numa simpática esplanada. Acho que perdi um pouco a noção do tempo, até que um sopro de vento fez voar alguns itens de cima da mesa. Olhei para o céu, e fui surpreendido por umas nuvens sinistras que se avizinhavam, no que até ao momento tinha sido um impecável céu limpo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Passava das 18 horas, e eu considerei aquela a minha deixa para me pôr a caminho. A travessia da capital teria sido facilitada se o meu pneu traseiro não estivesse vazio. Não compreendi como tinha furado entretanto, mas acabei por deduzir que a válvula da câmera de ar que <a href="https://lisboabike.blogspot.com/2021/07/projecto-caramelos-dia-4-na-autoestrada.html" target="_blank">tinha instalado</a> uns dias atrás não estava a vedar bem. Bombei um pouco de ar, junto ao <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Est%C3%A1dio_Santiago_Bernab%C3%A9u" target="_blank">Bernabéu</a>, e segui caminho. Tinha alguma pressa, já que agora era evidente que uma tempestade se aproximava, dirigindo-se, tal como eu, para Norte. </div><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjukkIB1-3t6Zg7WSQ_sR-QSxS1YoBujLs5AKAtEhvPM1G0ZAGf9S1e-b_6Qf2mKl-lPOtecQvCaKJtyZLOXDiFeOz58F5MJKATJtBa-4QEgNVKIzCNqEpQGG3H144vPAnJWfCP-7PflHo/s4032/IMG_2513.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjukkIB1-3t6Zg7WSQ_sR-QSxS1YoBujLs5AKAtEhvPM1G0ZAGf9S1e-b_6Qf2mKl-lPOtecQvCaKJtyZLOXDiFeOz58F5MJKATJtBa-4QEgNVKIzCNqEpQGG3H144vPAnJWfCP-7PflHo/w400-h300/IMG_2513.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O céu limpo deu lugar a nuvens sinistras</td></tr></tbody></table><div style="text-align: center;"><span style="color: #0000ee;"><u><br /><br /></u></span></div><div style="text-align: justify;"><span>Encontrei com alguma facilidade a ciclovia que segue para Norte, um percurso que em outras ocasiões tinha visto da estrada e que sabia me poderia levar até muito perto do destino. Este é o habitat natural dos ciclistas de estrada da zona, e foi sem surpresa que me cruzei com muitos deles. Seguiam todos na direcção contrária, apressados por se abrigarem da tormenta que todos sabíamos próxima. </span></div><div style="text-align: center;"><span style="color: #0000ee;"><u><br /></u></span></div><div style="text-align: center;"><span style="color: #0000ee;"><u><br /></u></span></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7H0y9j7_H3gL6AKPKmgSZ7sdduLCljpSvMI1DxByLADV8Q9wOWklsLlPcuufQLSKCBBq9AQk2SJEyjw1UFxStGxe-JTayNCc3E3dIWYrUfgQVB-34gi3mgzfcUmKy9ILvQSS8MX8UASE/s4032/IMG_2532.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="4032" data-original-width="3024" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7H0y9j7_H3gL6AKPKmgSZ7sdduLCljpSvMI1DxByLADV8Q9wOWklsLlPcuufQLSKCBBq9AQk2SJEyjw1UFxStGxe-JTayNCc3E3dIWYrUfgQVB-34gi3mgzfcUmKy9ILvQSS8MX8UASE/w300-h400/IMG_2532.HEIC" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Para Norte!</td></tr></tbody></table><div style="text-align: center;"><span style="color: #0000ee;"></span></div><div style="text-align: center;"><span style="color: #0000ee;"><u><br /></u></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #0000ee;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;">Embora o pôr do sol estivesse previsto para dali a mais de duas horas, o céu escureceu de forma assinalável, à medida que a frente de tempestade se aproximava. Os outros ciclistas começaram a escassear na ciclovia, até desaparecerem por completo. Agora estava só eu, rumando a Norte, numa corrida contra a tempestade. Eu desconfiava que quando aquela massa de ar colidisse com as montanhas à nossa frente, o resultado não seria muito agradável para mim. </div><div style="text-align: center;"><span style="color: #0000ee;"><u><br /></u></span></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><span style="color: #0000ee;"><u><br /></u></span></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghEYrC-l4oge5CuEIWLVcYD8jHQlF0XsoTc01EtVZrHV8t-gyewWnfKZxwjW4DASKUcsTY0ub3uh0YPvZGvuQWXQS86KeAL8e2qYLm-JgQsOGVkB-dA22Wgy1KXSadW23vg2bWLpA7XNQ/s4032/IMG_2525.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghEYrC-l4oge5CuEIWLVcYD8jHQlF0XsoTc01EtVZrHV8t-gyewWnfKZxwjW4DASKUcsTY0ub3uh0YPvZGvuQWXQS86KeAL8e2qYLm-JgQsOGVkB-dA22Wgy1KXSadW23vg2bWLpA7XNQ/w400-h300/IMG_2525.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Percebem?<br /></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">E não foi. O trovejar começou distante, mas em pouco tempo os raios caiam à minha volta, sem refugio à vista. O céu escureceu ainda mais, até ficar practicamente de noite, e uma chuva ligeira começou a cair, obrigando-me a parar para colocar o impermeável, a primeira vez que o usei na viagem. Era capaz de jurar que até o Dentuça estava intimidado, sobretudo quando a ciclovia acabou e tivemos que nos fazer à estrada. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKZWizGfvo2UFw3g3rRwGXMM6Rwidj8xIfGZPEoLb0iddzUYFoEeRnnpCOh3syLCb6Z_g5dD5CrPd6WJN95Wr41OFYOycMe22A4aq7BvVr3GqYXwTFEwhyphenhyphenGh-H_hhNGAk20LZgLqi_lK0/s4032/IMG_2529.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKZWizGfvo2UFw3g3rRwGXMM6Rwidj8xIfGZPEoLb0iddzUYFoEeRnnpCOh3syLCb6Z_g5dD5CrPd6WJN95Wr41OFYOycMe22A4aq7BvVr3GqYXwTFEwhyphenhyphenGh-H_hhNGAk20LZgLqi_lK0/w400-h300/IMG_2529.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A coisa promete!</td></tr></tbody></table><br /><br /><div style="text-align: justify;">E foi neste troço, de estrada estreita, sem berma e com bastante trânsito, que os céus finalmente se abriram e um dilúvio impiedoso assolou o sopé da serra, retirando ainda mais visibilidade e obrigando-me a cuidados redobrados. Apesar de duas boas luzes na traseira, levei com algumas razias preocupantes. De notar que os automobilistas espanhóis costumam respeitar os ciclistas muito mais que os portugueses (respeito é um conceito estranho em Portugal), mas por norma conduzem, na minha opinião, tecnicamente pior. Ou seja, têm um pior domínio do veículo e são mais facilmente surpreendidos por imprevistos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Naquela estrada senti-me verdadeiramente em perigo, mas não havia muitas alternativas a continuar. Até que surgiu uma muito rara paragem de autocarro, com abrigo, que eu imediatamente adoptei como refugio. Foi um achado providencial, pois o dilúvio já me tinha ensopado até aos ossos, e a estrada estava mesmo perigosa, com a visibilidade extremamente reduzida.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTSmGYGeu2LZQKVWlX29zZpslRZuaqEM0aa2bm2uPt_Czu7XczVwg4R7YwH5mTMf0vUuF6y60L1L-r-OyaFOkCUiO8jBrpvvH2eCB5Bi96sHA-LMKyNY1kxSPzwPNfjmw3BVxMd0BxpE8/s4032/IMG_2540.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTSmGYGeu2LZQKVWlX29zZpslRZuaqEM0aa2bm2uPt_Czu7XczVwg4R7YwH5mTMf0vUuF6y60L1L-r-OyaFOkCUiO8jBrpvvH2eCB5Bi96sHA-LMKyNY1kxSPzwPNfjmw3BVxMd0BxpE8/w400-h300/IMG_2540.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Na paragem do BUS</td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Uns minutos depois, as coisas acalmaram e eu regressei à estrada, que me havia de levar à magia da montanha em <a href="https://manzanareselreal.org/es" target="_blank">Manzanares el Real</a>. Esperava-me um belo jantar entre amigos e uns dias de merecido descanso do guerreiro. </div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhw5zXmnNs1u5NFAtvL8B8XYwyfqdGnylWo5evxJcjTS-sbOFp7qv9Fg5LhV8_LfDRwA3hXnnYJyMsd-p0CNXw58AuuQGKx43I_mMaVdsieBTV1HnGXDWuLS_dkFvuAqzuUHjRGP4nrWuU/w400-h300/IMG_2552.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="400" /></td></tr><tr></tr></tbody></table></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p><b style="text-align: justify;">Dia 7</b><span style="text-align: justify;">. Madrid-Manzanares el Real. 49km. (Estrada/Ciclovia) </span></p>Bessahttp://www.blogger.com/profile/01544628827577680231noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1136361073578599697.post-87668353666722906492021-07-19T00:08:00.002+01:002021-07-19T02:10:59.064+01:00Projecto Caramelos: Dia 6 - O Assalto à Capital<p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyMQTJXEDTN6aDDD2iB34gBtpXRqacE6ec7itTxcDu4hqJx4kTkRb2CRSxWVrPjug2Haj3-eVvwuASN35ctomHblWpO2NMSDyA8z4LdPdTUNNAtrWku7WC4y1pNZIoaZqzGWcI12AGZZE/s4032/IMG_2432.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyMQTJXEDTN6aDDD2iB34gBtpXRqacE6ec7itTxcDu4hqJx4kTkRb2CRSxWVrPjug2Haj3-eVvwuASN35ctomHblWpO2NMSDyA8z4LdPdTUNNAtrWku7WC4y1pNZIoaZqzGWcI12AGZZE/w400-h300/IMG_2432.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Caramelos?</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O ar quente que me recebe à saída do hotel, pelas nove da manhã do sexto dia de viagem, já não surpreende. Tomei atempadamente o pequeno almoço e tenho memorizada a navegação que devo fazer para sair de <a href="https://www.torrijos.es/" target="_blank">Torrijos</a> e regressar ao <i>track</i> de GPS que me há de levar à capital do Reino das Espanhas. A esperada distância de apenas 86km dá-me alguma tranquilidade para lidar com eventuais imprevistos.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br class="Apple-interchange-newline" /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIcKt0HV3xzaDmztvEiRq8N59WE1M3y_dls8nNBD1F0YqhL7GOO5oB9Xa9LOhH2218QV7bz4ZYK6VWbmB3615T2MXJL89trFnUuwjOEUC2xMvDpEW1HVBn_MKkMAodOSp18_NMjYhI3Z4/s4032/IMG_2460.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIcKt0HV3xzaDmztvEiRq8N59WE1M3y_dls8nNBD1F0YqhL7GOO5oB9Xa9LOhH2218QV7bz4ZYK6VWbmB3615T2MXJL89trFnUuwjOEUC2xMvDpEW1HVBn_MKkMAodOSp18_NMjYhI3Z4/w400-h300/IMG_2460.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Não tendes nada com menos faixas?</td></tr></tbody></table></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Eu sei que para um ciclista de estrada que se leve a sério (e não faltam ciclistas de estrada que se levam <i>muito</i> a sério), 86km podem ser os kms de aquecimento para se juntar ao grupo numa manhã de Domingo. Para um ciclista utilitário, habituado a conciliar trajectos urbanos com os transportes públicos, pode parecer uma distância impossível. Cada um tem a sua bitola. Eu sei que sou capaz de distâncias de 200km, mas isso será normalmente num evento de um único dia, e em condições favoráveis. O calor e as distâncias entre paragens a que o Grande Deserto Espanhol obriga, reduzem claramente o meu desempenho. </div><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Seja como for, tenho todo o dia para chegar à <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Porta_do_Sol_(Madrid)" target="_blank">Puerta del Sol</a>, em Madrid, o destino para hoje. O meu GPS primitivo, esse traidor inveterado, vai cumprindo a sua função até chegarmos aos arredores da capital. O entramado de zonas industriais, centros comerciais, parques empresárias e vias rápidas dos arrabaldes de Madrid apresenta as primeiras dificuldades de navegação. O GPS parece insistir em enfiar-me numa das inúmeras "M", as vias rápidas radiais por onde flui boa parte do trânsito da capital espanhola.</div><div style="text-align: justify;"> </div><div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTVnoVwlHrP04OslTKtLJuGBawPGM-0Mr2sngBvweQ_WjmsyGHZOqc515wUrTcwHmUXUuaNoblGAXvKuMPb62TlXQSQqKjG3iCVZhgCjXUWnUoI8wdtvk1Tlfp5NiNwht0TyYY8WLLigg/s4032/IMG_2428.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTVnoVwlHrP04OslTKtLJuGBawPGM-0Mr2sngBvweQ_WjmsyGHZOqc515wUrTcwHmUXUuaNoblGAXvKuMPb62TlXQSQqKjG3iCVZhgCjXUWnUoI8wdtvk1Tlfp5NiNwht0TyYY8WLLigg/w400-h300/IMG_2428.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Madrileños</i>, no seu habitat natural</td></tr></tbody></table></div><div><br /></div><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Depois dos <a href="https://lisboabike.blogspot.com/2021/07/projecto-caramelos-dia-4-na-autoestrada.html" target="_blank">eventos do dia 4</a>, estou especialmente atento e resistente à possibilidade de me voltar a enfiar numa via reservada a paquidermes metálicos. Mas o GPS tenta que eu o faça, uma e outra vez, até que volta mesmo a acontecer. Sigo numa estrada que de repente se transforma em acesso para <a href="https://www.callejeromadrid.eu/guia/mapa-de-carreteras-de-madrid.htm" target="_blank">uma "M" qualquer</a>. Sem possibilidade de voltar para trás, lá estou eu a ser de novo recebido por um coro de buzinadelas. Felizmente a estrada estava em obras e a velocidade era reduzida. Saio assim que posso, e dou por mim em mais um parque industrial. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj44rgl3whnTut_r_gDVvd0wS4diPiGYOVaEkSFc860I9al_OjmDyf2OJGXNKqjmoRA_bTHPm3Aua-JtVubLvZbMMQ5lWA-2lHvzGvv8PrlOVQsAOSyuQ-Z4-o85D6Bjna6ql7Fam1xVIM/s4032/IMG_2443.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj44rgl3whnTut_r_gDVvd0wS4diPiGYOVaEkSFc860I9al_OjmDyf2OJGXNKqjmoRA_bTHPm3Aua-JtVubLvZbMMQ5lWA-2lHvzGvv8PrlOVQsAOSyuQ-Z4-o85D6Bjna6ql7Fam1xVIM/w400-h300/IMG_2443.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Na berma da via rápida em obras</td></tr></tbody></table><div><br /></div><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Nesta altura já tinha passado mais uma vez da hora do almoço, o calor apertava e a minha frustração subia. Optei por desistir de vez do GPS e passei a usar o telemóvel. Pedi ao Google Maps um trajecto em bicicleta de onde estava para o centro de Madrid, e ele forneceu-me um percurso... inesperado. Para usar o telemóvel tinha que estar sempre a parar, pois ele seguia no bolso da jersey, mas eu estava disposto a isso para garantir a fiabilidade na navegação.</div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiD1yh9Yd6irW4WizpVmOsIxA3ot3-mrwo7gqTIQIwHRTtImdZEIDUAeUVbjOBwBupjSsMC4LM-HHi0P4kd2bAf5u7KYiugofJfg0-mu4FDbbhhIAprKDWxKtSYIbVWlClreRIb-R61eec/s4032/IMG_2397.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="4032" data-original-width="3024" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiD1yh9Yd6irW4WizpVmOsIxA3ot3-mrwo7gqTIQIwHRTtImdZEIDUAeUVbjOBwBupjSsMC4LM-HHi0P4kd2bAf5u7KYiugofJfg0-mu4FDbbhhIAprKDWxKtSYIbVWlClreRIb-R61eec/w300-h400/IMG_2397.HEIC" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Rumo a Madrid!<br /></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLBuAvhER_xlrutFAZFBWZEz7lwC0Tei83mWNj979wjEkPGvtAlKZR-6inrlF33w_J9UYnlUjJNG1GPqgtpEppHonTiGoXh5zHSQDSU-zu3ZVrUUmmgxD4KTGj6Pm8xrM6qzoHkcFFA_g/s4032/IMG_2444.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLBuAvhER_xlrutFAZFBWZEz7lwC0Tei83mWNj979wjEkPGvtAlKZR-6inrlF33w_J9UYnlUjJNG1GPqgtpEppHonTiGoXh5zHSQDSU-zu3ZVrUUmmgxD4KTGj6Pm8xrM6qzoHkcFFA_g/w400-h300/IMG_2444.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ciclovias de luxo </td></tr></tbody></table><div><br /></div><div style="text-align: justify;">De início esta nova metodologia parecia uma grande ideia. O percurso levou-me por parques e ciclovias que eu de outra forma nunca teria encontrado. O ritmo era lento, devido às paragens constantes e à natureza do percurso. Em certa altura quase perdia a carteira, com todos os meus cartões e documentos, de tanto andar a mexer no bolso para consultar o telemóvel. Mas foi só um susto e recuperei tudo em poucos minutos. Mais para a frente o percurso começou a ficar mais... exótico. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br class="Apple-interchange-newline" /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbbcqL5IUC14WI_WmGc2onMHhArByfN5z5AVqNN95Tm-q89mzVlJJCQu6smQOQG26oVup5rZ_ogiIKnFNCiFiyVFsaOkmT6ppBt5SU60GuC7_s2hf0hJzztZKHvfeBYR7twgL5ih7xzWg/s4032/IMG_2464.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbbcqL5IUC14WI_WmGc2onMHhArByfN5z5AVqNN95Tm-q89mzVlJJCQu6smQOQG26oVup5rZ_ogiIKnFNCiFiyVFsaOkmT6ppBt5SU60GuC7_s2hf0hJzztZKHvfeBYR7twgL5ih7xzWg/w400-h300/IMG_2464.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Há de haver uma cidade por aqui algures</td></tr></tbody></table></div><div><br /></div><div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdy9aqgzFOIckoio0iYix0EQmCZXAWKRZ6_MwM4FMiyZ-6jRE9kxTeHMFAqBNjEA3HtaPjFfu0EnI3feo-8rj6biPIGFxnx1PeB-vhPWP-WAHOVzapIvghUJTeQMw9H-AUvU4JBW9EbK4/s4032/IMG_2448.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdy9aqgzFOIckoio0iYix0EQmCZXAWKRZ6_MwM4FMiyZ-6jRE9kxTeHMFAqBNjEA3HtaPjFfu0EnI3feo-8rj6biPIGFxnx1PeB-vhPWP-WAHOVzapIvghUJTeQMw9H-AUvU4JBW9EbK4/w400-h300/IMG_2448.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Madrid??<br /></td></tr></tbody></table><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKjddaX-fcrvHFMBbtbjo8r_x5Ww8zFbbZB_ltNG5dz2fM4SjcCTz5l3WaoP6PXGk9tOtWyqBiUZfjRsJME_IFr7a_k-FoCKdVtsQJXN0gXoUbUF_PJElU8ap_mwYnJQETAKMj4bGfbiw/s4032/IMG_2456.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKjddaX-fcrvHFMBbtbjo8r_x5Ww8zFbbZB_ltNG5dz2fM4SjcCTz5l3WaoP6PXGk9tOtWyqBiUZfjRsJME_IFr7a_k-FoCKdVtsQJXN0gXoUbUF_PJElU8ap_mwYnJQETAKMj4bGfbiw/w400-h300/IMG_2456.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Hum...<br /></td></tr></tbody></table><br /><br /><div style="text-align: justify;">Começava a duvidar das ideias do Google Maps. Atravessei descampados, zonas de armazéns abarracados e outras zonas muito duvidosas. Fiz um pouco de BTT puro e duro, e circulei numa estrada fechada que estava aparentemente transformada numa lixeira a céu aberto. Passei em zonas que pareciam ter sido cenário recente de algum <a href="https://guimabotellon.wordpress.com/o-que-e-o-botellon/" target="_blank">botellón</a> épico, com o lixo e garrafas de centenas ou milhares de pessoas. Em todo este percurso não vi nenhum outro ser humano, o que por mim estava ótimo, mas levantava dúvidas sobre a esperada aproximação a uma das maiores zonas metropolitanas da Europa. </div></div><div><br /></div><div><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrVg6_DP4TJtSSR_Hvr9cJhHABOlNVtROQ5vEWovuk32er8tjcbZ4qRfkk4sd0BiRtvgRhQ7rOOsSBxPqPKf0rY_mdL0vlV_jlRA2ba_B_SrRTdqbWpnBfE6RXyEJaagxImjmCm13xm98/s4032/IMG_2450.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrVg6_DP4TJtSSR_Hvr9cJhHABOlNVtROQ5vEWovuk32er8tjcbZ4qRfkk4sd0BiRtvgRhQ7rOOsSBxPqPKf0rY_mdL0vlV_jlRA2ba_B_SrRTdqbWpnBfE6RXyEJaagxImjmCm13xm98/w400-h300/IMG_2450.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Sim, é uma lixeira numa estrada abandonada</td></tr></tbody></table><br /><br /><div style="text-align: justify;">Mas não havia motivos para preocupações. Eventualmente os trilhos transformaram-se em percursos dentro de jardins e parques, e depois em avenidas urbanas, que eu comecei a reconhecer. Estava em Madrid! A cidade nunca foi muito <i>cycle-friendly </i>e tem do trânsito mais agressivo que conheço, mas era excelente a sensação de estar a rolar em terreno conhecido. Lentamente, mas com confiança redobrada, fiz o meu caminho até ao hotel, junto à <i><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Porta_do_Sol_(Madrid)" target="_blank">Puerta del Sol</a></i>. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Parecia surreal estar num ambiente tão cosmopolita, depois de tanto tempo passado no deserto. As ruas e avenidas estavam cheias de turistas, as esplanadas e bares a abarrotar de gente que parecia falar todas as línguas. Guardei o turismo e as fotos para o dia seguinte, pois teria tempo de desfrutar da cidade. Agora o que eu precisava era de uma cerveja, para celebrar os mais de 700km da ligação Lisboa-Madrid, percorridos em seis dias.</div><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhppwc82gixjYYlcBSoIvsLH0468i80jX32tk39vtKvJbemQmtPG8Rze1DEDeS4AK8LDHzwq22gk96UkbvCYvlaSZ4E_ctCB4LMKkqaHjwD0VG5Vrvj6Vuwo4sxkf8BRqLBtnuiELTdjK8/s2100/IMG_2468.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1574" data-original-width="2100" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhppwc82gixjYYlcBSoIvsLH0468i80jX32tk39vtKvJbemQmtPG8Rze1DEDeS4AK8LDHzwq22gk96UkbvCYvlaSZ4E_ctCB4LMKkqaHjwD0VG5Vrvj6Vuwo4sxkf8BRqLBtnuiELTdjK8/w400-h300/IMG_2468.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Madrid!</td></tr></tbody></table><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjC9hynS_Jv4QalPIr9HX2dqe2DIzMBxvqrPFZYXPse-Fdz8tioe35tYty213Xwqfk0oG92jqv3Vj0TuIsAL8NQSYI2NES5Wrtzh7OcMEdkKHYCa3i5JW9Jk2ArtvskqRju6YcuFY2CpYc/s4032/IMG_2479.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjC9hynS_Jv4QalPIr9HX2dqe2DIzMBxvqrPFZYXPse-Fdz8tioe35tYty213Xwqfk0oG92jqv3Vj0TuIsAL8NQSYI2NES5Wrtzh7OcMEdkKHYCa3i5JW9Jk2ArtvskqRju6YcuFY2CpYc/w400-h300/IMG_2479.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Vista de quarto</td></tr></tbody></table><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhj73yBJmpxy_Cfcdz9_9Z5ojJyw98HX656jmsQHPN9QzWXbHHUroOSkClGifmcVQC9yaSyGxEZM4rNRSqeOR5MBifQGu3BDAZxeElheENko_X0LdZI2aH55uNK5IRER74oS5NS4fNS2YA/s4032/IMG_2475.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhj73yBJmpxy_Cfcdz9_9Z5ojJyw98HX656jmsQHPN9QzWXbHHUroOSkClGifmcVQC9yaSyGxEZM4rNRSqeOR5MBifQGu3BDAZxeElheENko_X0LdZI2aH55uNK5IRER74oS5NS4fNS2YA/w400-h300/IMG_2475.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Bicicleta no quarto #4</td></tr></tbody></table><br /><b style="text-align: justify;">Dia 6</b><span style="text-align: justify;">. Torrijos-Madrid. 90km. (Estrada/Ciclovia) </span></div>Bessahttp://www.blogger.com/profile/01544628827577680231noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1136361073578599697.post-46929452196697541402021-07-18T00:41:00.001+01:002021-07-18T21:49:33.206+01:00Projecto Caramelos: Dia 5 - Daquilo De Que São Feitos Os Sonhos<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9aTXzbuHnKlOj9PzOpE9JxZ5P7up9o32uAsluGrVvjHFkuKQ0x8mMw_7yC5eeBGfs3v3bLisbD6t7VoojCzOeLkWo3OpthywlHDMXt7yuY0gmS80j6_ik9Af5Hw1IZ0gfZcIV6cn_Zog/s4032/IMG_2390.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="4032" data-original-width="3024" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9aTXzbuHnKlOj9PzOpE9JxZ5P7up9o32uAsluGrVvjHFkuKQ0x8mMw_7yC5eeBGfs3v3bLisbD6t7VoojCzOeLkWo3OpthywlHDMXt7yuY0gmS80j6_ik9Af5Hw1IZ0gfZcIV6cn_Zog/w300-h400/IMG_2390.HEIC" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">What? Nunca comeram feijoada na cama?</td></tr></tbody></table><p class="p2" style="font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 15px; text-align: justify;"><br /></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">O Sol vai baixo e as sombras alargam-se pelas concorridas ruas do centro da capital espanhola. A bicicleta rola sem esforço pelo empedrado polido, o som da roda livre ecoando docemente nas paredes das casas centenárias. Desvio-me dos transeuntes com movimentos fluídos e elegantes, mantendo um ritmo suave mas constante. Sei, sinto, que estou a chegar. "Calle Victoria" leio numa placa na esquina de uma rua pedonal. Apropriado. Cá estamos. Entro na rua, a escassos metros da </span><i style="font-family: inherit;">Puerta del Sol</i><span style="font-family: inherit;">, o ponto mais central da capital do reino. Percorro os últimos metros entre esplanadas e um mar de turistas. A luz é simplesmente perfeita e de algum lado escuta-se o início de "</span><i style="font-family: inherit;">In your eyes</i><span><span style="font-family: inherit;">" de Peter Gabriel. É então que a vejo. Os cabelos </span>cor<span style="font-family: inherit;"> de cobre resplandecem no contra-luz do final de tarde. O colorido vestido de verão destacando a sua silhueta na rua apinhada. Os nossos olhares cruzam-se, atraídos por alguma força invisível. "Estás atrasado", diz ela, esforçando-se por esboçar o seu melhor ar reprovador, mas não contendo o sorriso. </span></span></div><p class="p2" style="font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 15px; text-align: justify;"><span><br /></span></p><p class="p2" style="font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 15px; text-align: justify;"><span>Não chego a articular a minha resposta, que antevejo ser hilariante e charmosa, pois há um crescente som irritante que monopoliza a minha atenção. Não percebo de onde vem, mas parece conhecido... Instintivamente, s</span><span>ilencio o alarme do telemóvel e levo alguns segundos a reconhecer o que me rodeia. São seis da manhã e ainda está esc</span><span>uro lá fora. Acendo a luz e levanto-me a custo da cama. Esforço-me por recordar que estou numa <i>casa rural</i> em Oropesa, uma pequena terra da província de Toledo, bem no meio do Grande Deserto Espanhol. </span></p><p class="p2" style="font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 15px; text-align: justify;"><span><br /></span></p><p class="p2" style="font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 15px; text-align: justify;"><span>Arrasto-me para o WC, mas as pernas pesam-me como dois marcos dos descobrimentos, e tenho o equilíbrio de um marujo bêbado recém regressado da carreira da India. Tenho muita sede, em</span><span>bora me lembre de me ter hidratado bem a noite anterior. Lavo os dentes e constato que, de alguma forma, tenho a boca cheia de sangue seco. A próxima etapa da minha higiene matinal não é mais animadora: pelo quarto dia consecutivo, a minha urina é da cor de </span><i style="font-family: inherit;">Earl Grey</i><span>. Saio da casa de banho a murmurar alguma coisa sobre "isso não deve ser bom". Ao lado da janela aberta, repousa o Dentuça. O seu olhar parece questionar: "O que é que estamos a fazer?"</span></p><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFTseNPOJ_LkLCsZlJzVPg7h7uJ9GsN0I2ZJDjzraqDCzQlMQTqDVF4GOwBopO3wc_zptOjd_ih8s-vnfvlD3X3rfiWO6z6ortwENouZ-9_MhxFHcc6cc6zIXli2ED81mlkyRD-fHAYDs/s4032/IMG_2357.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFTseNPOJ_LkLCsZlJzVPg7h7uJ9GsN0I2ZJDjzraqDCzQlMQTqDVF4GOwBopO3wc_zptOjd_ih8s-vnfvlD3X3rfiWO6z6ortwENouZ-9_MhxFHcc6cc6zIXli2ED81mlkyRD-fHAYDs/w400-h300/IMG_2357.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">#3 Bicicleta cá dentro</td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><div style="text-align: justify;">Não tenho resposta. Por isso limito-me a prosseguir mecanicamente com as arrumações. Tomo o pequeno almoço que tinha preparado e saio para a rua pelas sete da manhã. A esperada brisa refrescante não se materializa. Mesmo a esta hora, o dia está abafado. Nada posso fazer quanto a isso, mas posso acelerar o ritmo enquanto o Sol não me queima as pestanas. </div><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaPwNWhXg06JJ3eNgCCNq5afO57_WCn7hVPBPAWgela_3QYLhjR7BxgnoRcfY2yzwb6dV-7gLYPw8qDa2rSWu7ZkI75VQhi-mwUuCChLT21I24aKcUMOkM6d9PbCGJ0XBN7u3uinb0uUs/s4032/IMG_2365.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaPwNWhXg06JJ3eNgCCNq5afO57_WCn7hVPBPAWgela_3QYLhjR7BxgnoRcfY2yzwb6dV-7gLYPw8qDa2rSWu7ZkI75VQhi-mwUuCChLT21I24aKcUMOkM6d9PbCGJ0XBN7u3uinb0uUs/w400-h300/IMG_2365.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Habitual reabastecimento num posto de combustível</td></tr></tbody></table><br /><br /><div style="text-align: justify;">Sigo meio macambúzio pela estrada fora. Aos poucos os músculos começam a responder melhor e consigo manter um ritmo confortável. Pela hora do almoço rolamos pela cidade de <a href="https://www.torrijos.es/" target="_blank">Torrijos</a>, feia como poucas. Metade dos estabelecimentos comerciais estão encerrados, entaipados. E não é coisa recente, nem efeitos do COVID, alguns dos graffiti que "decoram" estes estabelecimentos têm décadas. Há edifícios de habituação no mesmo estado. E isto no centro, nos arredores o panorama ainda é mais deprimente. Mas o calor aperta e eu não quero outro dia a terminar tarde, comigo a transformar-me numa papa, rodeada de uma poça de suor. </div><br /><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJvd-jrvPO8CUXxZbk4TgwZRz5AUnd5DfVS8F8fdQzb_wW_6cfahVlJXFePtTrEmEUFNI8cpNE-JePFg2ANxJor7ZRdFdVSGLnzhxlc4ThEruCRluuBKqz__RF5_-Ph-X0IDMXUbRfQ1s/s4032/IMG_2378.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJvd-jrvPO8CUXxZbk4TgwZRz5AUnd5DfVS8F8fdQzb_wW_6cfahVlJXFePtTrEmEUFNI8cpNE-JePFg2ANxJor7ZRdFdVSGLnzhxlc4ThEruCRluuBKqz__RF5_-Ph-X0IDMXUbRfQ1s/w400-h300/IMG_2378.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Sombras e bancos! Foi a única vez que vi tal coisa!</td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><br /><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: justify;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqgago53OW3ZJpXvrV4NsG8ayW8tk9vIHCVdkUFRh8DA6YhBW3yVfKUSSCg_Y-N6-DOyOp8Id50Pgs_pQjDyW8fzeH-puTRfySB85UwteYrwR1ZeMT0-tsbgYCp4HM2bqnAxuufzSRoAA/s4032/IMG_2382.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqgago53OW3ZJpXvrV4NsG8ayW8tk9vIHCVdkUFRh8DA6YhBW3yVfKUSSCg_Y-N6-DOyOp8Id50Pgs_pQjDyW8fzeH-puTRfySB85UwteYrwR1ZeMT0-tsbgYCp4HM2bqnAxuufzSRoAA/w400-h300/IMG_2382.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Mais um dia no deserto</td></tr></tbody></table><br /></div><div><br /></div><div><div style="text-align: justify;"><br class="Apple-interchange-newline" />Faço uma reserva pelo telemóvel para um hotel, convenientemente situado ao lado de um armazém, uma bomba de gasolina (da Galp!) e uma lavagem automática, e minutos depois estou na recepção. É um alívio sair do Sol da tarde! Descanso um pouco antes de voltar a sair, já trajando à civil, para conhecer a zona. Há um interessante stand de carros clássicos, exibindo um Clio Williams e vários Mercedes dos anos setenta, apetitosos, tudo rodeado por um matagal descontrolado, que parece saído de um filme pós-apocalíptico. E um supermercado para grossistas onde comprei uns petiscos a baixo preço, aparentemente safando-me da questão de não ser comerciante, não estar registado e não ter um NIF espanhol, por ser um turista parvo, o que suponho seja justo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Refugiado no meu quarto de hotel climatizado, comendo várias excelentes iguarias, como uma feijoada, de lata, fria, pondero a cordura das minhas últimas decisões. Apesar de tudo estou vivo, estou inteiro, e pelo menos agora sei porque o Deserto Espanhol não parece ser grande coisa de destino turístico, e menos ainda para ciclistas. Amanhã, salvo algum imprevisto, estarei em Madrid. O GPS diz que serão apenas 86km de caminho, o que pode correr mal?</div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b>Dia 5</b><span>. Oropesa-Torrijos. 107km. (Estrada) </span></div></div>Bessahttp://www.blogger.com/profile/01544628827577680231noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1136361073578599697.post-3196191413369606642021-07-17T00:02:00.007+01:002021-07-23T01:20:02.683+01:00Projecto Caramelos: Dia 4 - Na Autoestrada, a Fugir à Polícia, com um Pneu Furado<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhAwgNrc7I-jzat-urQwrAk0G91M31tAz8sT7972DEoriwzaRMViOs8ehYXijb4QOltFDd71NyPpBKFftwerXUf_QCQwFvRIYl29TJ9CDippUjGuW6FTsMlCBop82vaSPjg0-YpH8Y-Rg/s4032/IMG_2308.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhAwgNrc7I-jzat-urQwrAk0G91M31tAz8sT7972DEoriwzaRMViOs8ehYXijb4QOltFDd71NyPpBKFftwerXUf_QCQwFvRIYl29TJ9CDippUjGuW6FTsMlCBop82vaSPjg0-YpH8Y-Rg/w400-h300/IMG_2308.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Caramelos?</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br />Decidido a evitar mais apertões de calor e surpresas tardias na jornada, na manhã do quarto dia levantei o rabo da cama o mais cedo que consegui. Tomei o pequeno almoço, incluído na estadia, tão cedo quanto era permitido e fiz-me à estrada. Desta vez tinha alojamento reservado, e estava decidido a ter um dia diferente. Para minha surpresa consegui mesmo fazer a navegação para fora da zona urbana de Trujillo sem percalços. Normalmente o meu GPS não permite esses luxos, mas naquela manhã tudo corria sobre rodas.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFF2saNRTeQ_k4xSWL2gsQpKrVK2QT_gKO6LTAIKjscq1FBVMGXst3eInpgHb4P37DUFXNwg8WACCLt81uo5D-dRi4PO-rQovVj4tJZNHFNA536liZIqXaj3vqnMsN03wrXpgISWgLEoo/s4032/IMG_2263.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFF2saNRTeQ_k4xSWL2gsQpKrVK2QT_gKO6LTAIKjscq1FBVMGXst3eInpgHb4P37DUFXNwg8WACCLt81uo5D-dRi4PO-rQovVj4tJZNHFNA536liZIqXaj3vqnMsN03wrXpgISWgLEoo/w400-h300/IMG_2263.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Rumo a Este, como sempre</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br />É claro que esta bonanza não poderia ser duradoura. Depressa percebi que a altimetria para a jornada era mais desafiante que nos dias anteriores. E o que não mudava contudo, era a temperatura elevada, e as grandes distâncias entre terras, amplos espaços onde não havia nenhuma possibilidade de descanso, refugio do Sol ou reabastecimento. O Deserto Espanhol, como lhe chamam alguns Portugueses de passagem, a caminho de destinos mais populares na Península Ibérica, faz jus ao seu nome.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEMG1HPudGPHxW7WU7cCilN-Xz74dY5f5DROACW24GzktGDjKAd8CaMxtGW5GBx-wcQJCuqxyak0WbRnGphOyTj6_HdI5eFUR0s71bBJJygfEGaBnpgt61pOW76wrTcUn-b_plVXZhgSM/s4032/IMG_2267.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEMG1HPudGPHxW7WU7cCilN-Xz74dY5f5DROACW24GzktGDjKAd8CaMxtGW5GBx-wcQJCuqxyak0WbRnGphOyTj6_HdI5eFUR0s71bBJJygfEGaBnpgt61pOW76wrTcUn-b_plVXZhgSM/w400-h300/IMG_2267.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Olha, montanhas!<br /></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">A manhã foi gasta a deambular por estradas de montanha, a ritmos muito lentos, enquanto a temperatura ia aumentado, até ficar intolerável. Continuava a não haver sombras para parar, nem lugares onde obter água ou comida. O desgaste era grande e o moral da expedição ia descendo ao ritmo que desciam também as reservas de líquidos disponíveis a bordo. Começava a ficar claro que, mais uma vez, não ia conseguir arrumar a etapa a tempo de evitar o calor infernal da tarde, no Deserto Espanhol.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQoO5i3pBWMwvHTfqFT5bI-RaV4ZZdCQgK0aYeV9KN_lUUePKSLQLmbQdOolG1e1X9thIrmAwNTXphe2nulRVpckl9lWa5wWG5qAkdtUyfUZUkCpTTkNnBjOxWeZvxCqbZgz0tDTuxaR0/s4032/IMG_2287.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQoO5i3pBWMwvHTfqFT5bI-RaV4ZZdCQgK0aYeV9KN_lUUePKSLQLmbQdOolG1e1X9thIrmAwNTXphe2nulRVpckl9lWa5wWG5qAkdtUyfUZUkCpTTkNnBjOxWeZvxCqbZgz0tDTuxaR0/w400-h300/IMG_2287.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">As coisas não são fáceis no deserto</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">Umas bombas de gasolina foram a minha salvação. Estava a ficar viciado em <a href="https://www.cocacolaportugal.pt/bebidas/aquarius" target="_blank">Aquarius</a>, a coisa mais parecida a uma bebida energética que era possível encontrar em quase todos os postos de abastecimento de combustíveis. Eventualmente a estrada "alisou", depois de uma longa descida, onde cheguei a passar dos 75km/h. Tinha voltado a ficar sem almoço pois não encontrei nada pelo caminho na hora apropriada, estava a ficar frito pelo Sol, mas sabia que já estava perto do destino.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUbRUiuOjiUtywjsF_j7k7D0kh13kUWbBjsE7wtsRELOqNJ6iTLsMj54miY-hmt6WpaXENiSYp7cMX1nz2sP4MwbvK9EkKwrocIaTKL4_NDQ1gtsKGkx_MoFn0u-PZ0OZA3TvAlOhgfhM/s4032/IMG_2281.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUbRUiuOjiUtywjsF_j7k7D0kh13kUWbBjsE7wtsRELOqNJ6iTLsMj54miY-hmt6WpaXENiSYp7cMX1nz2sP4MwbvK9EkKwrocIaTKL4_NDQ1gtsKGkx_MoFn0u-PZ0OZA3TvAlOhgfhM/w400-h300/IMG_2281.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Sombra! Para a bicicleta...<br /></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">Eu claramente já estava acusar o desgaste do calor, do esforço e da falta de comida. Foi neste estado que rolei até um cruzamento onde a estrada em que eu estava continuava para Oeste, coisa que não me interessava nada. Eu tinha que virar para Este, no sentido de Talavera de la Reina e Madrid. A minha dormida para a noite era em <a href="https://es.wikipedia.org/wiki/Oropesa_(Toledo)" target="_blank">Oropesa</a>, uma cidade a meio caminho. Rolar no sentido contrário era andar para trás,<br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Para Este, na direcção certa, a única estrada era a Autovía para Madrid, a A-5. Autovía é o nome dado à rede de autoestradas gratuitas, que ligam Madrid com o resto do país. Eles também têm estradas a que chamam mesmo "autoestradas", mas tecnicamente são a mesma coisa. Logo, não é permitida a circulação de bicicletas em nenhuma destas vias. Mas era para aqui que o GPS insistia que eu deveria ir, e francamente, eu não estava a ver alternativas.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0OQAAed2k2WCCmvpTeF7OUlaF8Z8v9VSEW90MAXboDb8LurvdtI61tpX2hFLTvTZMaDEGDRsf8__wPX7JgkgMuvILsRYcUsDJkIBxf_BKStNivBzxynQt2MjvM8TdLW7DC7Pjj4QpZeM/s1352/7FC13613-C120-4E81-8FCE-FE7D15C6B8D4.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="529" data-original-width="1352" height="156" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0OQAAed2k2WCCmvpTeF7OUlaF8Z8v9VSEW90MAXboDb8LurvdtI61tpX2hFLTvTZMaDEGDRsf8__wPX7JgkgMuvILsRYcUsDJkIBxf_BKStNivBzxynQt2MjvM8TdLW7DC7Pjj4QpZeM/w400-h156/7FC13613-C120-4E81-8FCE-FE7D15C6B8D4.jpeg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O dilema</td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBuDpcyJWmkovGd2DqHTCuPncsrwNgQ-Uce3KxivgepTHSNm_5ahi-uzopkQXONPkbLKkpDhHL3uHNpRd8IN7I5h4tS73UnxXTG9KCoXSwas3OccTPNGq6VyldKpX3JilE6ja2TJMD5cQ/s923/9A543E2F-1205-4F81-8639-97CFE689B277.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="448" data-original-width="923" height="194" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBuDpcyJWmkovGd2DqHTCuPncsrwNgQ-Uce3KxivgepTHSNm_5ahi-uzopkQXONPkbLKkpDhHL3uHNpRd8IN7I5h4tS73UnxXTG9KCoXSwas3OccTPNGq6VyldKpX3JilE6ja2TJMD5cQ/w400-h194/9A543E2F-1205-4F81-8639-97CFE689B277.jpeg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O percurso que eu fiz</td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Consultei o Google Maps, que me indicou que eu, de facto, deveria mesmo virar à direita, para Este, para a autoestrada! Não podia ser. E no entanto, fazia sentido e não parecia existir alternativa. De notar que o processo de tomada de decisão decorria junto ao cruzamento, à torreira do Sol, já que como era costume, não havia nem um palmo de sombra em lado nenhum. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Era tarde. Apesar de eu ter começado cedo, o dia já ia longo. Pressionado pelo calor, tive um momento "fuck it", e abalei a toda a velocidade para a <i>Autovía. </i>Tudo o que eu sabia era que sombra, água e descanso ficavam mais perto naquela direcção. Mesmo que esses luxos fossem obtidos numa esquadra da polícia, sempre era uma melhoria em relação à minha situação actual. A minha análise risco-benefício não era assim tão má.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Na autoestrada fui recebido por um ensurdecedor coro de buzinadelas. Ninguém abrandou nem nada do género, mas imensos automobilistas buzinaram para me avisar do meu "erro". Eu ignorei tudo e todos e rolava na berma a velocidades próximas dos 40km/h. Àquela velocidade depressa estaria debaixo de um belo duche gelado no hotel que tinha reservado e poderia esquecer aquele incidente. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br class="Apple-interchange-newline" /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4J-mUca8GJf0fT6vbJQBMHt3MHo6C5FUTAWdlW7QNaX2EN5DnoCtIdWevvMnE1-rUXgdfO8lo5L8UKvTnj1MZg6qa50w7b89blcX_SgxPuw2273cebbzd_MxvRx4wc4yq4PgBv_Iw_Fo/s4032/IMG_2303.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4J-mUca8GJf0fT6vbJQBMHt3MHo6C5FUTAWdlW7QNaX2EN5DnoCtIdWevvMnE1-rUXgdfO8lo5L8UKvTnj1MZg6qa50w7b89blcX_SgxPuw2273cebbzd_MxvRx4wc4yq4PgBv_Iw_Fo/w400-h300/IMG_2303.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A <i>Autovía</i> à esquerda</td></tr></tbody></table></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Mas claro, não poderia ser tão fácil. Estava a ensaiar mentalmente o que diria aos policias quando chegassem, coisas como "<i>custava assim tanto plantarem umas árvores para dar sombra?</i>" ou "<i>quem é que foi o palhaço que desenhou a vossa rede de estradas?</i>" quando o som inconfundível de um furo me chegou aos ouvidos. A rolar a toda a velocidade na berma, tinha passado por cima de alguma porcaria e o pneu traseiro começou a perder ar de forma audível. O líquido anti-furos não estava a funcionar e em pouco tempo estava a rodar encima do aro.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Abrandei o suficiente para não dar cabo da roda traseira, mas não parei. Não me pareceu boa ideia parar na AE... Depois reparei que havia uma área de serviço não muito longe e arrastei a bicicleta ferida até lá, instalando-me rapidamente num cantinho onde não estorvava ninguém. Debaixo do olhar curioso de camionistas, desmontei o que pude da bicicleta carregada e removi a roda traseira. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Não tinha ar. O <i>tubeless</i> estava frito e ia ter que colocar uma câmera de ar, mas resolvi tentar pelo menos voltar a encher de ar e ver se a coisa aguentava. Mas por mais que tentasse, parecia que a minha bomba de ar também não estava operacional. E agora eu sentia que estava a perder rapidamente o controlo da situação. Olhei para cima e questionei "Não tens mais nada para mim agora?" </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">E nesse momento, um carro patrulha da <a href="https://www.guardiacivil.es/es/institucional/Conocenos/especialidades/Seguridad_Vial/index.html" target="_blank">Guardia Civil</a> entrou na área de serviço.</div><div><br /></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXrUESoJfuuppZ85qpTyu1s9vVGeuqvUxFTn_4KoKwbBJVoXPIuWDf9c_lImrnKHnEhdAzz3rwqIqBqzZjwLCCj8SxSbmG84QESok1GI-MeWh9hd6BDSeortqT5eC9VaW8dMPgVYhEUlg/s4032/IMG_2294.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXrUESoJfuuppZ85qpTyu1s9vVGeuqvUxFTn_4KoKwbBJVoXPIuWDf9c_lImrnKHnEhdAzz3rwqIqBqzZjwLCCj8SxSbmG84QESok1GI-MeWh9hd6BDSeortqT5eC9VaW8dMPgVYhEUlg/w400-h300/IMG_2294.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O caminho para "casa"</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Os agentes olharam para mim, e foram à sua vida. E isso deixou-me a pensar. Normalmente em Espanha não há a balda que se vive em terras lusas, se eles me ignoraram era porque deveria haver uma forma legítima de chegar ali, que justificasse a minha presença na área de serviço. Coloquei a câmera de ar no pneu de trás, montei tudo de volta o melhor que pude e fui dar mais uma olhada no Google Maps.</div><div style="text-align: justify;"> </div><div><div style="text-align: justify;">Só nessa altura é que eu percebi. Paralela à <i>Autovía</i>, ao longo de vários quilómetros, seguia uma pista de gravilha, onde era permitida a circulação de veículos. Tinha sinais de trânsito e tudo. Essa pista passava por trás da área de serviço e justificava a minha presença no local. E a de eventuais tractores e maquinaria agrícola. O piso de gravilha era mauzito, um bocado no limite para os meus pneus finos, já para não falar para o meu nível de desgaste naquele momento. Mas era uma alternativa à AE!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjY3FMfXAlsUciAtb-m7gemW7VTFPSqwLhmtd_Ku-ZqlRZ7Q7W3ETnqLFz6FE7GTJVMncxs2MDXqGe3qonl0WrpCBovs9c9H9eLeBoMP_nWP-ZwkgbFUSggNu_svNnA9VAkaVC8CLITOi4/s4032/IMG_2322.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjY3FMfXAlsUciAtb-m7gemW7VTFPSqwLhmtd_Ku-ZqlRZ7Q7W3ETnqLFz6FE7GTJVMncxs2MDXqGe3qonl0WrpCBovs9c9H9eLeBoMP_nWP-ZwkgbFUSggNu_svNnA9VAkaVC8CLITOi4/w400-h300/IMG_2322.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Vista à chegada a Oropesa</td></tr></tbody></table><br /><br /></div><div><div style="text-align: justify;">E foi assim que, depois de reparar a minha mini-bomba e enchido por fim o pneu traseiro, fiz os últimos 30km a rolar em verdadeiro <i>gravel</i>. De vez em quando tinha umas atrevessadelas mais cabeludas, já que a tracção com pneus estreitos e lisos não era a melhor. Mas era suficiente. E por aquelas alturas, suficiente ia ter que chegar.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: center;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJhYHjGyEjhZgLHdpDQ4o9r6zRp2QU2FvVaLSDrClVHw6-sMjgv-TUZBaxc5ZikGPQ0XZDZU7Avy4ZwvcNrk70Qee6Ipba1oi__zdUzZ9zrEcAxR1x-JVHF6-3GR6OHkukR53IBOanpGo/s4032/IMG_2347.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJhYHjGyEjhZgLHdpDQ4o9r6zRp2QU2FvVaLSDrClVHw6-sMjgv-TUZBaxc5ZikGPQ0XZDZU7Avy4ZwvcNrk70Qee6Ipba1oi__zdUzZ9zrEcAxR1x-JVHF6-3GR6OHkukR53IBOanpGo/w400-h300/IMG_2347.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Já fiquei em sítios piores</td></tr></tbody></table><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><b style="text-align: justify;">Dia 4</b><span style="text-align: justify;">. Trujillo-Oropesa. 128km. (Estrada/AE) </span></div></div>Bessahttp://www.blogger.com/profile/01544628827577680231noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1136361073578599697.post-80593010100525793682021-07-16T00:31:00.002+01:002021-07-16T00:34:17.449+01:00Projecto Caramelos: Dia 3 - Um Gajo Vai Ter Que Se Chatear<p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRR6ICINjzen1xPNxkUGSyW2xHcIUaUiKxR-d1_zEFI76FT-NhoWxiBC2VBKu2mfYmwjJnEemKda4hpZDtwTzgip4f1hp99wh3t5eQI_4e_uJgegjR6tgPDfzS9Ohkz-Rw7XCBU9WSCW0/s4032/IMG_2245.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRR6ICINjzen1xPNxkUGSyW2xHcIUaUiKxR-d1_zEFI76FT-NhoWxiBC2VBKu2mfYmwjJnEemKda4hpZDtwTzgip4f1hp99wh3t5eQI_4e_uJgegjR6tgPDfzS9Ohkz-Rw7XCBU9WSCW0/w400-h300/IMG_2245.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Trujillo!</td></tr></tbody></table><br /><br /><p></p><div style="text-align: justify;">A manhã não começou muito cedo para mim. Eram já nove horas quando pus as rodas na estrada nacional 251, rumo a Cáceres. Para mais, não tinha tomado o pequeno almoço. Havia um restaurante no hotel onde tinha dormido, mas a comida gordurosa do jantar na noite anterior e a sensação de ter sido enganado com a conta, não me davam vontade de lá regressar. Assim, fui rolando, até à vila de <a href="https://es.wikipedia.org/wiki/Malpartida_de_C%C3%A1ceres" target="_blank">Malpartida de Cáceres</a>. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Aqui consegui um pequeno almoço decente. E tive a companhia de um colorido local, um sexagenário de chapéu de couro e pele curtida pelo Sol, que assim que percebeu que eu era um ciclista, fez questão de me contar a sua epopeia de viagem de bicicleta, de regresso dos Picos de Europa à Extremadura, depois de ter sido defraudado do seu salário. Sem comida e sem dinheiro, nos nos anos setenta, ele lá conseguiu fazer o seu caminho até casa. Mais engraçado eram os comentários do empregado, que parecia ter bastante confiança com o velhote, que tudo indicava ser um cliente muito regular, pois interrompia o relato com frequência, para levantar dúvidas sobre a veracidade dos factos: "<i>Trabajar? Pero si tu nunca hás trabajado un día en la vida?!</i>"</div><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhe2iDmohmPezkCOTAJMT6MWpB9X4Zz9F4hUnOGUbYqw4_Xuq-g5PuJrZC6wddqPyXv2uCiHwZWJyXfs8jGt6FVfnK5loWvkHWRbL6vLF32LOnxBJTTNYBRIU9MfWYpdnqMnHPlFfPCoMY/s4032/IMG_2201.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhe2iDmohmPezkCOTAJMT6MWpB9X4Zz9F4hUnOGUbYqw4_Xuq-g5PuJrZC6wddqPyXv2uCiHwZWJyXfs8jGt6FVfnK5loWvkHWRbL6vLF32LOnxBJTTNYBRIU9MfWYpdnqMnHPlFfPCoMY/w400-h300/IMG_2201.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Rolando no Grande Deserto Espanhol</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Não muito depois estava em <a href="https://es.wikipedia.org/wiki/C%C3%A1ceres" target="_blank">Cáceres</a>, e atravessei de uma lado a outro esta bonita capital provincial. Aqui dei conta do estranho habito dos espanhóis para usar máscara facial mesmo quando correm ou andam de bicicleta. O facto de eu não fazer o mesmo levantava alguns olhares desconfiados, mas eu continuei a só usar a máscara quando desmontava, já que fazia alguma questão, pelo menos de momento, de continuar a respirar. </div><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmBbCS-F94ZxgWpxZ0bxpVbkbWWv8JjWxjnnZBP5Axo3V8llT2oNOpQRGUCzyMXBEGgM0jeUAILPWEK30fEFrewMeVBD3yZLdafj68zoNcv3wSccL3SD3EU5o59KFuYA9jKOXYcdFn79c/s4032/IMG_2206.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmBbCS-F94ZxgWpxZ0bxpVbkbWWv8JjWxjnnZBP5Axo3V8llT2oNOpQRGUCzyMXBEGgM0jeUAILPWEK30fEFrewMeVBD3yZLdafj68zoNcv3wSccL3SD3EU5o59KFuYA9jKOXYcdFn79c/w400-h300/IMG_2206.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A Autovía A-58</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Continuei pela estrada nacional, que por momentos seguia paralela à <i>Autovía</i> A-58, pelo que o trânsito era inexistente. Depois virei para Norte, rolando por estradas mais remotas, já que a Nacional não seguia para os meus lados. Este giro forçado levou-me até <a href="https://es.wikipedia.org/wiki/La_Aldea_del_Obispo" target="_blank">La Aldea del Obispo</a>, onde entrei pela hora do almoço. O Sol ia alto, o calor apertava e eu continuava sem grandes energias.</div><p></p><p><br /><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEio-Xyen7rYlP2DSKZ6d06rgar4wM_-lUIswtpqAQKk_ULgas055YsiyyLkB6axFdY1BttR1gvxnHTiKfcv6fcjGnIM5aRZF3otFV0E7KU-s5gonVMjZeBOZqk1-8stqh3RSsDtG7jVi9M/s4032/IMG_2215.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEio-Xyen7rYlP2DSKZ6d06rgar4wM_-lUIswtpqAQKk_ULgas055YsiyyLkB6axFdY1BttR1gvxnHTiKfcv6fcjGnIM5aRZF3otFV0E7KU-s5gonVMjZeBOZqk1-8stqh3RSsDtG7jVi9M/w400-h300/IMG_2215.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A paisagem rumo a La Aldea del Obispo</td></tr></tbody></table><br /><br /><p></p><div style="text-align: justify;">Ao atravessar a aldeia, encontrei por acaso um alojamento de turismo rural, aparentemente especializado em observação de pássaros. Estavam vazios e a simpática senhora que me atendeu teria todo o gosto em alojar-me por aquela noite. Achei que precisava de descansar e um dia mais curto era mesmo o que estava à procura. Tendo em conta as distâncias entre terras, o calor abrasador e a dificuldade em encontrar comida e água entre cidades, a ideia de tomar refúgio naquela vila simpática agradava-me imenso. </div><br /><div style="text-align: justify;">Mas não estava nas cartas. Os sorrisos desapareceram quando tentei pagar o alojamento com cartão de crédito. Não era possível. Aliás, não aceitavam pagamento de nenhuma forma que não fosse em dinheiro vivo. Eu não costumo andar com muito dinheiro, e perguntei onde era a caixa automática mais próxima. Não havia. Na próxima terra, talvez. A 30km. </div><p></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuk_fGdtvengNFYxgmB4tEV6RUj46NsicCD2jYGPplL6Tfz_f5iy_x_L1ASPk68fKM3ONM3Vc1_E_jY65-B65fhtwnGlVvUH0E70jXoVXMdVjUszjMqgQbB7MtoGxECUlEVPra-A79ma0/s4032/IMG_2231.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuk_fGdtvengNFYxgmB4tEV6RUj46NsicCD2jYGPplL6Tfz_f5iy_x_L1ASPk68fKM3ONM3Vc1_E_jY65-B65fhtwnGlVvUH0E70jXoVXMdVjUszjMqgQbB7MtoGxECUlEVPra-A79ma0/w400-h300/IMG_2231.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Hora do Almoço</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Consultei a internet e verifiquei que existia alojamento abundante na próxima terra, <a href="https://es.wikipedia.org/wiki/Torrecillas_de_la_Tiesa" target="_blank">Torrecillas de la Tiesa</a>. Tinha pena de não ficar naquela <i>Casa Rural</i>, mas pronto, seriam só mais 30km, segundo a senhora. E era de facto mais ou menos isso. Mas em Torrecillas todo o alojamento estava tomado de assalto por um enorme exército de trabalhadores de um gigantesca <a href="https://www.iberdrola.com/quem-somos/linhas-negocio/projetos-emblematicos/usina-fotovoltaica-francisco-pizarro" target="_blank">central de energia</a> solar em construção nas redondezas. Não havia vagas em lado nenhum. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A hora de almoço tinha chegado e passado, o dia ia longo e eu ainda não tinha alojamento. O Google mostrava que não havia alternativas de nenhum tipo na zona, a não ser a cidade de Trujillo, que ficava fora de caminho. Liguei para a casa rural de La Aldea del Obispo, depois de ter levantado dinheiro na única caixa automática da zona, mas não tive muita sorte. A senhora informou-me que já tinha saído, que morava longe e portanto já não voltava. Tinha aquele tom de voz de "temos pena". </div><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-E0nwFFoH7kDUW-vMBi00Urmr1eX6rjm4ogIxFv9n28aILrdTlV_QXWCGDUT2lpHQ8UWm2leieehudvhyPbshyphenhyphenGuIUbBig551OoEC4vB9_Yt3C-ZZJyj-k_e5JLxcijZxZ3y3fein1ww/s4032/IMG_2241.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-E0nwFFoH7kDUW-vMBi00Urmr1eX6rjm4ogIxFv9n28aILrdTlV_QXWCGDUT2lpHQ8UWm2leieehudvhyPbshyphenhyphenGuIUbBig551OoEC4vB9_Yt3C-ZZJyj-k_e5JLxcijZxZ3y3fein1ww/w400-h300/IMG_2241.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Trujillo!</td></tr></tbody></table><br /><br /><div style="text-align: justify;">Rabujento, esfomeado, a ser literalmente queimado pelo Sol da tarde, fui obrigado a andar para trás, para chegar à cidade histórica de <a href="https://es.wikipedia.org/wiki/Trujillo_(Espa%C3%B1a)" target="_blank">Trujillo</a>, onde tinha reservado alojamento pelo telemóvel. Mais uma vez, pelo caminho não se encontrava nenhum sítio onde se pudesse parar, nenhuma sombra, nenhum estabelecimento para comprar bebidas, nada. Só o escaldante deserto espanhol. Eu juro que vi mesmo arbustos secos a rolar na estrada deserta, e abutres a sobrevoar-me, para completar o panorama do Oeste selvagem.</div><div style="text-align: justify;"> </div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg9IKbPCiJkHO2i68cap_wC_JpESyzkENPTzXF-kKwSyq6u4EFir3K9AU0y0fA2cDmT1xK3WN2UnYhyp7YGH0ombvBsm-zbbQ2vOyG8-ED_SEHFvsxxhQTWkbHPwrY534aga_MN7vFRjI/s4032/IMG_2260.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg9IKbPCiJkHO2i68cap_wC_JpESyzkENPTzXF-kKwSyq6u4EFir3K9AU0y0fA2cDmT1xK3WN2UnYhyp7YGH0ombvBsm-zbbQ2vOyG8-ED_SEHFvsxxhQTWkbHPwrY534aga_MN7vFRjI/w400-h300/IMG_2260.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">As gentes de Trujillo...<br /></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O que vale é que Trujilho, a terra natal de vários <i>Conquistadores </i>Espanhóis, é muito bonita. A cidade parecia deserta, mas eu estava a costumar-me ao facto dos espanhóis evitarem andar na rua entre as 10 e as 19 horas, para não terem que lidar com o Sol absolutamente escaldante destas paragens. Dei umas voltas e fui ao supermercado comprar comida a devorar no hotel, bem como abastecimentos para o dia seguinte. </div><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjipsnaF-iFOHYFNID8wqimbXeFBcYqi9m6PEm322QE084_oOHGha8oHW4AAC7H_jpjslTNd97dNR5AYt1Fv81Muv3ZojXiUQ4zz48UmppcEuUl0f6dyVFESvGFhaLZOj9kvWq9CZOHQwg/s4032/IMG_2251.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjipsnaF-iFOHYFNID8wqimbXeFBcYqi9m6PEm322QE084_oOHGha8oHW4AAC7H_jpjslTNd97dNR5AYt1Fv81Muv3ZojXiUQ4zz48UmppcEuUl0f6dyVFESvGFhaLZOj9kvWq9CZOHQwg/w400-h300/IMG_2251.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Bicicleta no quarto #2<br /></td></tr></tbody></table><p></p><p><b style="text-align: justify;"><br /></b></p><p><b style="text-align: justify;">Dia 3</b><span style="text-align: justify;">. Aliseda-Trujillo. 127km. (Estrada) </span></p>Bessahttp://www.blogger.com/profile/01544628827577680231noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1136361073578599697.post-16716213556813014632021-07-15T14:41:00.000+01:002021-07-15T14:41:04.010+01:00Projecto Caramelos: Dia 2 - Para lá da Fronteira<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNhEqh0hmXIJJ-UdIlS5p3SSdvVXzCjKYsBX1MzjraJjwnClAVjULE8YARZBoURLPe-sEoYZ7SjTyC6RCfRG12aRBLdNwWUDkOxB7bB6oJJ0WGtzd6D34aDfkbd-QLGFMdFTuP8Iphhwk/s4032/IMG_2174.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNhEqh0hmXIJJ-UdIlS5p3SSdvVXzCjKYsBX1MzjraJjwnClAVjULE8YARZBoURLPe-sEoYZ7SjTyC6RCfRG12aRBLdNwWUDkOxB7bB6oJJ0WGtzd6D34aDfkbd-QLGFMdFTuP8Iphhwk/w400-h300/IMG_2174.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Caramelos?</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br />Gostava de dizer que acordei rejuvenescido depois de uma boa noite de sono, mas no mundo real, as coisas nem sempre funcionam assim. Sendo certo q<span>ue</span> tive direito a umas oito horas de descanso, a verdade é que acordei a sentir-me letárgico, completamente sem energia. Parecia claro que o corpo ainda acusava <a href="https://lisboabike.blogspot.com/2021/07/projecto-caramelos-dia-1-o-homem-da.html" target="_blank">o esforço do dia anterior</a>. </p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVdfjZJfEScQZ3YpYVLOcXNFQM-BFwL3mLhYA9C_hFbEO2yqL8apiEQ4HTu_mFvNxjU0Rgyr9oYCok2GkWY2yi9-E_meNBLPQL3udl2SBQ3kgFwTe9Sn4KijCqF1i9x-aOahufqyeXmv8/s4032/IMG_2088.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVdfjZJfEScQZ3YpYVLOcXNFQM-BFwL3mLhYA9C_hFbEO2yqL8apiEQ4HTu_mFvNxjU0Rgyr9oYCok2GkWY2yi9-E_meNBLPQL3udl2SBQ3kgFwTe9Sn4KijCqF1i9x-aOahufqyeXmv8/w400-h300/IMG_2088.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A vastidão do Alentejo</td></tr></tbody></table><br /><br /><div style="text-align: justify;">A manhã foi muito bem passada, fiquei a conhecer todos os pontos de interesse da zona, que incluem pinturas rupestres e uma fronteira muito original, à qual voltaremos em breve. Foi engraçado o contraste do passeio com amigos, (incluído o latifundiário conhecedor da zona), versus o tempo passado em modo <i>bikepacker</i>, em que raramente tenho companhia nem a oportunidade de ficar a conhecer tão bem uma zona, mesmo que lá durma. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">São obviamente dois modos de viagem bem diferentes, o passeio com amigos, e a aventura na bicicleta, em solitário. Sou grande apreciador de ambos, e naquela manhã quente, as minhas preferências por boa companhia e o uso de carro para as deslocações maiores eram evidentes. Fui ficando e depois do almoço ainda lá estava, à conversa. Fiz o meu melhor por disfarçar os meus anémicos níveis de energia e o fraco entusiasmo pelos quilómetros que estavam para vir, mas chegou a altura em que a partida era inevitável. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh51KF7UhQeCW0R5gF1VF6JVlO4Xd97dBGc2ck1b3Ggv7yyp84i-FB1hwcb-azxE1ytd638_HVrsOtfDbc1Q4YHQbVdZKoZ5vmODXglv3zyGZ0O2AY_iTrRRYXA4jrEFFPqQq4gWGiHRZs/s4032/IMG_2170.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh51KF7UhQeCW0R5gF1VF6JVlO4Xd97dBGc2ck1b3Ggv7yyp84i-FB1hwcb-azxE1ytd638_HVrsOtfDbc1Q4YHQbVdZKoZ5vmODXglv3zyGZ0O2AY_iTrRRYXA4jrEFFPqQq4gWGiHRZs/w400-h300/IMG_2170.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Tudo preparado. Tudo menos eu!<br /></td></tr></tbody></table><br /><br /><div style="text-align: justify;">Foi com algum esforço disfarçado que me despedi dos amigos e montei na bicicleta, agora cerca de oito quilos mais pesada, devidamente apetrechada com o conjunto completo dos meus sacos, que incluíam material de campismo. Mas pouco depois, o entusiasmo familiar de me encontrar em estrada aberta, em autonomia completa, veio ao de cima. As dúvidas e hesitações ficavam para trás, arranjaria forma de manter as pernas em movimento. Havia uma fronteira para passar, e depois disso, o mundo era a minha ostra.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyODZ3b3g81QdI6XeUtVl93G2MtEgr1bjMPB5du9FXCliPq2ZaXL-_Cc0PX_55zO1ezhanblK-_AOHcIr6aomvhbHpZbM2STMfedNN7NaQwIZZ8RPkvNL3eOlAOmlT5a09ddiZf4HL32s/s4032/IMG_2140.HEIC" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyODZ3b3g81QdI6XeUtVl93G2MtEgr1bjMPB5du9FXCliPq2ZaXL-_Cc0PX_55zO1ezhanblK-_AOHcIr6aomvhbHpZbM2STMfedNN7NaQwIZZ8RPkvNL3eOlAOmlT5a09ddiZf4HL32s/w400-h300/IMG_2140.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Sim, esta é a fronteira!</td></tr></tbody></table><br /><br /><div style="text-align: justify;">Cerca de 5km depois estava na "ponte internacional mais pequena do mundo", e cruzava a fronteira no <a href="https://www.rayanos.com/noticias/turismo/88-el-marco-una-aldea-territorialmente-dividida-por-la-frontera.html" target="_blank">Marco</a>, entrando na Extremadura Espanhola. Parece ridículo afirmar que imediatamente se nota a diferença, mas essa é a realidade. Duas coisas depressa se tornam evidentes do outro lado da linha imaginária inventada pelos nossos antepassados: o ordenamento do território e a civilidade dos condutores. Parece que em Espanha se leva muito mais a sério a obrigatoriedade de garantir uma distância mínima lateral de segurança ao ultrapassar um velocípede, mesmo no fim do mundo que é esta zona fronteiriça. Em ambos os países essa distância são 1,5 metros, mas por vezes acho que em Portugal ninguém o sabe.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Quanto ao ordenamento do território, em Espanha, como na maior parte da Europa civilizada, não se pode construir em qualquer lado, nem de qualquer maneira, como acontece em Portugal. Por isso, saindo das vilas, não se encontra absolutamente nada senão campo. Não há casas dispersas nesta zona. Não há cafés da beira de estrada, não há barracões, não há oficinas, nem roulotes, nem pessoas a vender coisas na berma da estrada... nada. </div><div><br /><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhY5uJMZ_wxE29eezEarnu8gfr6JDJKiINjI6GOKO7xtqSANqaxsxa2RlxNwz9PYIYvhAtt-gwV9RQppGZJto0Lyr0uSxaW-VjkVXcuFVWVJcS4W1PQ7grViJlK2OnwHYtgx_RzWxtAX2Q/s4032/IMG_2180.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhY5uJMZ_wxE29eezEarnu8gfr6JDJKiINjI6GOKO7xtqSANqaxsxa2RlxNwz9PYIYvhAtt-gwV9RQppGZJto0Lyr0uSxaW-VjkVXcuFVWVJcS4W1PQ7grViJlK2OnwHYtgx_RzWxtAX2Q/w400-h300/IMG_2180.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A estrada para Aliseda<br /></td></tr></tbody></table><br /><br /><div style="text-align: justify;">Após os primeiros momentos iniciais de apreço pelo arrumadinhos que são os espanhóis, aos poucos um problema começava a tomar forma, e seria uma questão com implicações duradouras. É que quando eu digo que não havia nada, para além do tapete de asfalto, é que não havia mesmo <i>nada</i>. Nada! Não se encontravam parques de merenda, não havia abrigos de paragem de autocarro, não havia bombas de gasolina, nem quaisquer zonas com árvores ou qualquer tipo de sombra, em lado nenhum. Só o asfalto e uma planície infinita de campo, sempre atrás de uma cerca de arame farpado. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A única alternativa era continuar a pedalar até à próxima terra. Tendo arrancado apenas pelas 16:00h, era assumido que o dia na estrada seria de poucos quilómetros, e assim fiquei-me pela pequena cidade de <a href="https://www.turismoextremadura.com/en/explora/Aliseda/" target="_blank">Aliseda</a>. Esperava que tendo feito apenas cerca de 70km, o meu corpo não tivesse problemas em recuperar para as etapas maiores, debaixo do Sol escaldante do grande deserto espanhol, que se avizinhavam.</div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzsvuWt3Qrr8-dlppUbUh_f38RQOqTfFVZ73b0bQvDPydYiG_1KN38ikHgEx4Oq1aNjqS52CYG_Vym7uuzAP4uSHDQAMXUNpbvfIgz9VJ_t-Ne8PB2TY7kQ7vcVBcoxfpXiNA68reraKk/s4032/IMG_2183.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzsvuWt3Qrr8-dlppUbUh_f38RQOqTfFVZ73b0bQvDPydYiG_1KN38ikHgEx4Oq1aNjqS52CYG_Vym7uuzAP4uSHDQAMXUNpbvfIgz9VJ_t-Ne8PB2TY7kQ7vcVBcoxfpXiNA68reraKk/w400-h300/IMG_2183.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Bicicleta no quarto #1</td></tr></tbody></table><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjwmxbgtain_tVr4MY4-aIzuhzgPbs0JLJnlr-xc8FqRQQ1GKKLFuA2NFKrw4T7EcPZzYzWXSyqp_qZNeQ73eh0k27g-swhFYvXAUgzLFwFjZYsCQwku0HuuYm0zwzCYvrXDS4S1feTq4/s4032/IMG_2186.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjwmxbgtain_tVr4MY4-aIzuhzgPbs0JLJnlr-xc8FqRQQ1GKKLFuA2NFKrw4T7EcPZzYzWXSyqp_qZNeQ73eh0k27g-swhFYvXAUgzLFwFjZYsCQwku0HuuYm0zwzCYvrXDS4S1feTq4/w400-h300/IMG_2186.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Camas separadas!</td></tr></tbody></table><p><b style="text-align: justify;"><br />Dia 2</b><span style="text-align: justify;">. Esperança-Aliseda. 69km. (Estrada)</span></p></div>Bessahttp://www.blogger.com/profile/01544628827577680231noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1136361073578599697.post-50524250915993851822021-07-13T23:58:00.006+01:002021-07-14T00:54:54.736+01:00Projecto Caramelos: Dia 1 - O Homem da Marreta<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdwpDq_Rg1jJkUIY15O5fJN_mTRPydmP3uLX0SZbJwAuIHGKbA1qKoKUOBiLrMpoaDYhWaW_Ja3qQHANJYTx6FNYmT7G5ueWWZ_OAr1en9FTeR5fpF5CD-D4xNnlWR9_pmCwaRspjXjM0/s2048/IMG_2219.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdwpDq_Rg1jJkUIY15O5fJN_mTRPydmP3uLX0SZbJwAuIHGKbA1qKoKUOBiLrMpoaDYhWaW_Ja3qQHANJYTx6FNYmT7G5ueWWZ_OAr1en9FTeR5fpF5CD-D4xNnlWR9_pmCwaRspjXjM0/w400-h300/IMG_2219.JPG" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Caramelos?</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br />As coisas começaram de forma bem inocente, como quase sempre acontece. Tinha feito planos para acompanhar um amigo na sua deslocação de bicicleta ao seu lar ancestral do Alentejo. Éramos 3 ao todo, em bicicletas de estrada, e o plano era fazer a distância, cerca de 200 redondos quilómetros, num só dia. Por responsabilidades e coisas da vida, o meu amigo acabou por fazer a viagem de carro, em data inadequada para os restantes, mas eu estava decidido a ir de qualquer forma. </p><p style="text-align: justify;">E depois, já que ali estava, imaginei que seria fantástico aproveitar a proximidade à fronteira para dar um "saltinho" a Madrid e visitar mais uns amigos por lá. Afinal, no mapa eram apenas mais 400Km a solo, depois de ultrapassado o obstáculo do primeiro dia. Tinha planeado uma semana na estrada ao todo, e cerca de 700 quilómetros de caminho. Preparei o <a href="https://lisboabike.blogspot.com/2021/05/projecto-bacalhau-dia-11-o-equipamento.html" target="_blank">equipamento do costume</a>, de onde apenas havia a destacar uns pneus ligeiramente mais estreitos e mais lisos, uns GravelKing de 32mm, montados como sempre <i>Tubeless</i>.</p><p style="text-align: justify;"> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtJ-Oxxarfs2BcLYgZ51her5HvaEjkPx2wEsqRyAxhJzM0Z13HEwZKcCoMwzN0QKt_pHHxcd-4p5WuoqbNHq07c7fwB40_E-rIEjeqhjm0QK6UhpMfTFjZBXmqCvmcYRIdcxjCIa1uzkA/s1024/1323FE2B-DCA1-42B1-B67A-8B08DF99F2AC.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="768" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtJ-Oxxarfs2BcLYgZ51her5HvaEjkPx2wEsqRyAxhJzM0Z13HEwZKcCoMwzN0QKt_pHHxcd-4p5WuoqbNHq07c7fwB40_E-rIEjeqhjm0QK6UhpMfTFjZBXmqCvmcYRIdcxjCIa1uzkA/w300-h400/1323FE2B-DCA1-42B1-B67A-8B08DF99F2AC.jpeg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">"Isso é tudo muito giro, mas aqui há AC!"</td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: justify;">Para a longa primeira etapa, sendo que teria companhia, e carro de apoio, iria mais leve, sem os meus sacos, para mais facilmente fazer as tais cerca de duas centenas de quilómetros a um ritmo decente. No carro seguia também o Dentuça, talvez achando que já me aturaria o suficiente na semana que estava para vir. Ou talvez preferindo a companhia das "babes", como ele diria. Conhecendo quem lá estava, não sei se ele se safou com o estilo abusado do costume. Aliás, até hoje não sei bem como lhe foi o dia, a verdade é que ninguém está a falar. </p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: justify;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrLoXpemqGby4_ONCNXTvMleD1YW82YNE5G1kIwiskftNbSmlmnLVBCuTfofY5xPTvbEa10cc-1Z15PfssGfYuVw5hDAYk5FDkMKSheII0lbCY-Mx5K2WbkyQcJ4xf-LsMPPeZqo__TjY/s1920/667c3c64-3fef-4399-b46a-d0ec28681e4b.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1440" data-original-width="1920" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrLoXpemqGby4_ONCNXTvMleD1YW82YNE5G1kIwiskftNbSmlmnLVBCuTfofY5xPTvbEa10cc-1Z15PfssGfYuVw5hDAYk5FDkMKSheII0lbCY-Mx5K2WbkyQcJ4xf-LsMPPeZqo__TjY/w400-h300/667c3c64-3fef-4399-b46a-d0ec28681e4b.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A caminho do Montijo<br /></td></tr></tbody></table><div style="text-align: left;"><span style="text-align: justify;"><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Arrancando de casa num Sábado de manhã, a horas pouco recomendáveis, e apanhando o barco das 08:00 para o Montijo, tudo corria sobre rodas, não fosse o habitual comportamento cavernícola de muitos automobilistas da margem Sul, que parecem ter recentemente perdido a namorada para um ciclista. Ou talvez um ciclista lhes tenha roubado o bilhete vencedor do Euromilhões. Não sei. Não consigo explicar de outra maneira o nível de agressividade e ignorância de alguns condutores da zona. Alguns faziam mesmo questão de abrandar, num coro de buzinadelas, para nos "informarem" de que não podíamos circular a par ou que estávamos obrigados a rolar na "ciclovia" de 25m, cheia de carros e lixo, que o cacique local tinha construído com o apoio técnico de um fulano que, certa vez, <i>viu</i> uma bicicleta.</div></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXrz_foHCzXBtHkCmGtFuroMzBpsXeyQxLlkJ4EK5LHJ8dWxhuCFwelVJ5VNoJPZaefjHkHGa0FXkCQ15rYcP9FBc9iqW72HT1-jdwoJ4DSQt3p8nqi_pVgU9lIQEZ97NWNOLZa8kLzJA/s1920/e9515d66-1680-4e98-b3e1-82b67c7fa99a.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1081" data-original-width="1920" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXrz_foHCzXBtHkCmGtFuroMzBpsXeyQxLlkJ4EK5LHJ8dWxhuCFwelVJ5VNoJPZaefjHkHGa0FXkCQ15rYcP9FBc9iqW72HT1-jdwoJ4DSQt3p8nqi_pVgU9lIQEZ97NWNOLZa8kLzJA/w400-h225/e9515d66-1680-4e98-b3e1-82b67c7fa99a.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Mais de 100Km, e ainda há sorrisos</td></tr></tbody></table><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRoc-dv50Mzw2cS38qDxvAZeO2VnJHBcXfVSbNsIg76S8KEGpZgqdPZwjdHNaRsSQMg6Qcx89S_ajJJ7705f_lmbPQhccZW_VEiPOdQuqy15BO5CigX0I4Sk_OLmC5aiwa51qEHxRezw0/s1920/65e74259-f303-4d4d-9963-ccae40bf768f.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1920" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRoc-dv50Mzw2cS38qDxvAZeO2VnJHBcXfVSbNsIg76S8KEGpZgqdPZwjdHNaRsSQMg6Qcx89S_ajJJ7705f_lmbPQhccZW_VEiPOdQuqy15BO5CigX0I4Sk_OLmC5aiwa51qEHxRezw0/w400-h225/65e74259-f303-4d4d-9963-ccae40bf768f.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Almoço!<br /></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><span><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span>O ritmo era sempre alto, pelo menos para mim, mas eu rolava protegido na roda do meu amigo João</span><span>, onde passei aliás 99% do dia. O percurso era bem a Norte da Nacional 4, onde eu tenho alguma experiência, e que por isso mesmo decidimos evitar, passando por <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Mora_(Portugal)" target="_blank">Mora</a>, onde nos cruzamos com inúmeras motos. Era o </span><a href="https://www.les-a-les.com/" target="_blank">Lés-a-Lés</a><span> deste ano! Na paragem para almoço, em <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Pavia_(Mora)" target="_blank">Pavia</a>, mais de 100Km feitos, tudo ia bem. E aquela bifana soube divinamente. O pior ainda estava para vir.</span></div><div style="text-align: justify;"><span><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIg0ksGdSiHa9vVm4w1vE0rxgWeE0HJFcNL1ooew-CCEMs2wyper92yM89Da1UZf21ZTrneAb6V6uCGxlkJM8FB0pVlnh91h-ObJrOwEa7skEEIDZMSAdB4A3u0SMVStzgVDJrGx75RY0/s4032/IMG_2059.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIg0ksGdSiHa9vVm4w1vE0rxgWeE0HJFcNL1ooew-CCEMs2wyper92yM89Da1UZf21ZTrneAb6V6uCGxlkJM8FB0pVlnh91h-ObJrOwEa7skEEIDZMSAdB4A3u0SMVStzgVDJrGx75RY0/w400-h300/IMG_2059.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Sem sacos de bikepacking é mais fácil!</td></tr></tbody></table><br /><br /><p style="text-align: justify;">O calor apertava, não havia sombra nem forma de nos esquivarmos ao aperto constante do Sol. Mas tínhamos água e os quilómetros iam passando. A paisagem ia desfilando a um ritmo muito razoável de 26km/h desde o Montijo. Nem a altimetria nem o trânsito chateavam: rolávamos quase sempre em plano, e poucos carros se viam. Apenas tínhamos que lidar com as temperaturas e manter o ritmo. Apenas.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgV1gD7_kkljTdwRZGpEHjJNJguwiskxk2cEvSM0A7_wYnd1uLriDh1WnUbYnTCWSvnvP54-tlsK8BjopZMCZkNNc1ph47cdaVVkzhvHjpptGzA0_vjMtMDFuZWoOA_rZi6Muj2W8_1w30/s1024/81c3f21e-0d40-4c77-97fb-4f7ed66152ce.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="683" data-original-width="1024" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgV1gD7_kkljTdwRZGpEHjJNJguwiskxk2cEvSM0A7_wYnd1uLriDh1WnUbYnTCWSvnvP54-tlsK8BjopZMCZkNNc1ph47cdaVVkzhvHjpptGzA0_vjMtMDFuZWoOA_rZi6Muj2W8_1w30/w400-h268/81c3f21e-0d40-4c77-97fb-4f7ed66152ce.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br /><br /></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0L0OUUbM-hexLL0ZLqFJqBAD2HMzmfZgAejpXsTH8nr_PYdrcZ3H092ETvrcEyb0-FWvzTNTTVxRzKkIlDs7Ihxk_-LotJ1fSNO12ZvkH-CyP0Jv-b-mfXeAYVxbAsqBKa4U1v0s1AlQ/s1024/f2e9c6f7-ee26-4b2e-9307-e650cdbf5952.jpg"><img border="0" data-original-height="683" data-original-width="1024" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0L0OUUbM-hexLL0ZLqFJqBAD2HMzmfZgAejpXsTH8nr_PYdrcZ3H092ETvrcEyb0-FWvzTNTTVxRzKkIlDs7Ihxk_-LotJ1fSNO12ZvkH-CyP0Jv-b-mfXeAYVxbAsqBKa4U1v0s1AlQ/w400-h268/f2e9c6f7-ee26-4b2e-9307-e650cdbf5952.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p style="text-align: justify;">Suponho que é nesta altura que tenho de vos apresentar, a alguns de vós pelo menos, à figura lendária do Homem da Marreta. Sim, o Homem da Marreta. Trata-se de uma personagem mitológica, tipo um Yeti da estrada nacional, ou um Big Foot das subidas de dois dígitos de inclinação. Não há provas da sua existência, mas não falta quem tenha sentido a sua presença. O Homem da Marreta é um <i>retro-grouch</i>, um ciclista <i>old-school </i>(e mais outros anglicismos que agora não consigo, assim de repente, invocar), um tipo tão duro como um marinheiro do <i><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Moby_Dick" target="_blank">Pequod</a></i> e com o nível de empatia do <i><a href="https://en.wikipedia.org/wiki/The_Soup_Nazi" target="_blank">Soup Nazi</a>.</i></p><p style="text-align: justify;">O Homem da Marreta espera pacientemente, atrás de uma moita ou a seguir a uma curva apertada, por aqueles ciclistas incautos, que não são <i>rijos</i> o suficiente, que não acautelaram a hidratação, não comeram como deviam, ou simplesmente se aventuraram mais longe do que a sua forma física permitia. E naquele dia, foi o meu caso. Por volta do Km 170, deixei de conseguir ir na roda do João. Tudo ficou penoso e lento e complicado. Não tinha posição na bicicleta, todas as posturas eram incómodas, o meu pé direito inchou e parecia que não cabia no sapato, o meu traseiro perecia que estava sobre umas brasas quentes. </p><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiI8BuINnDg3Qt-WfPOCmW4Hdmc-BkAsfl8rpkUELsMOx1HKL5290DjaEyRQvqfJIjvpmgMA_7uOFQL2oi2JaZwfvDc2K6ZFplTRQOafToQ5z_LHyPLXuxZ5MtnSfvNTq56Tj2XH_LHquU/s4032/IMG_2060.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiI8BuINnDg3Qt-WfPOCmW4Hdmc-BkAsfl8rpkUELsMOx1HKL5290DjaEyRQvqfJIjvpmgMA_7uOFQL2oi2JaZwfvDc2K6ZFplTRQOafToQ5z_LHyPLXuxZ5MtnSfvNTq56Tj2XH_LHquU/w400-h300/IMG_2060.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Acho que me voltei a esquecer do protector solar...</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">Tudo o que podia fazer era arrastar-me, a velocidades ridículas. E arrastei-me mesmo até ao fim, que para o caso era num monte junto à aldeia de <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Esperan%C3%A7a_(Arronches)" target="_blank">Esperança</a>, a um punhado de quilómetros da fronteira espanhola. Dei por mim deitado no banco de trás do carro de apoio, pois estar de pé era demasiado cansativo, enquanto se discutiam pormenores do jantar que viria a seguir. Eu pensava era em como ia conseguir fazer, já sem sem apoio, os quilómetros que tinha pela frente. Parecia que a minha boca tinha andado a passar cheques que o meu corpinho ia ter sérias dificuldades em pagar. </p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdvkKFMQgL95meZWYDyUNVy5xrBuy_b3A1Kez1KqtqpzRj_Dxh6Aqa_RU_BaudMkRmifFWUS0DbKeVGHlYAyICaSYbGHtyKJSd9I_cCeig4wh5lWGtxuWGpcjB39EDPR6VLfICYeS5-V0/s4032/IMG_2065.HEIC" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdvkKFMQgL95meZWYDyUNVy5xrBuy_b3A1Kez1KqtqpzRj_Dxh6Aqa_RU_BaudMkRmifFWUS0DbKeVGHlYAyICaSYbGHtyKJSd9I_cCeig4wh5lWGtxuWGpcjB39EDPR6VLfICYeS5-V0/w400-h300/IMG_2065.HEIC" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fim de dia no Alentejo</td></tr></tbody></table><p></p><p style="text-align: justify;"><b><br /></b></p><p style="text-align: justify;"><b>Dia 1</b>. Isaltinistão-Esperança. 201km. (Estrada) </p>Bessahttp://www.blogger.com/profile/01544628827577680231noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1136361073578599697.post-26565166217311233932021-06-30T20:53:00.003+01:002021-06-30T21:19:56.543+01:00No País dos Rodinhas Tudo Corre Sobre Rodas<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKS9kI0rDHNMcB0V5zGxUiLNCwf6NoePFewRE3abDry5PD-xU9VBfhECTwFDYKgcSUQJjDINVFwXnkA129Dr2tXxeQUZrk4p8NRKuv3YqalEpd5B5ugUaeZ7422tTXoBG5dwnOjgv5Dg4/s559/CE7F9181-A9B7-4C4A-B7C6-9F68919B7A02.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="392" data-original-width="559" height="280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKS9kI0rDHNMcB0V5zGxUiLNCwf6NoePFewRE3abDry5PD-xU9VBfhECTwFDYKgcSUQJjDINVFwXnkA129Dr2tXxeQUZrk4p8NRKuv3YqalEpd5B5ugUaeZ7422tTXoBG5dwnOjgv5Dg4/w400-h280/CE7F9181-A9B7-4C4A-B7C6-9F68919B7A02.jpeg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>DR</i></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"><b>Não costumo falar destas coisas</b>, mas esta situação é demasiado triste e acontece demasiado perto de casa, literalmente. Para mais, acabado de regressar de uma viagem pelo país vizinho, que penso trazer em breve a estas páginas, há realidades que saltam à vista e têm que ser mencionadas.</p><p style="text-align: justify;">Em primeiro lugar, as minhas sentidas condolências e uma palavra de apoio para os familiares e amigos da <span style="text-align: left;">Patrizia Paradiso, a <a href="https://observador.pt/2021/06/28/ciclista-gravida-atropelada-mortalmente-em-lisboa/" target="_blank">ciclista abalroada por um automobilista</a> na Marginal no fim de semana passado. Quando falamos destas coisas, é fácil passar rapidamente para as questões prácticas, técnicas e até morais da discussão. Nunca será demais lembrar que se extinguiu uma vida, ou duas neste caso, já que a Patrizia se encontrava grávida. Talvez por isso, e por se tratar de uma jovem académica, e uma pessoa que parecia ter muito para contribuir para a sociedade, tem havido um maior interesse mediático neste caso. Pensem na tragédia que este acidente significa, para os familiares, os colegas, os amigos da Patrizia. O impacto que terá nas próximas semanas, meses e anos das suas vidas.</span></p><p style="text-align: justify;">E no entanto, lendo sobre o assunto, e sobre <a href="https://rr.sapo.pt/2018/11/02/pais/acidentes-com-bicicleta-provocaram-21-mortos-em-2017/noticia/129393/" target="_blank">a temática em geral</a>, somos imediatamente recordados que como estas coisas são tratadas em Portugal. É como se existissem uma série de consensos à priori, que moldam invariavelmente a discussão. Quem ler como a comunicação social aborda estes temas, encontra sempre dois elementos em comum:</p><p style="text-align: justify;"></p><ul><li style="text-align: justify;">Uma vontade irresistível de culpar a vítima. Ou pelo menos os ciclistas em geral. Porque "eles" saltam vermelhos, não usam luzes, não usam coletes reflectores, não circulam suficientemente encostados à berma, etc. (No fundo, porque existem).</li><li style="text-align: justify;">A mesma vontade de desculpar o automobilista. Porque a estrada era estreita. Porque havia má visibilidade. Porque a diferença de velocidade era muito grande. Porque as condições climatéricas eram más, etc. (No fundo, porque não têm culpa que "eles" existam).</li></ul><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Os próprios ciclistas, que, recordemos, são na maioria das vezes também automobilistas, se dividem. Por exemplo, os apologistas da obrigatoriedade do uso do capacete parecem sentir um alívio intenso, se souberem que a vítima em causa não levava capacete. Assim podem viver na ilusão de estarem eles próprios completamente seguros, sempre que saem para a estrada com um pedaço de esferovite na cabeça. </div><div><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Há um par de semanas</b> eu cruzei uma obscura fronteira no Alentejo e entrei na Extremadura Espanhola. Imediatamente me senti brindado por uma tremenda "cortesia" por parte dos automobilistas locais. A distância lateral que 95% deles me davam durante as ultrapassagens era, parecia-me, gigantesca. Um luxo, pensava eu. Toda a viagem me senti incrivelmente seguro, mesmo que não se visse nem mais um ciclista por aquelas paragens. Em Portugal, mesmo em zonas onde os ciclistas são presença habitual, as razias ao meu guiador são um acontecimento frequente. Ninguém é penalizado, e os automobilistas parecem desfrutar de "apertar" com o ciclista. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggSIF_7to44mqxYsVyowpPpGTAUcoW0Hj5hwWKNxhDkE2nbOVf_Q9cAcIRV7WGjTD2yG0XYEVz77Mdo_47p4uc84KWYBsUrbn1deEsCsUsHfsctYkVsct2cVcpAh_ygcSXnEBv6-yVccE/s2048/718462E5-BAE9-4097-9D5E-59286650EFF9_1_201_a.heic" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggSIF_7to44mqxYsVyowpPpGTAUcoW0Hj5hwWKNxhDkE2nbOVf_Q9cAcIRV7WGjTD2yG0XYEVz77Mdo_47p4uc84KWYBsUrbn1deEsCsUsHfsctYkVsct2cVcpAh_ygcSXnEBv6-yVccE/w400-h300/718462E5-BAE9-4097-9D5E-59286650EFF9_1_201_a.heic" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A sinalética não abunda por cá, mas as regras são as mesmas</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Passados um dias, e pensado sobre o assunto, constatei o obvio. Aqueles automobilistas, de uma das zonas mais pobres e de menor nível educativo do país vizinho, note-se, estavam apenas a cumprir a lei. Sim, porque a lei exige que <b>se abrande e se guarde pelo menos 1,5 metros </b>de distância lateral ao ultrapassar um velocípede. Idéntica legislação existe em Portugal. Mas os portugueses ignoram ou desprezam <a href="https://dre.pt/web/guest/legislacao-consolidada/-/lc/117121508/202002151051/73639159/diploma/indice" target="_blank">o código da estrada</a>, e as autoridades não se interessam minimamente por garantir o seu cumprimento. </div><div><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Eu passo com alguma frequência no local do acidente</b> da Patrizia, pois vivo muito perto. O limite de velocidade são 50Km/h. Não sendo ideal, e tendo bastante trânsito, não considero a estrada em si perigosa, afinal é plana, com bom piso e boa visibilidade. Sim, as faixas de rodagem são estreitas, como acontece em toda a N6, mas há duas para cada sentido. Por isso mesmo, os automobilistas deveriam mudar de faixa para realizar a ultrapassagem a um ciclista. O código da estrada a isso obriga. Mas o facto é que a maioria das pessoas da zona não se dá a esse trabalho. Menos ainda abrandam. Perderiam um par de segundos e não estão para isso. Muitos circulam em excesso de velocidade. Não poucos limitam-se a <i>poupar </i>a vida do ciclista no último momento, passando a uns míseros centímetros do guiador. </div><div><br /></div><div style="text-align: justify;">É tão simples quanto isto: o condutor que atropelou a Patrizia é objectivamente um homicida negligente, era sua obrigação garantir que podia parar em segurança se algum obstáculo lhe surgisse na faixa de rodagem, e devia igualmente garantir que no caso de uma ultrapassagem, esta seria efectuada a baixa velocidade e garantindo uma distância mínima lateral de 1,5 metros do velocípede. Tal não aconteceu, e agora ele é responsável por uma tragédia. Pouco há para discutir neste caso. Como é obvio, este condutor deveria estar neste momento detido, aguardando uma investigação, mas duvido muito que seja o caso. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Duvido mesmo, por experiência, que este homem venha a ser punido de alguma forma concreta ou sequer simbólica. E é esta ausência de qualquer castigo, qualquer responsabilização, tão portuguesa por sinal, que garante que continuarão a existir estes casos. Porque no fundo basta dizer "não vi" ou "aconteceu tudo muito rápido" e os culpados vão para casa, deixando um rasto de morte e destruição atrás de si. Não é falta de legislação, não é falta de ciclovias segregadas, é a actitude irresponsável de uma enorme fatia da população, que inclui a elite política e o poder judicial, para quem mobilidade é igual a automóvel e para quem as bicicletas são uns brinquedos incómodos, que devem simplesmente sair do caminho, como por magia, quando o veículo dos adultos se aproxima.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="260" src="https://www.youtube.com/embed/u1SfCvsOuQE" title="YouTube video player" width="495"></iframe> </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Pouco mudou. Este é uma país de <i>rodinhas</i>, onde as pessoas persistem em ir a todo o lado de automóvel, e consideram ter uma espécie de <b>direito divino de nunca abrandar</b> e ter lugar de estacionamento garantido a 10 metros do destino. Demasiados cidadãos olham para o mundo a partir desta visão provinciana do novo rico que adora o seu brinquedo mais caro. Um país onde por sistema se ignoram os limites de velocidade, impunemente. Onde diariamente se estaciona de qualquer maneira, em cima de passadeiras, de passeios, bloqueando a passagem em ciclovias, sem consequências. Onde uma enorme fatia da população não sabe, não conhece, não concebe outra forma de deslocar-se que não seja recorrendo ao automóvel. Assim é muito difícil ter uma discussão construtiva. O nível de ignorância em relação à temática dos modos suaves é demasiado grande. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Num país de analfabrutos, patos bravos, rufiões e chicos-espertos, andar de bicicleta na via pública é de facto arriscado. Mas não será por culpa da legislação, nem sequer da infraestructura, (embora muito se possa fazer neste capítulo) e muito menos dos ciclistas.</div><p></p>Bessahttp://www.blogger.com/profile/01544628827577680231noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1136361073578599697.post-76125630556108922482021-05-16T17:27:00.000+01:002021-05-16T17:27:16.879+01:00Projecto Bacalhau: Notas & Fotos Finais<div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgl3DobcvYD8KMgDRkEC1ZUUyEcM4STduluKq7B6q2KqZr0Eqq8oE1z0MS2yNbRTj-mXDoeFiaRaQrmVSd-m0dW1VpiMaw0sJg4egUocmQoTl2E2PWUtMFBdmEa1S5ynmcKJMmIepMHw3g/s2048/IMG_20200620_083641__01.jpg"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgl3DobcvYD8KMgDRkEC1ZUUyEcM4STduluKq7B6q2KqZr0Eqq8oE1z0MS2yNbRTj-mXDoeFiaRaQrmVSd-m0dW1VpiMaw0sJg4egUocmQoTl2E2PWUtMFBdmEa1S5ynmcKJMmIepMHw3g/w400-h300/IMG_20200620_083641__01.jpg" width="400" /></a></div><p style="text-align: justify;"><b><br /></b></p><p style="text-align: justify;"><b>Algumas notas</b> sobre viagens aventura de longo curso e outros projectos assim mais malucos. Cabe talvez realçar que o mais importante nesta questão não são as finanças, ou negociar o tempo suficiente longe do trabalho e de muitas outras responsabilidades. Nem é o treino, a preparação física, a compra do material para a bicicleta, a roupa, o planeamento exaustivo da viagem em termos de geografia, estradas, previsões meteorológicas, cálculo de distâncias diárias, etc. </p><p style="text-align: justify;">Não, por mais trabalhoso que seja resolver estas questões prácticas, que são importantes, o mais complicado é mesmo <i>decidir</i> ir. Parece simples, mas não é. Tem de haver motivação, e essa não surge do nada. É preciso querer mesmo ir, estar motivado é a única forma de sobreviver sozinho, na estrada, dia após dia. Quando as coisas começarem a correr mal, e vão correr mal em alguma altura, não pode haver dúvidas que é ali que queres estar. </p><p style="text-align: justify;">Resolvida esta questão, tudo o resto se torna mais manejável e as coisas acontecem. </p><p style="text-align: justify;"><b>E uma nota final:</b> não esperem que todos compreendam a vossa vontade de devorar quilómetros. Haverá quem vos tente desmoralizar, colocando buracos nos vossos planos. Por vezes é um amigo bem intencionado, que julga que te vai salvar de um embaraçoso falhanço. Por vezes é alguém mais invejoso, que considera impossível que faças algo que ele próprio nunca conseguiria. Eu tive quem me dissesse que a viagem acabaria ao segundo dia na parte de trás de uma ambulância. E tive gente a dizer-me que eu parava demais, que parava de menos, e porque é que não ia a museus, que ia demasiado depressa, que ia demasiado devagar... </p><p style="text-align: justify;">Uma viagem destas é tua, não é de mais ninguém. Seria bonito, mas não esperes que toda a gente apoie a tua decisão. Ela pode parecer a algumas pessoas uma coisa demasiado estranha. E as pessoas não lidam muito bem com o que não compreendem. </p><p style="text-align: justify;">Dito isto, também<b> ninguém faz nada sozinho</b>. Eu contei com o apoio à distancia de vários amigos que vibraram com as noticias do meu progresso e me animaram ao longo do caminho. E do inestimável apoio em coisas mais técnicas do meu amigo João Serôdio, ao contrário de mim, um atleta a sério. Graças a ele, a minha posição na bicicleta estava muito bem afinada e não tive quaisquer problemas físicos. <b>Obrigado João!</b></p><p style="text-align: justify;">Deixo-vos com mais algumas imagens, para quem busque inspiração.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimlduIpqaHqJ7a2y7GFXsiOvi_QDUcvnhZMBWdS1O1oxRP17u5RVhHWp7CV87rSSkKrx2HaLDOGsq9UOpXwEDO2IsxnDM1EEsiTbRa7BTOgYec8yuO-cL3KVmoYip3fdn8pmbQzGZNKtE/s2048/IMG_20200604_144142.jpg"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimlduIpqaHqJ7a2y7GFXsiOvi_QDUcvnhZMBWdS1O1oxRP17u5RVhHWp7CV87rSSkKrx2HaLDOGsq9UOpXwEDO2IsxnDM1EEsiTbRa7BTOgYec8yuO-cL3KVmoYip3fdn8pmbQzGZNKtE/w400-h300/IMG_20200604_144142.jpg" width="400" /></a></div><div><br /></div><br /><br /><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjk9Rx4pWPIPnC6TLP9Uoivnjgshehva4wG_TNDunbj-uxE_SHITBB7OiMPKWi8uTTHeTCqGAiBjC9dzMeZjb8N8AoOuKePiI77liU0UWvM2uRPGQt4G-s4LWNNt6eBydTHeC8FFGiEY6U/s2048/IMG_20200605_141307.jpg"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjk9Rx4pWPIPnC6TLP9Uoivnjgshehva4wG_TNDunbj-uxE_SHITBB7OiMPKWi8uTTHeTCqGAiBjC9dzMeZjb8N8AoOuKePiI77liU0UWvM2uRPGQt4G-s4LWNNt6eBydTHeC8FFGiEY6U/w400-h300/IMG_20200605_141307.jpg" width="400" /></a></div><br /><br /><br /><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEholjina54R-domDpIamhm3tWMWGimzavR7O3epFygya8DrCxUB5vjAf_kCZUgaokpp2HZ-41UcSr3fztaeQSAfvYa6XyOQ9L9k5DwJflggDzCTxrPI64S-633yMnjKPjZDC9iGMTl2ysA/s2048/IMG_20200605_154604.jpg"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEholjina54R-domDpIamhm3tWMWGimzavR7O3epFygya8DrCxUB5vjAf_kCZUgaokpp2HZ-41UcSr3fztaeQSAfvYa6XyOQ9L9k5DwJflggDzCTxrPI64S-633yMnjKPjZDC9iGMTl2ysA/w300-h400/IMG_20200605_154604.jpg" width="300" /></a></div><div><br /></div><br /><br /><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEje9ldctd4l2jh7jw-Xmp9gr00Pr4dmK9yMttjpTsCB3A4PBuceEcobXJ0Ufs753103U1-GJtRNQl9pVDUa4VpCzSbetndvzeqEBXNhNeOB4a2Pvm7IiCyaZpV5SCq2qwE50f8odbVXwyw/s2048/IMG_20200609_154653_01.jpg"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEje9ldctd4l2jh7jw-Xmp9gr00Pr4dmK9yMttjpTsCB3A4PBuceEcobXJ0Ufs753103U1-GJtRNQl9pVDUa4VpCzSbetndvzeqEBXNhNeOB4a2Pvm7IiCyaZpV5SCq2qwE50f8odbVXwyw/w400-h300/IMG_20200609_154653_01.jpg" width="400" /></a></div><br /><br /><br /><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiijWi0gpcIp4qZNT9ufCMEsJKP1O2FjCpjn2cJPJAf5GdCjX5MO9Pcb3vnDbXqdLAqzNCKDsK6vnbhl9FRrftdNBM4OLK2ACpH6C9laYCAB961o8DLW3JhoqVUL51ZMdxqlZgunfk5j6Q/s2048/IMG_20200609_162230.jpg"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiijWi0gpcIp4qZNT9ufCMEsJKP1O2FjCpjn2cJPJAf5GdCjX5MO9Pcb3vnDbXqdLAqzNCKDsK6vnbhl9FRrftdNBM4OLK2ACpH6C9laYCAB961o8DLW3JhoqVUL51ZMdxqlZgunfk5j6Q/w300-h400/IMG_20200609_162230.jpg" width="300" /></a></div><div><br /></div><br /><br /><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjV8Nu5e23i3fnD5ps0K-wHdWttvUe6Dxu2Zco3vIy-05E-PyQFmjHVTQtrniUa6Cg7KNAjifgIqe3cA5KIk38x7d7EfgS4FUg7IwGVDw_Lv7wBkUk_YL2NRjomrmxGUZn7N3vVqV2Vc3A/s2048/IMG_20200611_112001.jpg"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjV8Nu5e23i3fnD5ps0K-wHdWttvUe6Dxu2Zco3vIy-05E-PyQFmjHVTQtrniUa6Cg7KNAjifgIqe3cA5KIk38x7d7EfgS4FUg7IwGVDw_Lv7wBkUk_YL2NRjomrmxGUZn7N3vVqV2Vc3A/w300-h400/IMG_20200611_112001.jpg" width="300" /></a></div><div><br /></div><br /><br /><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7sMa3XtHstYWR3LVNo6nFc95zKXu6mgKRZbjS7CDDfv-pcAA7V1rBW79SPm05FAH4lDyOeEZQnj1Cm60JbtqwkVJIH_5kY9B2LTkinxUhDLlyz2p7Dpd3tdKPp494Re-MruR8o2tljgE/s2048/IMG_20200615_142614__01.jpg"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7sMa3XtHstYWR3LVNo6nFc95zKXu6mgKRZbjS7CDDfv-pcAA7V1rBW79SPm05FAH4lDyOeEZQnj1Cm60JbtqwkVJIH_5kY9B2LTkinxUhDLlyz2p7Dpd3tdKPp494Re-MruR8o2tljgE/w400-h300/IMG_20200615_142614__01.jpg" width="400" /></a></div><div><br /></div><br /><br /><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-Ccubx-3t5jT_ylipGu4Zth-aHGmru3AuO9LVDa45eGAWcKZYWBzwIUoRKYbPCht08OI_1jAjuc58Y2chyphenhyphenxC__kR1gvOIQJc90XMxiSiM8GCU9JNqkh9c_9lY5NScOg0mjpc9SQdSlqU/s2048/IMG_20200616_135340.jpg"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-Ccubx-3t5jT_ylipGu4Zth-aHGmru3AuO9LVDa45eGAWcKZYWBzwIUoRKYbPCht08OI_1jAjuc58Y2chyphenhyphenxC__kR1gvOIQJc90XMxiSiM8GCU9JNqkh9c_9lY5NScOg0mjpc9SQdSlqU/w400-h300/IMG_20200616_135340.jpg" width="400" /></a></div><div><br /></div><br /><br /><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFtW3vBhgT7fX7qih5YoPuwqT05CSs2m9j1sh4QLuWJSNCBObt2ONS7EBwGbB6XhGIbNf1sKPa56CQgjUVs8pFPUZlemAVMSWBE0CWgSX75Tj5eHMbArIH-Irbydk3U0HE7ZCWVyxY1F0/s2048/IMG_20200617_162743.jpg"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFtW3vBhgT7fX7qih5YoPuwqT05CSs2m9j1sh4QLuWJSNCBObt2ONS7EBwGbB6XhGIbNf1sKPa56CQgjUVs8pFPUZlemAVMSWBE0CWgSX75Tj5eHMbArIH-Irbydk3U0HE7ZCWVyxY1F0/w400-h300/IMG_20200617_162743.jpg" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhh_Pv0GD4gV808XiCNBG_Oc6Fdk-EpTFEhozZPHJ73OgTwzE_ANjww7Xlalts0wHtW4yVpEOcPIlDrwFY5pELaG909OJIy02EcIpA3vf0WNxAKz86BBhtHdr6QrMFEQrpUyF7PTMCWh9c/s2048/IMG_20200621_133713.jpg"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhh_Pv0GD4gV808XiCNBG_Oc6Fdk-EpTFEhozZPHJ73OgTwzE_ANjww7Xlalts0wHtW4yVpEOcPIlDrwFY5pELaG909OJIy02EcIpA3vf0WNxAKz86BBhtHdr6QrMFEQrpUyF7PTMCWh9c/w400-h300/IMG_20200621_133713.jpg" width="400" /></a></div><div><br /></div><br /><br /><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyeuauDrsswe-3syKqib06J4uWuQFuhjuJ_Xp5TZD8cdiVzhPPYq6IivHI27IkQ4K672FR_iRkMYjkpjWR190f4nIoALQqBthcqjz5Z5_LBlMrfG3kBEknwFTstGGXq2RnN2drqssXMlM/s2048/IMG_20200624_153552.jpg"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyeuauDrsswe-3syKqib06J4uWuQFuhjuJ_Xp5TZD8cdiVzhPPYq6IivHI27IkQ4K672FR_iRkMYjkpjWR190f4nIoALQqBthcqjz5Z5_LBlMrfG3kBEknwFTstGGXq2RnN2drqssXMlM/w300-h400/IMG_20200624_153552.jpg" width="300" /></a></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9yx60Z6mdy-vvVq7hSTCDLlwrdq1u8CfNyWlifU553B_ETC8i_goM2HlUJoLfOQY2Q9a-n2TuGtV8RVeGlzQYVIoA3fou6aunaJBYP3rAYGPoRBV0VXRJwqTvWfphO5l0el_fu7HOHzc/s2048/IMG_20200609_154536.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9yx60Z6mdy-vvVq7hSTCDLlwrdq1u8CfNyWlifU553B_ETC8i_goM2HlUJoLfOQY2Q9a-n2TuGtV8RVeGlzQYVIoA3fou6aunaJBYP3rAYGPoRBV0VXRJwqTvWfphO5l0el_fu7HOHzc/w300-h400/IMG_20200609_154536.jpg" width="300" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrIbORco7fwxWLEQcgnvmfUhyphenhyphen-SmZG2_JqeyTyFRk3aqJf6N9_as5mp_2aEVnRXGBuNnTOlb0yWC8DALsjrZZxxkO0nGfTkV2pV7ij5VEcZRroRAICrE7wmPhyphenhyphen-chuiQmvh8GssLabFFg/s2048/IMG_20200616_145053.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrIbORco7fwxWLEQcgnvmfUhyphenhyphen-SmZG2_JqeyTyFRk3aqJf6N9_as5mp_2aEVnRXGBuNnTOlb0yWC8DALsjrZZxxkO0nGfTkV2pV7ij5VEcZRroRAICrE7wmPhyphenhyphen-chuiQmvh8GssLabFFg/w400-h300/IMG_20200616_145053.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5Ps8jKpoT5xPencQZa7Is5SV4cA0T8JpSpJUd27AndaOplKsEUdTXn5YdwMt_aH5oqeolGybcYEy-QgYOiQPLACMdP1CyMYOJHOLHKuTML4I085KtQfAFUAL7INzyIB_FTZbIwqd5yzA/s2048/IMG_20200616_195052.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5Ps8jKpoT5xPencQZa7Is5SV4cA0T8JpSpJUd27AndaOplKsEUdTXn5YdwMt_aH5oqeolGybcYEy-QgYOiQPLACMdP1CyMYOJHOLHKuTML4I085KtQfAFUAL7INzyIB_FTZbIwqd5yzA/w400-h300/IMG_20200616_195052.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBWwHbfcjmPwg5GXtpvZsbvpylqCk56S8HRNYOvmb2b8n_nSdbXoc972RL_NNkhM6x1QMfoBNuvt5lawUJhlUWoKNHyAMc3AvTaJHvAo0BF4lA0GM1WrbmBUlU8UaSAZQibNGSc9v4v5s/s2048/IMG_20200618_142452.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBWwHbfcjmPwg5GXtpvZsbvpylqCk56S8HRNYOvmb2b8n_nSdbXoc972RL_NNkhM6x1QMfoBNuvt5lawUJhlUWoKNHyAMc3AvTaJHvAo0BF4lA0GM1WrbmBUlU8UaSAZQibNGSc9v4v5s/w300-h400/IMG_20200618_142452.jpg" width="300" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglUVUQzXUSI0wKtgBdADi_ogC4Vkpa5bx2t4-_o9OE-bo_r1aAeWjY9PJ4D21EVHLfpUVuq_z5HC1DKDEuZwRZ0mgufVj8fT_CrL5nVK2ZxNSrycFDT9C8dDKeiUcAyDHOH5nt-xD10jM/s2048/IMG_20200618_155255.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglUVUQzXUSI0wKtgBdADi_ogC4Vkpa5bx2t4-_o9OE-bo_r1aAeWjY9PJ4D21EVHLfpUVuq_z5HC1DKDEuZwRZ0mgufVj8fT_CrL5nVK2ZxNSrycFDT9C8dDKeiUcAyDHOH5nt-xD10jM/w300-h400/IMG_20200618_155255.jpg" width="300" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjWRidytgKW5pgAjl58-0hKV_KYg6dxuxvszFCeHb4B_VsV4ZN4LNNF3KmDifRqlp27tQdczCGXi86Ajgi9tTfk907heKd3a0Z2WkzUOl3s86P4URxHgcc52Ik2NML8Zxl0-SgkYUC3rg/s2048/IMG_20200618_194318.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjWRidytgKW5pgAjl58-0hKV_KYg6dxuxvszFCeHb4B_VsV4ZN4LNNF3KmDifRqlp27tQdczCGXi86Ajgi9tTfk907heKd3a0Z2WkzUOl3s86P4URxHgcc52Ik2NML8Zxl0-SgkYUC3rg/w400-h300/IMG_20200618_194318.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgB-XO6LUfVlg74QOFnRtlpeNeE9R2R7oGkINJvMhxreSev38MHEOyBnXm1MaIDHprcAipAPxpXzsKlO3pf2k3D91wOGTP5L0u5VtWjq0SUamWPp3PdsxTIdwBmcPy8loIJbWjGAivrdFE/s2048/IMG_20200620_183609.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgB-XO6LUfVlg74QOFnRtlpeNeE9R2R7oGkINJvMhxreSev38MHEOyBnXm1MaIDHprcAipAPxpXzsKlO3pf2k3D91wOGTP5L0u5VtWjq0SUamWPp3PdsxTIdwBmcPy8loIJbWjGAivrdFE/w400-h300/IMG_20200620_183609.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2a9Hq42EJe-06qvM0t2hD0Of_9sT6HAFzKwnHJZUFOimB81Pzt530I7smw7ZCBqdA8FifMqHywU8HCiBZP6k_zzhkgttQOoOKmP_1LQYXJlTPLdC_F2nDT3bB6GXA5_xn4I3zYVtq6Nw/s2048/IMG_20200621_085422.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2a9Hq42EJe-06qvM0t2hD0Of_9sT6HAFzKwnHJZUFOimB81Pzt530I7smw7ZCBqdA8FifMqHywU8HCiBZP6k_zzhkgttQOoOKmP_1LQYXJlTPLdC_F2nDT3bB6GXA5_xn4I3zYVtq6Nw/w400-h300/IMG_20200621_085422.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwb2cf2UPOlKp03GoYoPW5FlRh5Nkr1Ur7x0xueCBpBjaGWtZ85GxZEmTIEb_qO94MM0OVBYs5q7B_V3zovdHHx1zsfM6JdSBRg1sv-NAOq2uPQGbsir4BSiyEhWBY_3W8W5wVE6y9o28/s2048/IMG_20200621_160824.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwb2cf2UPOlKp03GoYoPW5FlRh5Nkr1Ur7x0xueCBpBjaGWtZ85GxZEmTIEb_qO94MM0OVBYs5q7B_V3zovdHHx1zsfM6JdSBRg1sv-NAOq2uPQGbsir4BSiyEhWBY_3W8W5wVE6y9o28/w300-h400/IMG_20200621_160824.jpg" width="300" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVJGaqe8AMMz1EEJN7y5DMjyKZBZs9O3eVO-S6Pe7MzsIKHvEYUbcTi44O_6hK2v-rNyGMDnbqhVqfpy_QMN5giJ_grqdITrc6GCcDHpJqEftgW_JnZiWeTdk2k902JkXkNe0VIN3qvro/s2048/IMG_20200621_175627.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVJGaqe8AMMz1EEJN7y5DMjyKZBZs9O3eVO-S6Pe7MzsIKHvEYUbcTi44O_6hK2v-rNyGMDnbqhVqfpy_QMN5giJ_grqdITrc6GCcDHpJqEftgW_JnZiWeTdk2k902JkXkNe0VIN3qvro/w400-h300/IMG_20200621_175627.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnPPphKCpnonkMQYqnzcp_jYzYk1o7JzITbKDNck0qvrFAr86-i4ZYxNBtHFwlDfAf6sua_q1LmT6JnHS8r6vZs5t2pn1q5MzMTBtvehYwWWKPdbVQWDZZhLRi0dZVTy-uWrApnMPht2c/s2048/IMG_20200622_192037.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnPPphKCpnonkMQYqnzcp_jYzYk1o7JzITbKDNck0qvrFAr86-i4ZYxNBtHFwlDfAf6sua_q1LmT6JnHS8r6vZs5t2pn1q5MzMTBtvehYwWWKPdbVQWDZZhLRi0dZVTy-uWrApnMPht2c/w400-h300/IMG_20200622_192037.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkh6zIctxf3S8BY8IvgeV2feH-zdUvkrFK1Rb-gA7vhLOhkmmOoAD5RZ-7LOgW3rhwBsFhmDAna8Gs4VmVHjNgmoO6mmKIA49HiDITEZVodjggWyE2x6QUIf2sos2XjZ7xMpYEGURHk28/s2048/IMG_20200623_125512.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkh6zIctxf3S8BY8IvgeV2feH-zdUvkrFK1Rb-gA7vhLOhkmmOoAD5RZ-7LOgW3rhwBsFhmDAna8Gs4VmVHjNgmoO6mmKIA49HiDITEZVodjggWyE2x6QUIf2sos2XjZ7xMpYEGURHk28/w400-h300/IMG_20200623_125512.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div>Bessahttp://www.blogger.com/profile/01544628827577680231noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-1136361073578599697.post-278513024422080682021-05-15T16:35:00.000+01:002021-05-15T16:35:48.738+01:00Projecto Bacalhau: Dia 23 - Até ao Fim<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghhYYCWckMXX-5MyNcjWg2ILjn2BZI3VO23XWYd5L5g0pyGVZ7ZGsSVoI7CDG8klDy5MEpgD1HVP4gRnwUNv3syH58fj4Pa-FPn9jy9aVri6pPqXWgmmLPa8CQFCJ-_OZN-QdFJc_mkkQ/s2048/IMG_20200624_182946.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghhYYCWckMXX-5MyNcjWg2ILjn2BZI3VO23XWYd5L5g0pyGVZ7ZGsSVoI7CDG8klDy5MEpgD1HVP4gRnwUNv3syH58fj4Pa-FPn9jy9aVri6pPqXWgmmLPa8CQFCJ-_OZN-QdFJc_mkkQ/w300-h400/IMG_20200624_182946.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Almada. O Isaltinistão ali tão perto</td></tr></tbody></table></div><br /><p style="text-align: justify;">A manhã do último dia começa em algumas das estradas onde eu mais evitaria pedalar em Portugal. As nacionais ao redor de Sines. Sem bermas, sempre com trânsito relativamente denso e rápido, e com malta que ultrapassa as bicicletas de qualquer maneira. Um TIR passou a milímetros do meu guiador e o Dentuça chamou-lhe nomes que eu nem sabia existirem. Este percurso foi tanto mais inglório porque eu fui mesmo obrigado a voltar para trás. Eu explico: há poucos anos algum iluminado resolveu caçar uns votos "inaugurando" uma autoestrada nesta zona, ou melhor, mudando o nome à antiga estrada de duas faixas por sentido que vinha para Sines, e com a alteração, para sempre banindo os velocípedes de ali circularem.</p><p style="text-align: justify;"> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTyPxKxlzuCoTNTgRFt6mzXPAqMKl97SX5z-2lvpx43nuAhnHI9yDC6S24l-GlZPK5XQ-2k4mw0qrpw5BVY856GZpu3K3Lzn3oN7LhPIMzH2fe2ZJhCFPPFT1NyguMDTgVBRpWWTR5CWY/s2048/IMG_20200624_111725.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTyPxKxlzuCoTNTgRFt6mzXPAqMKl97SX5z-2lvpx43nuAhnHI9yDC6S24l-GlZPK5XQ-2k4mw0qrpw5BVY856GZpu3K3Lzn3oN7LhPIMzH2fe2ZJhCFPPFT1NyguMDTgVBRpWWTR5CWY/w400-h300/IMG_20200624_111725.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Por aqui?<br /></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br />Embora tudo indicasse o contrário, eu estava convencido que existiria um caminho para Norte para bicicletas, passando por Sines, mas evitando a dita A26, e o GPS, por uma vez, concordava comigo. O que eu não contava era com o que seria preciso para sair dali sem usar a dita nova "autoestrada". Para o GPS um caminho é um caminho. Mas eu é que tenho que lá passar!</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqAtPg7OUINdzeovzHOyw0YFyxlJI2oSspL3D06NEyYiXsvzIcm0bNs2nKm7N_G-0vVmje3RqH95_aeY6aGoeNIan3d2Q_PhRlHBPISSRBYdsQmJXYyK0-zutuU-TBncZiKfaMjyDx96U/s2048/IMG_20200624_111213__02.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqAtPg7OUINdzeovzHOyw0YFyxlJI2oSspL3D06NEyYiXsvzIcm0bNs2nKm7N_G-0vVmje3RqH95_aeY6aGoeNIan3d2Q_PhRlHBPISSRBYdsQmJXYyK0-zutuU-TBncZiKfaMjyDx96U/w400-h300/IMG_20200624_111213__02.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Por aqui??<br /></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br />Primeiro tive de usar uns acessos a um estacionamento, depois tive de contornar por trilhos a refinaria e os depósitos de hidrocarbonetos de Sines. Mais tarde andei mesmo no meio do mato, usei umas estradas de acesso para trabalhadores da refinaria e depois de circular numa linha férrea encerrada, lá encontrei uma saída para uma estrada nacional que seguia para Norte. </p><p><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhArslg5zAC29de4Gzr_FCD_j5ryPVoQi6Ic5v-M6av4oRNO8-_5bHNGnUj4hBPkysQRUpxUYAOhuDK2JaJqugZwLICOnO7M2UghFDQ4GwoAPm3GnF-oKq75QPdvicxEHLNIqlYV4582Ds/s2048/IMG_20200624_111730.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhArslg5zAC29de4Gzr_FCD_j5ryPVoQi6Ic5v-M6av4oRNO8-_5bHNGnUj4hBPkysQRUpxUYAOhuDK2JaJqugZwLICOnO7M2UghFDQ4GwoAPm3GnF-oKq75QPdvicxEHLNIqlYV4582Ds/w300-h400/IMG_20200624_111730.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Por aqui!<br /></td></tr></tbody></table><br /><br /><div style="text-align: justify;">Quando finalmente vi a zona de Sines pelas costas, realmente tinha evitado a autoestrada, mas era quase hora de almoço e o calor apertava. Tinha os pulsos em mau estado, devido ao piso e o terreno que tinha atravessado, e estava a ficar claro que não haveria pausa para almoço, não se eu queria estar em casa, no Isaltinistão, antes de escurecer.</div><div><br /></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5imvZ78FcR4GtxR-lSBP_WuHz3k-A_j-ZBRp6expz26xaVErM8I-sTvxfFMTxAg5orEf-LQgyPrZ7sy5NiqUfxnjjj1cpdkabihyphenhyphenTowoZ5W9gU7es0Al0Jx1m2XHYH09BWFKFvce97Cs/s2048/IMG_20200624_113517.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5imvZ78FcR4GtxR-lSBP_WuHz3k-A_j-ZBRp6expz26xaVErM8I-sTvxfFMTxAg5orEf-LQgyPrZ7sy5NiqUfxnjjj1cpdkabihyphenhyphenTowoZ5W9gU7es0Al0Jx1m2XHYH09BWFKFvce97Cs/w300-h400/IMG_20200624_113517.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Hum...<br /></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">Cheguei sem muitos incidentes a Troia, mas sempre debaixo de imenso calor. O trânsito cada vez mais intenso e os condutores que desprezam a vida dos outros vão tirando alguma piada a circular por estas bandas. Nesta altura ainda faltavam duas travessias de ferry e mais de 40Km para eu chegar a casa, mas eu sentia que era já mesmo ali ao lado.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwtq7aWew0xyJMck7Fiz8clFQ4PaGZJjjoUJWbMwZaHn_umUwAXvFYrlVw-P_sRgFb3K4Y_60ipGlmt-o7aarLUQgVcfyWlelcPR7owtoZgYOJGlRTiq81sLORFl1wGdiQQjbI8MKjF_c/s2048/IMG_20200624_160253.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwtq7aWew0xyJMck7Fiz8clFQ4PaGZJjjoUJWbMwZaHn_umUwAXvFYrlVw-P_sRgFb3K4Y_60ipGlmt-o7aarLUQgVcfyWlelcPR7owtoZgYOJGlRTiq81sLORFl1wGdiQQjbI8MKjF_c/w400-h300/IMG_20200624_160253.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">No Ferry</td></tr></tbody></table><br /><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4SDQ58zTE4LsDzgDfdrlTM3Nfa5pfRkHMvj8ft63om7BJwk7r17j6s0JyVC2p-gRAZ8H9eNkIPC4I-HUmx37MUpY44875u2cMcnIN_5zR1b-76Hv_nTBSY7_KROh8F4dEZE-sUwNyER8/s2048/IMG_20200624_161818.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4SDQ58zTE4LsDzgDfdrlTM3Nfa5pfRkHMvj8ft63om7BJwk7r17j6s0JyVC2p-gRAZ8H9eNkIPC4I-HUmx37MUpY44875u2cMcnIN_5zR1b-76Hv_nTBSY7_KROh8F4dEZE-sUwNyER8/w400-h300/IMG_20200624_161818.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Pronta para os últimos Km</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">Não era. No Ferry para Setúbal vimos golfinhos e a criançada a bordo correu para ver os simpáticos animais, que pareciam saudar a nossa passagem. Foi um momento de serenidade, que não me preparou para o que viria a seguir. A subida à saída de Setúbal fui brutal. Pouco depois encontrava um trânsito absolutamente infernal entre Setúbal e Almada, em hora de ponta e debaixo de um calor abrasador. Filas e filas de transito caótico, os paquidermes metálicos enfurecidos, que eu contornava e deixava para trás, apesar do cansaço dos mais de cem quilómetros nas pernas.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiaX_LanhIxT4DyThgL8aG83kCPAfTkwClIxB9ho9A3SVdykmThFNsxEYSxP7lVNRTHUM-2uP0Vp9oTaPq1xnOXt6zLSUNj7NRtv_csCpnuYJqFyOtps_yHwRRRPNrFBsWKDWhdn8-9zg/s989/projecto+bacalhau.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="989" data-original-width="743" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiaX_LanhIxT4DyThgL8aG83kCPAfTkwClIxB9ho9A3SVdykmThFNsxEYSxP7lVNRTHUM-2uP0Vp9oTaPq1xnOXt6zLSUNj7NRtv_csCpnuYJqFyOtps_yHwRRRPNrFBsWKDWhdn8-9zg/w300-h400/projecto+bacalhau.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">De maneiras que foi isto</td></tr></tbody></table><br /><p></p><p style="text-align: justify;">Suponho que não poderia ser de outra maneira, haveria esforço até ao fim. Em Almada tive de correr para o barco. Uns minutos depois estávamos a ser libertados na outra margem, no Cais do Sodré. O Dentuça exclamou um sentido "<i>I'm back, bitches!</i>" mas a euforia durou-lhe pouco. A rolar lentamente numa Marginal repleta de carros, uma certa melancolia pareceu instalar-se. Parecia incrível estar de volta, mas era verdade, ali estávamos nós, 23 dias e 1900Km depois, practicamente de volta ao ponto de partida. No ar andava uma pergunta, pesada, inevitável, incontornável. "E agora?"</p><p style="text-align: justify;">Para libertar a mente destas questões fracturantes, comecei a assobiar o <a href="https://youtu.be/td0pAn5agqs" target="_blank">tema de Lucky Luke</a>, como tinha feito em tantos outros finais de dia, nas semanas anteriores. Depressa o Dentuça me acompanhou e juntos cantarolamos pela estrada fora, enquanto mergulhávamos cada vez mais no caos do fim do dia do Isaltinistão. </p><p style="text-align: justify;"><br /></p><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlJq3pCSn8xK4osnVAsugEpgJS662q77Td-pHbi2YUl58-nOtC5wUbQIkyYCjNQ4FTVNZSqnKxjYncn9TeVbY2vKO-lq0G0JHS7jTjGwYRDw1nQZk1HF4EQWYDWClN0qyVU8BnUCf6OWI/s2048/IMG_20200624_193547.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlJq3pCSn8xK4osnVAsugEpgJS662q77Td-pHbi2YUl58-nOtC5wUbQIkyYCjNQ4FTVNZSqnKxjYncn9TeVbY2vKO-lq0G0JHS7jTjGwYRDw1nQZk1HF4EQWYDWClN0qyVU8BnUCf6OWI/w300-h400/IMG_20200624_193547.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Km finais: 1909</td></tr></tbody></table><div><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><b>Obrigado</b> a todos os que seguiram esta pequena saga desde o início, espero ter motivado alguém a fazer uma viagem mais longa de bicicleta ou ajudado a esclarecer o que acontece, ou pode acontecer, num tour deste género. Estarei disponível nos comentários para questões que surjam. </i></div><div style="text-align: justify;"><i><br /></i></div><div style="text-align: justify;"><i>Espero também encontrar alguns de vós na estrada. O tempo está excelente. Boas pedaladas!</i></div><div><br /></div><div><b>Dia 23</b>. Porto Covo-Isaltinistão. 153Km. (Estrada/Trilhos)</div>Bessahttp://www.blogger.com/profile/01544628827577680231noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-1136361073578599697.post-34145545793658270352021-05-14T15:35:00.000+01:002021-05-14T15:35:53.886+01:00Projecto Bacalhau: Dia 22 - Roendo uma Laranja na Falésia<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLcREdcQGXGMc4LgFMOkeSAdZuh44ZoAiD0801Bgd3SuyMO-6kQzmh6yEVybvRa3KrngkXitX5uqhnIbRaLV4VJSXgyOX00uRTcMy3c4EXXOEVz9NsprwqsuNitxiD9enTpExC2GM1mcU/s2048/IMG_20200623_174421.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLcREdcQGXGMc4LgFMOkeSAdZuh44ZoAiD0801Bgd3SuyMO-6kQzmh6yEVybvRa3KrngkXitX5uqhnIbRaLV4VJSXgyOX00uRTcMy3c4EXXOEVz9NsprwqsuNitxiD9enTpExC2GM1mcU/w400-h300/IMG_20200623_174421.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Porto Covo<br /></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;">Olhando o mundo azul à minha frente, penso em todos os sítios por onde andamos nas últimas semanas. Do profano ao sagrado, da grande urbe ao parque natural, do litoral ao interior, o Dentuça e eu vagueamos ao nosso ritmo e ao sabor do vento, por algumas das mais belas estradas do nosso país. </span></p><p style="text-align: justify;">Esta manhã tomámos um descansado pequeno almoço em Lagos. Mas o ambiente <i>turístico </i>do Algarve não me convence. As pessoas dos hotéis e restaurantes do Sul parecem demasiado mercenárias. A moça do alojamento de Lagos, depois de me fazer esperar uma boa meia hora, fez o equivalente a atirar as chaves para o chão e dizer "desenrasca-te, eu tenho que voltar para a praia". As boas gentes da N2 deixaram-me talvez mal acostumado. </p><p><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsKjxoCMNZnlw17gVE0fGzZd6sJbzqphyphenhyphenrkGPD__Oc0NEIhJAzNQP-F1vTWdZed2VHMy1g-Ag8Q-w3pSTidjdR-AdKT9628P8tZjg2ky3qLqWHCAybrC4KjriEhKsVpYnCuKU4S5y6l_Q/s2048/IMG_20200623_145300.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsKjxoCMNZnlw17gVE0fGzZd6sJbzqphyphenhyphenrkGPD__Oc0NEIhJAzNQP-F1vTWdZed2VHMy1g-Ag8Q-w3pSTidjdR-AdKT9628P8tZjg2ky3qLqWHCAybrC4KjriEhKsVpYnCuKU4S5y6l_Q/w400-h300/IMG_20200623_145300.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Dizem que havia um pessegueiro na ilha</td></tr></tbody></table><p><br /></p><p style="text-align: justify;">O vento sopra do mar, e na tranquilidade daquele miradouro de Porto Covo, com a barriga cheia de piza obtida ali ao lado, em Vila Nova de Milfontes, eu sei que tudo está prestes a acabar. Toda esta liberdade, esta alegre vagabundagem, vai ter mesmo um fim. Mas estou em paz com essa ideia. E isso será outro dia, por hoje tenho esta paisagem. E a brisa que sopra. E um mar de recordações.</p><p><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEij0Wr-_ZPJ6saCZsg2Ta23INm4kI_8KYxRfCvFSnb8QVt2dNX5r551pCnibQysRN2Vyp6SArDcqjI6Jgo_pDFhKiuVQqN9jX0D7ZHyvQ7Ohw8T20pL2mxx7etewQPvv3SzHhM0fSS9pGQ/s2048/IMG_20200623_174835.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEij0Wr-_ZPJ6saCZsg2Ta23INm4kI_8KYxRfCvFSnb8QVt2dNX5r551pCnibQysRN2Vyp6SArDcqjI6Jgo_pDFhKiuVQqN9jX0D7ZHyvQ7Ohw8T20pL2mxx7etewQPvv3SzHhM0fSS9pGQ/w400-h300/IMG_20200623_174835.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Isto é capaz de não ser normal</td></tr></tbody></table><br /><br /><div style="text-align: justify;">O corpo talvez agradeça um descanso também. Nem todas as mazelas dos primeiros dias sararam completamente. O Sol de Junho continuou a fazer estragos. Eu sinto que poderia prosseguir, talvez indefinidamente, mas também não será má ideia dar atenção a estas pequenas coisas. </div><br /><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqHfWWJANTseUL02GuSPVkdsdxCzYdFjNT-BSb2pHj2JagZ8MDd5bDIz2zYEvb-RktM5MaYb1H75PKaiJQ_hXpvK-fm3m30crw_pPRRpzbomBLZXtw4D8GaswzOIt9h_Qu8EGQDu2V0LM/s2048/IMG_20200623_173727.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqHfWWJANTseUL02GuSPVkdsdxCzYdFjNT-BSb2pHj2JagZ8MDd5bDIz2zYEvb-RktM5MaYb1H75PKaiJQ_hXpvK-fm3m30crw_pPRRpzbomBLZXtw4D8GaswzOIt9h_Qu8EGQDu2V0LM/w400-h300/IMG_20200623_173727.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Porto Covo</td></tr></tbody></table><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUcB1UB0P7WB9HC_99DR89WpvNza6Z5xgdRyJ4NF80icJTHfTWfolb-oTqjO6l0nndZDqC79GMyDm3_1WrOJSi1L1tX5ZwkLSxXXEt9j5rKcYUWQz3gNaLdcvgGjFHz9Nzc9Zlz_KuShg/s2048/IMG_20200623_160320.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUcB1UB0P7WB9HC_99DR89WpvNza6Z5xgdRyJ4NF80icJTHfTWfolb-oTqjO6l0nndZDqC79GMyDm3_1WrOJSi1L1tX5ZwkLSxXXEt9j5rKcYUWQz3gNaLdcvgGjFHz9Nzc9Zlz_KuShg/w400-h300/IMG_20200623_160320.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Casa, por hoje</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Para aquele que será o último jantar na Estrada, faço questão de comprar uns petiscos no mini mercado local e fazer uma festa de despedida no parque de campismo de Porto Covo, onde chegamos depois do almoço, fazendo o caminho mais directo desde Lagos. A opção de rumar a Norte deveu-se à falta de entusiasmo para ir até Sagres, onde já estive muitas vezes de bicicleta, e àquela sensação omnipresente de que isto está terminado.</div><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXx2pi99LFp1jQwgopo2w8fC0F6fIw02o1XBESqktmYEARo_5Bh8jPMES-WYb6XPQxCye-r5-XNAwI_PS29me72RYXzxWCgkPcPxADIsOkJN6Oy2nJ6qBknHYpLDHCexzUD8mA-GQcoos/s2048/IMG_20200623_125536.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXx2pi99LFp1jQwgopo2w8fC0F6fIw02o1XBESqktmYEARo_5Bh8jPMES-WYb6XPQxCye-r5-XNAwI_PS29me72RYXzxWCgkPcPxADIsOkJN6Oy2nJ6qBknHYpLDHCexzUD8mA-GQcoos/w400-h300/IMG_20200623_125536.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="text-align: left;">Vila Nova de Milfontes</span></td></tr></tbody></table><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMKg4r-B3M3mVsPwXLbjvbLDRYozkBvFGuMizPfV3gRVizGyWnZTo7WLm9VyhIjqEn-sLfZirVOzF40epFgFbip38u7BOWJRbyZ1NVIvmgMLBJJrxbYua5DczdNiFqIxNJY_bY4Gt7190/s2048/IMG_20200623_125438.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMKg4r-B3M3mVsPwXLbjvbLDRYozkBvFGuMizPfV3gRVizGyWnZTo7WLm9VyhIjqEn-sLfZirVOzF40epFgFbip38u7BOWJRbyZ1NVIvmgMLBJJrxbYua5DczdNiFqIxNJY_bY4Gt7190/w400-h300/IMG_20200623_125438.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="text-align: left;">Rio Mira e o Mar, em Milfontes</span></td></tr></tbody></table><p><b><br />Dia 22</b>. Lagos-Porto Covo. 112 Km. (Estrada)</p>Bessahttp://www.blogger.com/profile/01544628827577680231noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1136361073578599697.post-63994044671182744822021-05-13T18:02:00.000+01:002021-05-13T18:02:31.857+01:00Projecto Bacalhau: Dia 21 - Lagos<p></p><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMZA_y7L4ZCOmSKiQuqburV6ky90btx6bjej_cpY9pqJuhkFn3T5dJQMxVLM92i08g5evoZI8uSGUbFXg_TOG9Ty9kyWUsOwxPukzL3nckdC060MHqmsV7hC0Cnp3_6UflpX_hqzYMdD0/s2048/IMG_20200622_154748.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMZA_y7L4ZCOmSKiQuqburV6ky90btx6bjej_cpY9pqJuhkFn3T5dJQMxVLM92i08g5evoZI8uSGUbFXg_TOG9Ty9kyWUsOwxPukzL3nckdC060MHqmsV7hC0Cnp3_6UflpX_hqzYMdD0/w400-h300/IMG_20200622_154748.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr></tr></tbody></table></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Acordo numa belíssima <i>Guest House</i> vazia, algures em Faro. Vazia até às obras começarem, aparentemente do nada surgem homens das obras que estão a renovar uma zona contigua, que comunica misteriosamente com a Guest House. Circulam livremente pela casa que eu julgava vazia. Refeito da surpresa, pequeno almoço tomado, aproveitando a cozinha apetrechada e as sobras do jantar da noite anterior, agarro na bicicleta e saio para a rua. </div><br /><div style="text-align: justify;">Mas para fazer o quê? Ir para onde? Desde o fim da tarde de ontem que se instalou uma crescente e inevitável sensação de que esta viagem chegou ao fim. Ainda estou a 300 ou 400Km de casa, num Algarve solarengo. Mas esta zona, e o litoral Alentejano, já foram por mim bastante exploradas de bicicleta e não exercem o mesmo fascínio que, por exemplo, uma N2, feita pela primeira vez. Depois de três semanas na estrada, talvez precise apenas de descansar. Seja como for, a expedição tem a sua própria inercia, e tal como um super petroleiro carregado, não pode parar repentinamente. </div><br /><br /><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7c7pard8mQ0T8OB_-jdG0Vzd0ErYQM4izX-q4daj0I-a0ouBNRvr3d2y4JpV90l59t_IEDxQFnzkdjAySSoKFzdZDs4z5ePG5hoM6hUIs00oVA0lClcg2xYB6-DuwCIz72Ehnjv3Sn3A/s2048/IMG_20200622_110034.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7c7pard8mQ0T8OB_-jdG0Vzd0ErYQM4izX-q4daj0I-a0ouBNRvr3d2y4JpV90l59t_IEDxQFnzkdjAySSoKFzdZDs4z5ePG5hoM6hUIs00oVA0lClcg2xYB6-DuwCIz72Ehnjv3Sn3A/w300-h400/IMG_20200622_110034.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Mais um parque de merendas</td></tr></tbody></table><br /><br />E assim arranco na direção de Lagos, com a vaga intenção de ir passear por lá, já que gosto bem mais dessa cidade do que de Faro. O caminho sugerido pelo GPS não é grande coisa e há muito mais trânsito que aquilo a que me vim acostumando nos últimos tempos. Há muita gente, muito betão, muita urbe, muita confusão para o meu gosto. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqoPvibk-qvGaX1EYkUCOet1P8VDVussw_SFAVrph-uJG3_RL5ZaB7dkS5Ex4VVoYnKhl15NHnIbIioh-PlNmzh079_wlhSP7-kHfglIE1LpIXbJ0hkALX7J7sqh5F2Nc7FpPaX3nSLGQ/s2048/IMG_20200622_113806.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqoPvibk-qvGaX1EYkUCOet1P8VDVussw_SFAVrph-uJG3_RL5ZaB7dkS5Ex4VVoYnKhl15NHnIbIioh-PlNmzh079_wlhSP7-kHfglIE1LpIXbJ0hkALX7J7sqh5F2Nc7FpPaX3nSLGQ/w400-h300/IMG_20200622_113806.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Puro Algarve<br /></td></tr></tbody></table><br /><br /><div style="text-align: justify;">A jornada termina sem grande história em Lagos, pela hora do almoço. Reservo dormida e vou passear pela cidade. A sensação de melancolia persiste. Talvez me faça bem um pouco de descanso.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBSpJYaqtkYCx3dVYLYaXpmpNjUYCNXXhjyKHQnxkUr8a2WLvm24SufixGpUdnzM5Ouk2JndETEJvdvfqr6WKkTey85oECvpLYl2OfQyySbiOXDuIBJsKlXuNwyeOZjU4dKgGfr4IzURg/s2048/IMG_20200622_161335.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBSpJYaqtkYCx3dVYLYaXpmpNjUYCNXXhjyKHQnxkUr8a2WLvm24SufixGpUdnzM5Ouk2JndETEJvdvfqr6WKkTey85oECvpLYl2OfQyySbiOXDuIBJsKlXuNwyeOZjU4dKgGfr4IzURg/w300-h400/IMG_20200622_161335.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ruelas de Lagos</td></tr></tbody></table><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgf10N11uRB1GzRqnLuFmWs_dI6u4QiYA3YaLRMLhaWBp1PTvpx_SPIVovUV9UtCh1C7tA-XsMXiMbO8qwL1nhbA2DeP3QxBMiiZhCu6ATMCbZiH2c2lb6l6YVRldaqJV8uSNHps5L1q14/s2048/IMG_20200622_161551.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgf10N11uRB1GzRqnLuFmWs_dI6u4QiYA3YaLRMLhaWBp1PTvpx_SPIVovUV9UtCh1C7tA-XsMXiMbO8qwL1nhbA2DeP3QxBMiiZhCu6ATMCbZiH2c2lb6l6YVRldaqJV8uSNHps5L1q14/w400-h300/IMG_20200622_161551.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alojamento</td></tr></tbody></table><div><br /></div><div><br /></div><div><b>Dia 21</b>. Faro-Lagos. 100Km. (Estrada).</div><p></p></div>Bessahttp://www.blogger.com/profile/01544628827577680231noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1136361073578599697.post-52293483961463674492021-05-12T21:03:00.002+01:002021-05-12T21:24:45.818+01:00Projecto Bacalhau: Dia 20 - 40º à Sombra<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnnj2wlJvyLJzqInklJUZy2Q0x1Ky8PhKeTELrlo4WH5SY0_7U7K7XE6dK2Cikh9irL25W56vlWtMbhEzvhPbNuEsF_SUZHcc44QKdPus_LGw89ikQAS6FLMczfGAEYQaqG-HKd8YAsDI/s2048/IMG_20200621_085435.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnnj2wlJvyLJzqInklJUZy2Q0x1Ky8PhKeTELrlo4WH5SY0_7U7K7XE6dK2Cikh9irL25W56vlWtMbhEzvhPbNuEsF_SUZHcc44QKdPus_LGw89ikQAS6FLMczfGAEYQaqG-HKd8YAsDI/w300-h400/IMG_20200621_085435.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Amanhece no Torrão</td></tr></tbody></table><br /><br /><div style="text-align: justify;">Saio para a rua com a sensação de estar atrasado. Os meus movimentos são lentos e torpes. Parece que já estou cansado. É o vigésimo dia da viagem e o sexto na N2. São quase nove horas e já se sente algum calor. Recupero a minha bicicleta do anexo e dou uma olhada no equipamento. Tenho 2 litros de água, que não deve durar muito no calor do dia, e tudo o resto parece em ordem. Penso nas vezes que já tentei este tipo de distâncias antes. Contam-se pelos dedos de uma mão. E na altura não tinha que lidar com carga, e nem com o calor. Mas Faro parece ali ao lado, tenho pelo menos que tentar. </div><br /><br /><p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKoWmF90JPbPGZ4LPYH9QG8DT524GFF_14SyQV2zRh2oFYSbaDWcU2ozGYnH6nKQlEjlyHsGS1FBeC8_LRCYGrvJyS_s4oSBEZPdfesnJtygGPJLmfoIpvolTgMzrXcFmCyarCwn4ss8E/s2048/IMG_20200621_100603.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKoWmF90JPbPGZ4LPYH9QG8DT524GFF_14SyQV2zRh2oFYSbaDWcU2ozGYnH6nKQlEjlyHsGS1FBeC8_LRCYGrvJyS_s4oSBEZPdfesnJtygGPJLmfoIpvolTgMzrXcFmCyarCwn4ss8E/w400-h300/IMG_20200621_100603.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">N2 rumo a Faro!</td></tr></tbody></table><br /><br /><div style="text-align: justify;">Nada mais há a fazer senão começar. Essa primeira pedalada é sempre a mais importante. Depois de termos chegado à conclusão de que vamos mesmo fazer aqueles quilómetros, depois de isso estar decidido, de estar assente, o resto são formalidades. Podem ser muitas horas de sofrimento, de suor e lágrimas, mas são apenas formalidades. O teu corpo chega até onde o teu cérebro admitir que é possível chegar. </div><br /><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6np_RU7faIpPU8nmrOaEFT0YCt4qEcGSMKsSCWuvwxCkDH68eMIrTLxg-_DbOvgsdBVwNsnE6KjtwQB45filkPatTArSdiZu6B862iKo27ILoRu878GEmfJm_s1AU7sSihLAdYL-bXrY/s2048/IMG_20200621_104117.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6np_RU7faIpPU8nmrOaEFT0YCt4qEcGSMKsSCWuvwxCkDH68eMIrTLxg-_DbOvgsdBVwNsnE6KjtwQB45filkPatTArSdiZu6B862iKo27ILoRu878GEmfJm_s1AU7sSihLAdYL-bXrY/w400-h300/IMG_20200621_104117.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Mais um excelente parque de merendas</td></tr></tbody></table><br /><br /><div style="text-align: justify;">Trato de imprimir um ritmo severo. Sei que para o fim do dia a média irá inevitavelmente baixar, mas para já trato de manter-nos sempre acima dos 30Km/h. De início é fácil ir rolando depressa pela paisagem plana. Mas a meio da manhã o calor já é impossível de ignorar. Parece que estamos a ser secos pelo Sol, provavelmente porque é mesmo isso que está a acontecer. É preciso beber constantemente para evitar problemas. </div><br /><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUTIEgFv5_YGDt065GasKoUyJZHPrwf2RHn0nkYBMJSYvrdbhs5LqKvdTI2Q9RqL9wEW23L_IqMY_64tnbBAfosJMFyDGI8th-SZCOPD7PdbGT9naWgibaIqzy07LkjM6jiWeTjUjhjpE/s2048/IMG_20200621_104129.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUTIEgFv5_YGDt065GasKoUyJZHPrwf2RHn0nkYBMJSYvrdbhs5LqKvdTI2Q9RqL9wEW23L_IqMY_64tnbBAfosJMFyDGI8th-SZCOPD7PdbGT9naWgibaIqzy07LkjM6jiWeTjUjhjpE/w400-h300/IMG_20200621_104129.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">N2 ao Sol</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Para animar a manhã, cruzo-me com muitos ciclistas na estrada, e quase todos acenam. É um agradável caso raro, o ciclista de estrada português deixa algo a desejar neste capítulo. A questão do aceno tem importância, porque reforça o sentido de comunidade. Na estrada somos o utilizador mais vulnerável e é bom sentir que podemos contar com o eventual apoio de desconhecidos se tivermos um problema ou emergência, no meio de sítio nenhum. A malta que não acena, que propositadamente não responde a um destes cumprimentos, o que está a fazer é indicar que não pertence à comunidade e que não se deve contar com eles para absolutamente nada. É engraçado como alguns ciclistas reagem, olham para a bicicleta, para o ciclista, como que somando o valor do equipamento à vista e depois então decidem se vale a pena responder ao aceno. Eu serei muito mal vestido, pois normalmente só consigo cerca de 50% de respostas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHk2WSBsQ2LGT0aRKEasTZDg1ca1PUthFenkIG5mWxyMyoqcrSS6aXGyEpPvYk0rsmwt33M0sNn1YcB4lsePGUC3wAlTGJzjoTrfZ1wOWl4r0oRbGlnF9GfYNYtRL0AHs0zuCCjQAtAzg/s2048/IMG_20200621_123006.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHk2WSBsQ2LGT0aRKEasTZDg1ca1PUthFenkIG5mWxyMyoqcrSS6aXGyEpPvYk0rsmwt33M0sNn1YcB4lsePGUC3wAlTGJzjoTrfZ1wOWl4r0oRbGlnF9GfYNYtRL0AHs0zuCCjQAtAzg/w400-h300/IMG_20200621_123006.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Castro Verde</td></tr></tbody></table><br /><br /><div style="text-align: justify;">As paragens para me esconder por uns minutos do Sol abrasador vão aumentando, servindo também para reabastecimento de líquidos e comida. Decido não parar para almoço e continuo estrada fora no calor do meio dia. Manter o ritmo é essencial e há qualquer coisa de viciante em ver os quilómetros a passar, a acumularem-se, o destino cada vez mais ao alcance.</div><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOAx80fZM6JS7svzLqCLwRfqFv6Jvvnp4Yv1bZpfgfper772hdcgVmzYtFccNWYZSONdPkm90zAyEvpvet0H9ijWD7S8E6SkIn_s6fQX6cjh-98aKc-xmPpSxNhlZHUfJtxBTR9xZ8jdU/s2048/IMG_20200621_132437.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOAx80fZM6JS7svzLqCLwRfqFv6Jvvnp4Yv1bZpfgfper772hdcgVmzYtFccNWYZSONdPkm90zAyEvpvet0H9ijWD7S8E6SkIn_s6fQX6cjh-98aKc-xmPpSxNhlZHUfJtxBTR9xZ8jdU/w300-h400/IMG_20200621_132437.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Almodovar</td></tr></tbody></table><br /> <div><div style="text-align: justify;">Mas o calor é implacável. Não há uma nuvem no céu e não há brisa que refresque. Apenas a deslocação do ar da nossa velocidade permite algum conforto, mas esse vem à conta do esforço e eu não consigo manter o ritmo indefinidamente. A média começa a baixar e há mesmo uma altura em que tenho que procurar abrigo em mais uma paragem de autocarro, um pedaço de sombra, uma ilha num vasto oceano de calor abrasador.</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcIIzSsf5omcnfwE-F3x2r7_ZaztCsOqoNwCHePYKlC0xlskgOwrHtSslu4A8GuyfD1FW_TCUjCnYSV2-6zrEw51hyevIxTfI_Q6KijaLvyvnSZTro-YKFvrSYrnFuHKoL3ArZ8-3k_2A/s2048/IMG_20200621_135528.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcIIzSsf5omcnfwE-F3x2r7_ZaztCsOqoNwCHePYKlC0xlskgOwrHtSslu4A8GuyfD1FW_TCUjCnYSV2-6zrEw51hyevIxTfI_Q6KijaLvyvnSZTro-YKFvrSYrnFuHKoL3ArZ8-3k_2A/w400-h300/IMG_20200621_135528.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Na paragem do Autocarro</td></tr></tbody></table><div><br /></div><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Mas na paragem de autocarro não se acumulam quilómetros, nem nos supermercados, cafés, tascas e parques de merendas onde eu foi parando, em busca de abrigo e líquidos. O progresso faz-se na estrada solitária, pedalada após pedalada. A estrada que não se incomoda com a nossa indumentária, a estrada não quer saber a marca da tua bicicleta, nem se interessa pelo fabricante do teu GPS, a N2 não te vai julgar se os teus sapatos são de BTT e estão a ser usados em estrada. A estrada não te julga pela tua cadência nem pela altura das tuas meias, mas fica sempre satisfeita de te ver de volta. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoblynpKTLJ-4P55y_LCRn9MF4Le1i9K33SGw19zYLbTo9e-8attUAkkx1eBz2QxC2Lvwh-qiP2sjp6T7-NeGpXQpAAtrKfnMbPF7M5Y_6SP22_DS7ZzOoLC-F1q7zqVdmoswO46Jqns8/s2048/IMG_20200621_160848.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoblynpKTLJ-4P55y_LCRn9MF4Le1i9K33SGw19zYLbTo9e-8attUAkkx1eBz2QxC2Lvwh-qiP2sjp6T7-NeGpXQpAAtrKfnMbPF7M5Y_6SP22_DS7ZzOoLC-F1q7zqVdmoswO46Jqns8/w400-h300/IMG_20200621_160848.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">No cimo do Caldeirão<br /></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O calor já tinha feito estragos quando sou recordado de que o pior ainda estava para vir. Todos os ciclistas sabem que não se chega ao Algarve sem passar a serra do Caldeirão primeiro. Não serão propriamente os Alpes, mas o nome não engana ninguém. E quando o pavimento começa a inclinar eu já levo muitos quilómetros nas pernas. E as coisas começam a ficar confusas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvjvnYYWjQjYlhF3gdFJvByD0P3s3ZlJyiPhwA3r4n2sgK9JNdcgYSz2xwYyJtS1U00nPUD4HO7BgAzdWZrl-wyvtU28v6m062rnA_fGQsT1PR4Y_0py61OXjsHilsipkckkwcRT8eLuE/s2048/IMG_20200621_155113.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvjvnYYWjQjYlhF3gdFJvByD0P3s3ZlJyiPhwA3r4n2sgK9JNdcgYSz2xwYyJtS1U00nPUD4HO7BgAzdWZrl-wyvtU28v6m062rnA_fGQsT1PR4Y_0py61OXjsHilsipkckkwcRT8eLuE/w300-h400/IMG_20200621_155113.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">40º C<br /></td></tr></tbody></table></div><div><br /></div><div><br /></div><div style="text-align: justify;">O termómetro marca agora <span style="text-align: center;">40º C e não parece que haja alivio à vista. Como noutros momentos na vida, a única solução é continuar, a única vitória possível agora é persistir. Uma pedalada depois da outra. Uma pedalada depois da outra. Como que em transe, o Dentuça e eu continuamos numa marcha de condenados, com um ritmo que provavelmente não seria recomendável com este tempo, mas enquanto houver forças, e água, eu quero chegar depressa. </span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEho64guqzyaA2NKBaR_xf12QJ6UInxKEJ7b1mH6E9w6bTyVG9A0VoI4UPwr-LuEhlhUjIdGJ3sJi8iRw9PB5EjOXwKquqPkEmnRScjIZQv9J5Z4JZk0y3i14e7bngXFwDXDV4PJrfNCZdY/s2048/IMG_20200621_175047.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEho64guqzyaA2NKBaR_xf12QJ6UInxKEJ7b1mH6E9w6bTyVG9A0VoI4UPwr-LuEhlhUjIdGJ3sJi8iRw9PB5EjOXwKquqPkEmnRScjIZQv9J5Z4JZk0y3i14e7bngXFwDXDV4PJrfNCZdY/w400-h300/IMG_20200621_175047.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Faro! Yes! Ou será Caracas..?</td></tr></tbody></table></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><br /></div><div><div style="text-align: justify;">Depois de muito subir, e muito penar, a paisagem vai ficando progressivamente mais urbana, e isso só pode significar que estamos a chegar. Infelizmente, depois desta cavalgada histórica, depois dos 170Km épicos, a entrada de Faro, os subúrbios, mais parece que entramos numa qualquer cidade de segunda importância da América Latina. Sem ofensa, mas por aqui tudo é sujo, tudo é feio, tudo é desordenado. Baldios, bermas cheias de entulho e lixo, carroças puxadas por burros, isto, aparentemente, é Faro. </div><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgSSD4eUBxsQxjJNh-Mp9HyoDgLvH7Lqc4zJWqPYZlZgH-IFc7-UZt-w4dNoC2LIfQ1kjGhlIhZNu0XOWR8rQ7jSfrN6CCvmwEgMdsKG4rxVEFuzvfOtdEdwi9lJpYkV66lChsCp5QP0w/s2048/IMG_20200621_180018.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgSSD4eUBxsQxjJNh-Mp9HyoDgLvH7Lqc4zJWqPYZlZgH-IFc7-UZt-w4dNoC2LIfQ1kjGhlIhZNu0XOWR8rQ7jSfrN6CCvmwEgMdsKG4rxVEFuzvfOtdEdwi9lJpYkV66lChsCp5QP0w/w400-h300/IMG_20200621_180018.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ah pois é!</td></tr></tbody></table><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggptFTOysSrz4UvTQGFZ2t9oZ2sJ8uiBCpaqal0EzVAZCIfQRPmWbrdCHBok_lQwqbOPdZNhDNkPmre7nZ7Yuiioa0S2VceQ6lt3Q-gyJH60P7etjuthXVbO-QvP-oFS07XiVseplqu14/s2048/IMG_20200621_175952__01.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1535" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggptFTOysSrz4UvTQGFZ2t9oZ2sJ8uiBCpaqal0EzVAZCIfQRPmWbrdCHBok_lQwqbOPdZNhDNkPmre7nZ7Yuiioa0S2VceQ6lt3Q-gyJH60P7etjuthXVbO-QvP-oFS07XiVseplqu14/w400-h300/IMG_20200621_175952__01.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Km 738!</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">A histórica N2 termina (agora) numa rotunda urbana. Enquanto trato das fotos da praxe e me congratulo por ter concluído a travessia da estrada em 6 dias, menos um que o previsto, começo a sentir uma ligeira ansiedade a vir à tona. Está tudo muito bem, objectivo cumprido e coisa e tal, mas... E o que acontece agora? </div></div><div><br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKh6UKVaOLTGXFWlMF4kg3BF76kwUc3V-Mgf7bCS8vhgUoPeXRX1MtiySCGpXCHxW1mWhQSfm_ScoN1BFfB44uUY6RtCsqkCriWhKO8TFP9zRRJNIdFpL_LriifX_0jMiuFeBmi292Ghc/s2048/IMG_20200621_203647.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKh6UKVaOLTGXFWlMF4kg3BF76kwUc3V-Mgf7bCS8vhgUoPeXRX1MtiySCGpXCHxW1mWhQSfm_ScoN1BFfB44uUY6RtCsqkCriWhKO8TFP9zRRJNIdFpL_LriifX_0jMiuFeBmi292Ghc/w400-h300/IMG_20200621_203647.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Bacalhau!</td></tr></tbody></table><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Dia 20</b>. Torrão-Faro. 170Km. (Estrada). </div><p></p></div></div>Bessahttp://www.blogger.com/profile/01544628827577680231noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1136361073578599697.post-23675426492090310542021-05-11T21:31:00.002+01:002021-05-11T21:44:13.677+01:00Projecto Bacalhau: Dia 19 - A Estrada para a Eternidade<div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEga45ASJVIAW9HV-23LAMFpiLUWgbXNI8GVulct5jQJInKL43gTIWgP5VempEenXcJkYmChanWqfVGi6Lu8jMWsRZtvBxfM56tV6jzPQTKGM38iqZZXlVaoscvmMuDABTM_eU2IIHELEzI/s2048/IMG_20200620_102614.jpg" style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEga45ASJVIAW9HV-23LAMFpiLUWgbXNI8GVulct5jQJInKL43gTIWgP5VempEenXcJkYmChanWqfVGi6Lu8jMWsRZtvBxfM56tV6jzPQTKGM38iqZZXlVaoscvmMuDABTM_eU2IIHELEzI/w400-h300/IMG_20200620_102614.jpg" width="400" /></a></div><p style="text-align: justify;"><br />O balcão do café era bastante antigo e transmitia ambiente ao resto do estabelecimento. Mal sinalizado, o humilde café da beira da estrada fora um achado importante, em mais uma manhã de fim Junho na Nacional 2. Estava a absorver esse ambiente, sentado numa cadeira barata, em frente a uma mesa onde repousavam um pão de carcaça com queijo e um galão que arrefecia no seu tradicional copo estriado. </p><p style="text-align: justify;">Um cliente local conversa, algum esforço de sedução à mistura, com a jovem empregada. Eu tinha feito os primeiros quilómetros da manhã em jejum, por falta de opções, e imaginava o quanto me penalizariam estes comportamentos. Em qualquer caso, por aqueles tempos sentia-me um veterano, um viajante intrépido, um <i>bikepacker</i> endurecido, que não temia nem o clima nem a distância, e que confortavelmente se instalava em qualquer espaço público, indiferente aos olhares à sua indumentária de licra e habituais camadas de pó e suor. </p><p style="text-align: justify;">A minha atenção recaiu então no pequeno televisor instalado a um canto, que transmitia um popular programa matinal. Num segmento sobre celebridades, no contexto de um ano de 2020 cheio de adversidade, discutia-se o falecimento recente de Pedro Lima. Isto era novo para mim. Tinha brevemente cruzado caminho com o conhecido actor de novelas na minha carreira de fotógrafo. Enquanto eu fora fotógrafo do grupo Motorpress, o Pedro assumira a posição de director da revista Mens Health. Era um cargo quase honorífico, mas que reflectia o estatuto de estrela de Pedro Lima. </p><p style="text-align: justify;">Em pessoa, qualquer um facilmente dava esse estatuto por merecido. O Pedro tinha uma presença que não decepcionava. Era um <i>James Bond</i> da vida real, tinha a beleza de um modelo e o carisma de um bom líder. Tal como com o personagem de Ian Fleming, ficava a ideia de que os homens queriam ser como ele, e as mulheres desejavam estar com ele. O seu charme rivalizava apenas com a sua humildade. Por isso mesmo, a notícia de que esta privilegiada figura pública, casado e pai de filhos, tinha acabado com a própria vida, parecia deixar os comentadores do mundo social perplexos. A minha reacção não era diferente. E aquela questão fez o resto da viagem comigo.</p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj95Yc58WB-eivbvPR4ybHxHjFEk3vplFtarz8rUcI4Mwc2-HPf5Z9A_sCgpj3Y-QHRszAj4wYBUjdUzB-C8C7vUAdfai1nVDLuJTAxAUMGqAMdVwWjuo9nReVDvF-08H_OtkdKe25fZkc/s2048/IMG_20200620_145417.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj95Yc58WB-eivbvPR4ybHxHjFEk3vplFtarz8rUcI4Mwc2-HPf5Z9A_sCgpj3Y-QHRszAj4wYBUjdUzB-C8C7vUAdfai1nVDLuJTAxAUMGqAMdVwWjuo9nReVDvF-08H_OtkdKe25fZkc/w400-h300/IMG_20200620_145417.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">No calor do Alentejo</td></tr></tbody></table></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Há qualquer coisa no Alentejo, qualquer coisa que me agrada. Pode ser da comida, pode ser das gentes, ou pode ser simplesmente da fraca densidade de população e os amplos espaços abertos. A N2 por estas bandas não tem a diversão das curvas, nem o desafio das subidas, mas acreditem que o desafio existe. O calor é real e o abrigo escasso. Mesmo começando de manhã cedo, quando o meio do dia chega, não queres ser apanhado na estrada. Nestes momentos, umas árvores ou uma dos magníficos abrigos de paragem de autocarro ajudam a proteger do Sol, enquanto bebemos uns líquidos e planeamos como sobreviver ao resto do dia. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0LUWy2ykwFGHWoexYsa-xNoqaFXA3OlGD73Fld_LIuzJDY_ljslOi1ToaO19Tv-3EL24Pwr_GUcL00Bcd6-F7fi_DMH3WSDq1rSPN2IRZcxx7CfLPC0n5UDq4Mj_wOJU0Np4mzNdvsy8/s2048/IMG_20200620_091919.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0LUWy2ykwFGHWoexYsa-xNoqaFXA3OlGD73Fld_LIuzJDY_ljslOi1ToaO19Tv-3EL24Pwr_GUcL00Bcd6-F7fi_DMH3WSDq1rSPN2IRZcxx7CfLPC0n5UDq4Mj_wOJU0Np4mzNdvsy8/w400-h300/IMG_20200620_091919.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Montargil</td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Da N2 é possível ver alguns empreendimentos turísticos claramente destinados a indivíduos de elevado poder adquisitivo. Abundam as carrinhas de transferes para VIP's, cor de prata e vidros fumados, e também carros de elevada cilindrada e matrícula estrangeira. Aparentemente o atractivo, além da tranquilidade do Alentejo, é a albufeira da barragem de Montargil, que a N2 contorna. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwzStwgtBQK7niU084xGHsHOTOtyiuq1XKAsMEhsIzilu5WbSt8ovNYGNUheF3z3ArI40AIr8Ky2W_tMf6_6p5uOBmIfcxA6hQzTDgWafqi6wCXZtuirieJ7RKgu7lYmfOm272mQkJaSM/s2048/IMG_20200620_092254.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwzStwgtBQK7niU084xGHsHOTOtyiuq1XKAsMEhsIzilu5WbSt8ovNYGNUheF3z3ArI40AIr8Ky2W_tMf6_6p5uOBmIfcxA6hQzTDgWafqi6wCXZtuirieJ7RKgu7lYmfOm272mQkJaSM/w400-h300/IMG_20200620_092254.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A albufeira</td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Parei para observar a albufeira e fazer umas fotos. Meto conversa com um casal de meia idade, que ali chegou de autocaravana. Depois de falar da minha viagem, e só mencionei que estava a fazer a N2, eles dizem-me que também gostavam de fazer a N2, "um dia". Para já vão fazendo uns quilómetros da estrada, quando podem, ao fim de semana, mas não sabem quando conseguirão realizar o sonho de fazer o percurso completo.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Mais uma vez, sinto-me um privilegiado por poder fazer esta viagem, ao meu ritmo e segundo as minhas regras. Às vezes ajuda que outros nos digam, nos recordem, o boa que é a nossa vida. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitu8XmYzpECR0d8ZnDPAfpL0KQLx6uBdNH8lvJ2VMgFuRRDzKGF5KtkX-saqPwG2m1mz1eXe_wyOw2PsyBgFnpNTjkeAs6yQOLmZ1CjwXMCS-Y9uIilHlito87zxCF3MJlewXopU2s7S8/s2048/IMG_20200620_184357.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitu8XmYzpECR0d8ZnDPAfpL0KQLx6uBdNH8lvJ2VMgFuRRDzKGF5KtkX-saqPwG2m1mz1eXe_wyOw2PsyBgFnpNTjkeAs6yQOLmZ1CjwXMCS-Y9uIilHlito87zxCF3MJlewXopU2s7S8/w400-h300/IMG_20200620_184357.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Puro Alentejo</td></tr></tbody></table><br /><br /><br /><div style="text-align: justify;">De volta à estrada, arranjar água é quase uma ocupação a tempo inteiro. Se insistirmos em continuar a rolar na hora do calor, vai ser preciso repor líquidos periodicamente e isso obriga a constantes paragens. Nem sempre é preciso que seja num café, já que há alguns parques de merendas com fontes de água (e sombra) e fontes públicas fantásticas ao longo da estrada. </div><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyF_D8CVw25_8G7C-LrNuCEcdMECdWRUFp916jB4M04hLKYjlGCyyXpBQRYUPFSqpHHw87X0Cx0FXo8H1r-z1L9W3gQSXJX8hjum7L6Y7hUL3p0pLvxO_sawSvgDO9Z4slE8fwoR_zsUg/s2048/IMG_20200620_134816.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyF_D8CVw25_8G7C-LrNuCEcdMECdWRUFp916jB4M04hLKYjlGCyyXpBQRYUPFSqpHHw87X0Cx0FXo8H1r-z1L9W3gQSXJX8hjum7L6Y7hUL3p0pLvxO_sawSvgDO9Z4slE8fwoR_zsUg/w300-h400/IMG_20200620_134816.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Mesmo a calhar</td></tr></tbody></table><br /><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHSOU30_S0PNZN8fCuO_56QEKO0mAg4rBzYYAvY5Nh0voijPnb4mN8p2-5sl5BEYvjA7nPe8WxFBI05L0Y6QYw68pMAZeuyna64Bg2RWQ_LxFh5HO1N2h4qxUMWZfcRFboNDlVDNPUGmI/s2048/IMG_20200620_102023.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHSOU30_S0PNZN8fCuO_56QEKO0mAg4rBzYYAvY5Nh0voijPnb4mN8p2-5sl5BEYvjA7nPe8WxFBI05L0Y6QYw68pMAZeuyna64Bg2RWQ_LxFh5HO1N2h4qxUMWZfcRFboNDlVDNPUGmI/w300-h400/IMG_20200620_102023.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>R</i>2?</td></tr></tbody></table><br /><br /><div style="text-align: justify;">A paragem mais memorável do dia foi talvez em Ciborro, a simpática aldeia alentejana surge de uma curva para abrigar-nos dos ferozes raios do Sol, e parece ter abraçado a sua entidade de porto de abrigo da N2. O Ciborro é o Km 500 da histórica via. Tenho que admitir que aqui fiquei mesmo com pena de saber que estava bem mais próximo do fim do que do início da viagem por esta estrada. Isto é o que a N2 faz.</div><br /><br /><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2Y3St27HcWndSisBckH0KMMLcptv1-nEC5ygHX7rLBXE64Q6gj-E4wrgqTsEeMBjOUfPW6Noy8K60LdLJSJZzMwZw1It7ijwd6Q67af_EIm7KULhRFocRyTz3xTs378ZdFUSowRjzYTg/s2048/IMG_20200620_111228.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2Y3St27HcWndSisBckH0KMMLcptv1-nEC5ygHX7rLBXE64Q6gj-E4wrgqTsEeMBjOUfPW6Noy8K60LdLJSJZzMwZw1It7ijwd6Q67af_EIm7KULhRFocRyTz3xTs378ZdFUSowRjzYTg/w300-h400/IMG_20200620_111228.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">500!</td></tr></tbody></table><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiV4bbrLDcvS9Dxn3SLEOqqki8wHKSaiAX7kC3C5iBTEzx5UF7PtgcPPBe5wjm96h69myLuxMKXQr7VD-XKte_VFjBV-qv8LFW1HT_xOZYRWlnKjpe6znc2tX-0ojmzShE7_s8DmB6TPJc/s2048/IMG_20200620_111209.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiV4bbrLDcvS9Dxn3SLEOqqki8wHKSaiAX7kC3C5iBTEzx5UF7PtgcPPBe5wjm96h69myLuxMKXQr7VD-XKte_VFjBV-qv8LFW1HT_xOZYRWlnKjpe6znc2tX-0ojmzShE7_s8DmB6TPJc/w300-h400/IMG_20200620_111209.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto obrigatória</td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Uns amendoins e estamos de volta à estrada. O piso nem sempre é recente, nem sempre é decente, e bermas não existem por aqui. Mas sou atraído pela austeridade, pela solidão deste troço da estrada. Sem companhia durante horas, o Dentuça e eu resolvemos um a um os problemas da humanidade. O conflicto israelo-palestiniano? Fácil. As alterações climáticas? No papo. Quem matou o JFK? Estávamos quase a desembrulhar esse mistério embrulhado num enigma quando rolamos pela entrada do Torrão, talvez a terra que mais entusiasticamente abraçou a sua identidade "N2". Por todo o lado os estabelecimentos comerciais têm nomes alusivos ao percurso e em cada esquina encontramos motas e motards, em grandes grupos. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwHOQUBAetRvouVEyMs12atObG8MIG5ODWMeSDO9BCBulZ8Q6gV8QEVWvOquDcZY8COqMqq74Vz6B6cePcjTrJiKgTR-oLio9NwEazSSrcnj2DBhoKYhOMLNu1l_FG9DcM3vC2HFG2mBI/s2048/IMG_20200620_102531.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwHOQUBAetRvouVEyMs12atObG8MIG5ODWMeSDO9BCBulZ8Q6gV8QEVWvOquDcZY8COqMqq74Vz6B6cePcjTrJiKgTR-oLio9NwEazSSrcnj2DBhoKYhOMLNu1l_FG9DcM3vC2HFG2mBI/w400-h300/IMG_20200620_102531.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">N2-R2</td></tr></tbody></table><br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Fico alojado no Torrão, numa <i>Guest House </i>simpática e deserta, com um pátio interior. Hoje não parei para almoço, mais uma vez a tentar acumular quilómetros antes do calor do dia dar cabo de mim. Tentei compensar com um jantar reforçado, uma piza gigante e uma caixa de morangos. Mais reestabelecido, tenho que analisar a situação. Graças ao esforço dos últimos dias, esta noite durmo a apenas 170Km de Faro. Com um esforço final, posso chegar um dia inteiro antes do estipulado pelo desafio do Dentuça, num total de 6 dias para completar a N2. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Amanhã a previsão aponta para um dia <i>ainda </i>mais quente no Sul do país, e a verdade é que eu não tenho pressa. Mas era fixe...</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBRhhJRujYI2jWr3zqYoDzPKnBxE1cIT7FvR4Za53GwUf2Ii4GsRsL4dTln_p25reQ6ZLJbD43iWZ5xa5k0MaRyOCTPhDWdx-66JIkI_K8FmToy0m4mjQMI0GC3CB1ANyWRliDoEbOwMQ/s2048/IMG_20200620_201325.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBRhhJRujYI2jWr3zqYoDzPKnBxE1cIT7FvR4Za53GwUf2Ii4GsRsL4dTln_p25reQ6ZLJbD43iWZ5xa5k0MaRyOCTPhDWdx-66JIkI_K8FmToy0m4mjQMI0GC3CB1ANyWRliDoEbOwMQ/w300-h400/IMG_20200620_201325.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O cenário para jantar</td></tr></tbody></table><p><br /></p><p><b>Dia 19</b>. Ponte de Sor-Torrão. 131km. (Estrada).</p></div>Bessahttp://www.blogger.com/profile/01544628827577680231noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1136361073578599697.post-90289688608540847852021-05-10T21:55:00.004+01:002021-05-10T22:01:16.752+01:00Projecto Bacalhau: Dia 18 - No Caldeirão da Sertã<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOnGU-P-WGwLzaSwgUT6eCqC2vncDDF3S8OY8iQA1lutOhyphenhyphenar4p4-2wNe0-W2VhrOeqMEE4X-HA22RLFULWZXU390n0_URhkeuBEH1koPPsBlihXuK_X8K77C33ID3HqmMVRzdXfAfLd0/s2048/IMG_20200619_144748.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOnGU-P-WGwLzaSwgUT6eCqC2vncDDF3S8OY8iQA1lutOhyphenhyphenar4p4-2wNe0-W2VhrOeqMEE4X-HA22RLFULWZXU390n0_URhkeuBEH1koPPsBlihXuK_X8K77C33ID3HqmMVRzdXfAfLd0/w400-h300/IMG_20200619_144748.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Um tapete rolante. Mas prefiro o Norte.</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">E depois de 1187Km, um furo. Ou será que não? Na roda traseira a pressão vai-se perdendo misteriosamente. O líquido mágico do <i>Tubeless</i> não está a fazer a sua função e tenho que parar com frequência nas bermas da estrada escaldante na zona da Sertã. Está muito calor hoje, será que isso interfere com as propriedades do líquido? Tenho câmaras de ar, mas usar uma significa abdicar do <i>Tubeless</i> nessa roda para o resto da viagem, e não sei se estou pronto para isso.</p><p style="text-align: justify;">Sobra dar à bomba. Ao Sol. Já desci bastante para Sul pela N2 e as temperaturas são muito elevadas a partir do meio da manhã. A N2 também é agora mais rolante, por vezes com mais faixas. A estrada é agora mais despida, mais desabrigada. E os carros circulam bem mais depressa. Felizmente não há muito trânsito.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsvTM9h95EYf5AuW8e2UoTS40_QUOj6hOxlY17XRP8Ty2EwN8IlvBMY5FW8tkhYyz3zMswDxReep-F3Iui_900LnqDyjn5516_Wowd8vYhusj8cgtFTdEYAvKQWEuzueLy8Hec3hmK7NM/s2048/IMG_20200619_103514.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsvTM9h95EYf5AuW8e2UoTS40_QUOj6hOxlY17XRP8Ty2EwN8IlvBMY5FW8tkhYyz3zMswDxReep-F3Iui_900LnqDyjn5516_Wowd8vYhusj8cgtFTdEYAvKQWEuzueLy8Hec3hmK7NM/w400-h300/IMG_20200619_103514.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Despedida de Pedrogão</td></tr></tbody></table><p></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">O meu quarto dia da N2 foi muito repetitivo: dar à bomba, para manter a roda traseira minimamente cheia de ar. E comprar água cada hora ou hora e meia, que o calor de outra forma não se aguenta. Fui rolando e rolando para Sul, a determinada altura estava no caminho errado e tive de voltar para trás, mais uma vez por causa do meu GPS do demo, que ainda por cima só avisa que eu estou "fora do <i>track",</i> mas não oferece explicações nem alternativas.</p><p style="text-align: justify;"><span style="text-align: justify;"><br /></span></p><div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTinmJviXG2N-DtKbvAhGlZd8XCN3mFxJ4Jof1FuVrFecaRNXvhHDxfY31MCwsJxqsxX7XFxbiq19zJmmEtHqMGvXx386bscTycjSlKPEcLAfl26w28pM8nywN5ELExy4LoEtg5212lDA/s2048/IMG_20200619_103542.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTinmJviXG2N-DtKbvAhGlZd8XCN3mFxJ4Jof1FuVrFecaRNXvhHDxfY31MCwsJxqsxX7XFxbiq19zJmmEtHqMGvXx386bscTycjSlKPEcLAfl26w28pM8nywN5ELExy4LoEtg5212lDA/w400-h300/IMG_20200619_103542.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O verde vai desaparecendo aos poucos </td></tr></tbody></table><br /><br /><div style="text-align: justify;">Esta zona do país ainda apresenta as cicatrizes do <a href="https://www.publico.pt/2017/11/10/sociedade/noticia/2017-foi-o-ano-em-que-mais-ardeu-nos-ultimos-dez-anos--quatro-vezes-mais-que-o-habitual-1792180" target="_blank">fatídico ano de 2017</a> e não é complicado, olhando para algumas paisagens, imaginar os horrores daquele verão terrível. De resto, é impressionante ver a paisagem a mudar, o território vaio ficando progressivamente mais despovoado, mais plano, mais seco e menos arborizado à medida que vamos avançando para Sul. </div></div><div><br /><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8b73itw93B10U9WRHMVP8zbs_Oz0Bqz0gSM5b1YFPCR4UAsb4OVcn1rZm3MMGLnfw4a5OLIpzp-fuOWxTkxk1WV7jybtvli5STLmAgq9NyLRVU_HfAu1MQYA9dSV6QtQ8Vbpv-FwZe5c/s2048/IMG_20200619_125752__01.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8b73itw93B10U9WRHMVP8zbs_Oz0Bqz0gSM5b1YFPCR4UAsb4OVcn1rZm3MMGLnfw4a5OLIpzp-fuOWxTkxk1WV7jybtvli5STLmAgq9NyLRVU_HfAu1MQYA9dSV6QtQ8Vbpv-FwZe5c/w400-h300/IMG_20200619_125752__01.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Heranças de 2017</td></tr></tbody></table><br /><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi63643acoKQMBXMkH1m8dB1_KKL3T1QrHESgNAN-TCCmQ-_v9lR8o6DrGxrmz0j5S1SR3voEOW2VWlj6LHKaYp75LQir7wd68L-KhWw_k2CewQzVlp-Rfkev6Kw9rz-7RQ0WAN-_WMCIc/s2048/IMG_20200619_122429.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi63643acoKQMBXMkH1m8dB1_KKL3T1QrHESgNAN-TCCmQ-_v9lR8o6DrGxrmz0j5S1SR3voEOW2VWlj6LHKaYp75LQir7wd68L-KhWw_k2CewQzVlp-Rfkev6Kw9rz-7RQ0WAN-_WMCIc/w300-h400/IMG_20200619_122429.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Marcos novos!</td></tr></tbody></table><br /><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgx8o-4SvFGAjWvTikKPfp3BUkL7e_T0mLX8nLK8XINqulkCAX7C_b5wen3WU46TOb_-hGtDpJeXh5rbT1ZAI8GO8PTe9uQmx19eWvBdcRt8cSBg0Wld0twQz4_eP1_Dz1gOnOb_m3ehfU/s2048/IMG_20200619_125728.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgx8o-4SvFGAjWvTikKPfp3BUkL7e_T0mLX8nLK8XINqulkCAX7C_b5wen3WU46TOb_-hGtDpJeXh5rbT1ZAI8GO8PTe9uQmx19eWvBdcRt8cSBg0Wld0twQz4_eP1_Dz1gOnOb_m3ehfU/w400-h300/IMG_20200619_125728.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Mais marcos novos!</td></tr></tbody></table><br /><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmIt1piA8qfaK4GD0ja8Zba-OxqN9VJLZRPIMlv2eWHVDWrtamRmTutkwoygpRQqEDJTvBfEiCl3xbVBBviBVOd8TOfSW6iS-OtpCItK2rGTRBkqOEPEa7_1LUL_cmMX8G6buxBqSGKSA/s2048/IMG_20200619_140049.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmIt1piA8qfaK4GD0ja8Zba-OxqN9VJLZRPIMlv2eWHVDWrtamRmTutkwoygpRQqEDJTvBfEiCl3xbVBBviBVOd8TOfSW6iS-OtpCItK2rGTRBkqOEPEa7_1LUL_cmMX8G6buxBqSGKSA/w400-h300/IMG_20200619_140049.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Sombra agradece-se.</td></tr></tbody></table></div><div><div><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Não parei para almoço. Simplesmente continuei a rolar, alimentado a coca-colas e frutos secos. Não sei porquê, mas simplesmente continuei a rolar. E a rolar. E a rolar. Numa das paragens marquei dormida numa Guest House em Ponte de Sor, onde cheguei relativamente cedo. Aproveitei para tratar, além das compras e lavagens habituais, da manutenção da bicicleta. A casa era toda só para mim, e tinha um espaço tipo pátio onde podia tratar da bicicleta. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Depois de uma limpeza completa com toalhetes húmidos, coloquei cera na corrente. Era a primeira vez desde a partida que me preocupava com a lubrificação. Porque não tinha tido razões para me preocupar! E continuava a não ter, mas o susto com o "furo" fez-me dar mais atenção à bicicleta. Falando deste furo, voltei a dar uma olhada na roda traseira, agora com calma e tendo limpo todo o pneu. Mesmo assim não consegui identificar o furo e tudo o que fiz foi colocar mais ar e rodar a roda, para distribuir o líquido.</div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiR7RKnIJGJZ6-pOMh7LM3cll7PsmDlTUZnOrm0iyWn1QdKfwbdBjTz_lvL-tn11j1kL9PlPgpKN2VLwLH7A_jpIcuG_hYfIMB78XLbAWOKm1hjry9m39x4L0VW3ydtZRCmmRjepIMsi_M/s2048/IMG_20200619_191846.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiR7RKnIJGJZ6-pOMh7LM3cll7PsmDlTUZnOrm0iyWn1QdKfwbdBjTz_lvL-tn11j1kL9PlPgpKN2VLwLH7A_jpIcuG_hYfIMB78XLbAWOKm1hjry9m39x4L0VW3ydtZRCmmRjepIMsi_M/w400-h300/IMG_20200619_191846.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alguma atenção depois de 1200Km </td></tr></tbody></table><br /><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgC0RudVpjRzNjubsyf6t0kRoMy2EN4FHiarV63rmjtnS5-CNGQQsGmYg3HpbL1o192YyqfbcvjqHIHGyq7tsRn2ZVG84Z1oeq6O79zOewAkRP2AT5ZAVY57QUhwbjKLIGnPm06Kcyn1xc/s2048/IMG_20200619_192049.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgC0RudVpjRzNjubsyf6t0kRoMy2EN4FHiarV63rmjtnS5-CNGQQsGmYg3HpbL1o192YyqfbcvjqHIHGyq7tsRn2ZVG84Z1oeq6O79zOewAkRP2AT5ZAVY57QUhwbjKLIGnPm06Kcyn1xc/w400-h300/IMG_20200619_192049.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cera para cima!</td></tr></tbody></table><br /><br /><div style="text-align: justify;">Depois do jantar, cozinhado pelas minhas mãozinhas na cozinha completa disponibilizada (o Dentuça não se ajeita), ponderei instalar-me no prometedor sofá da sala, onde um enorme televisor prometia entretenimento para o serão. Mas estava demasiado cansado para TV ou filmes. E como em noites anteriores, pouco depois de escurecer já estava a dormir.</div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Dia 18</b>. Pedrógão Grande-Ponte de Sor. 117Km. (Estrada).</div>Bessahttp://www.blogger.com/profile/01544628827577680231noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1136361073578599697.post-44563806781519305292021-05-09T19:27:00.004+01:002021-05-09T19:27:47.639+01:00Projecto Bacalhau: Dia 17 - Camiões, Cães e uma Piscina de Borla<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_kWvUhWEA-BQP0K6E5D-lkjX7SmR1YnTzDmOo_yEerey2eEavy-cKTNQTyl6itu2YcVJDkC80s99Ay_EQhisBOvgqvY2qItULIk1Sa3yQbLpqHYIiRMrUvQl7nDbHU-KNwtooMvCpyPQ/s2048/IMG_20200618_104821.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_kWvUhWEA-BQP0K6E5D-lkjX7SmR1YnTzDmOo_yEerey2eEavy-cKTNQTyl6itu2YcVJDkC80s99Ay_EQhisBOvgqvY2qItULIk1Sa3yQbLpqHYIiRMrUvQl7nDbHU-KNwtooMvCpyPQ/w400-h300/IMG_20200618_104821.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">N2?</td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">- Mas porque é que não ficámos no sofá a ver a Netflix?! - Questiona o Dentuça debaixo do implacável Sol da manhã, enquanto o colossal camião ruge, impaciente, centímetros atrás da minha roda traseira. Atrás deste TIR segue outro, e mais uma fila interminável de outros veículos ligeiros e pesados, rodando ao meu ritmo, até que eu consiga sair da famigerada ponte do IP3. Já tinha dito que odeio pontes?</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwk4WGl1mlg6b1NScxVHD_39Mf2t_DwDIAhBETiSr-vmb_Yb4pB57ZS0koHfr7dhqqV2OzifCg39RVRupYGd-uM86DgPdRs71YR7lDEqyy8B-3gwCTOPmHXC-jOOdje5Q8zpkf4-eMSB8/s2048/IMG_20200618_111509.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwk4WGl1mlg6b1NScxVHD_39Mf2t_DwDIAhBETiSr-vmb_Yb4pB57ZS0koHfr7dhqqV2OzifCg39RVRupYGd-uM86DgPdRs71YR7lDEqyy8B-3gwCTOPmHXC-jOOdje5Q8zpkf4-eMSB8/w400-h300/IMG_20200618_111509.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">N2??</td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">A manhã do meu terceiro dia na N2 até tinha começado bem, um pouco como a noite tinha acabado: à conversa com o proprietário do turismo rural onde me tinha instalado, no Vimieiro. Descobri que ele conhece também o <a href="https://www.oeiras.pt/" target="_blank">Isaltinistão</a> e em tempos até lá viveu, não muito longe de mim. Curioso. Aproveito também que tenho direito ao pequeno almoço para sair para a estrada já devidamente munido de umas calorias para alguns quilómetros. O anfitrião faz questão de me tirar uma foto com a bicicleta, para o seu site, antes de eu abalar de volta à N2.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">E sabe bem estar de volta à estrada. Mas a manhã traria consigo algumas surpresas. Uma coisa que é preciso compreender é que a N2, com 738Km de extensão, na verdade não existe... Ou melhor, ao longo do longo percurso, a estrada por vezes desaparece, para se transformar em IP ou IC, para ser uma avenida urbana, ou um arruamento. E por vezes fica difícil seguir o percurso. Em anos recentes, uma vez consolidada a fama desta <i>Route 66</i> portuguesa, foram colocadas placas em algumas zonas, com vista a ajudar os viajantes a navegar alguma destas zonas mais complicadas. <span> </span><span> </span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><p><br style="text-align: left;" /></p></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEfT3qiJkesbPXJGAoAnzGmXAA9dSM-aQyVzrJX1fOOr9U0vpFNL9ogEcSS7eJkty1oob1lFxnXa6aBPtod6O12deE-9JGWcIoB4FZILjyQWezWzRCuJAm-XjIjd-tPwDtZllYWMEJHfg/s2048/IMG_20200618_103006.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEfT3qiJkesbPXJGAoAnzGmXAA9dSM-aQyVzrJX1fOOr9U0vpFNL9ogEcSS7eJkty1oob1lFxnXa6aBPtod6O12deE-9JGWcIoB4FZILjyQWezWzRCuJAm-XjIjd-tPwDtZllYWMEJHfg/w400-h300/IMG_20200618_103006.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">N2???</td></tr></tbody></table><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">E foi assim que dei por mim a sair e entrar da "N2" naquela manhã, para evitar as zonas em que ela se transforma em IP. Em alguns casos existe sinalização nova que indica que a N2 é agora numa via paralela, claramente de construção recente. Outras vezes somos obrigados a passar por debaixo da estrada principal e andar no meio do nada. Fica difícil fazer a navegação nesta zona, mas o pior é a ponte sobre o rio (Dão, Mondego?) onde a N2 nos atira de volta para o IP3, que nesta zona perde temporariamente esse estatuto, pelo que bicicletas podem passar (E é o único local onde o podem fazer). </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_O1pQTsjjTgLRMZTl4ezn3VnFlS5uXM1yYT9pQXFgY58XH1DTTqPXnvjyXJVd_pHAvrB0j5cTW63vHnhSoKXHLMCiRHSgtpqcz8lk_KU7DCGI3r7DBPfQXfKYrW9nwjrEiBE0izlX7Fs/s2048/IMG_20200618_105630.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_O1pQTsjjTgLRMZTl4ezn3VnFlS5uXM1yYT9pQXFgY58XH1DTTqPXnvjyXJVd_pHAvrB0j5cTW63vHnhSoKXHLMCiRHSgtpqcz8lk_KU7DCGI3r7DBPfQXfKYrW9nwjrEiBE0izlX7Fs/w400-h300/IMG_20200618_105630.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">N2????</td></tr></tbody></table><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Sucede que nessa altura o IP3 estava em obras, e os meticulosos senhores da empreitada tinham reservado para si todo o piso da estrada e das bermas, com a excepção de uma faixa, estreita, delimitada por enormes blocos de cimento de ambos os lados. Ultrapassagens não eram possíveis, mesmo a uma bicicleta. E foi assim que dei por mim a segurar o transito, que até há umas centenas de metros rodava como em autoestrada e agora tinha de esperar pelo ciclista. Para que não restassem dúvidas, eu rolava mesmo no meio da faixa, não fosse o camião sentir-se tentado a fazer a ultrapassagem, que seria para mim morte certa. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhN_V3plT6r_YSZaP7vpnWR-F28WsJG-L0fZ5DZwggak2MlAeDhTaoESRMNU8-kaGXDf2MFwFFEzoOY72BNATYtrNCAKVIhnUfRVuj5NLCGJIO6yMNMcqtH9Ripm3S6mCUvyh4X_1z8kSI/s2048/IMG_20200618_111445.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhN_V3plT6r_YSZaP7vpnWR-F28WsJG-L0fZ5DZwggak2MlAeDhTaoESRMNU8-kaGXDf2MFwFFEzoOY72BNATYtrNCAKVIhnUfRVuj5NLCGJIO6yMNMcqtH9Ripm3S6mCUvyh4X_1z8kSI/w400-h300/IMG_20200618_111445.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">?</td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Saindo do IP3 na primeira oportunidade, para alívio de dúzias de enlatados, ainda tive que saltar uns separadores para regressar à N2, mas daqui para a frente as coisas melhoraram muito. As paisagens continuavam incríveis. Foi nesta altura que encontrei mais ciclistas. Primeiro estive à conversa com um local, que se interessou pela minha viagem e me informou que havia um grupo mais à frente, também a fazer a N2, com carro de apoio. Alcancei este grupo de uns 5 ciclistas e a sua autocaravana de apoio numa subida ingreme, e para minha surpresa, ultrapassei todos eles. Seguiam sem pesos extra e tinham por objectivo fazer a N2 em menos dias que eu, pelo que o seu ritmo me surpreendeu. Confesso que a sensação foi incrível, com carga e sem treino, na minha bicicleta do supermercado, como alguns lhe chamam, eu passei por aqueles companheiros como se estivessem parados, e não mais os voltei a ver.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"> </div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIz1lz9dRHwsF_lA0CYWpbpC01HvJheCTrKqK8RtRQgF4CVORznhu2NTU7UEDcFBVPXrON5naDIDdz3M8eFNAhOrQekcN4QpdhtWeGnEVmXqbY807RxyqjVFj6EvN1NkjJjb6omlZHN8w/s2048/IMG_20200618_130134.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIz1lz9dRHwsF_lA0CYWpbpC01HvJheCTrKqK8RtRQgF4CVORznhu2NTU7UEDcFBVPXrON5naDIDdz3M8eFNAhOrQekcN4QpdhtWeGnEVmXqbY807RxyqjVFj6EvN1NkjJjb6omlZHN8w/w400-h300/IMG_20200618_130134.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Come-se bem em Góis...</td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">O almoço foi um petisco jeitoso em Góis, numa bomba de gasolina-restaurante-padaria-posto turístico. Fiz a minha pesquisa do costume e identifiquei um parque de campismo em Pedrogão Grande. Sempre me falaram bem da terra e eu há muito que queria lá ir e hoje teria a oportunidade! Em princípio faria sentido também lá ficar em termos de quilómetros diários percorridos.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"> </div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiUZdZXkksVMiJF9w8LLdyP8e4ALD0OLo5Yn1o2rjgntrLn59E176m5iSF36TO4YsMJqFXlcFSVHRnwkYs19EXdDdiquZR0ZDyNNeGIEL7WRZ5aURzxL7b3nvDX0jFh72wlwGC2_LJ9xA/s2048/IMG_20200618_155332.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiUZdZXkksVMiJF9w8LLdyP8e4ALD0OLo5Yn1o2rjgntrLn59E176m5iSF36TO4YsMJqFXlcFSVHRnwkYs19EXdDdiquZR0ZDyNNeGIEL7WRZ5aURzxL7b3nvDX0jFh72wlwGC2_LJ9xA/w400-h300/IMG_20200618_155332.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Vistas da estrada</td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtdploksyj23vrKnnBgk6uj50rUT8A7e2fOqAu_qiiCjm8q5iv5Gy-YyCeyfriXm3YSJtDRdhZoEG50Kj4ZDJWcG4gOFeXM6Yym7NRRQy7EwP-cidu6c03L3ijEzp2Q2A7TBjxJpLgCdo/s2048/IMG_20200618_163124.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtdploksyj23vrKnnBgk6uj50rUT8A7e2fOqAu_qiiCjm8q5iv5Gy-YyCeyfriXm3YSJtDRdhZoEG50Kj4ZDJWcG4gOFeXM6Yym7NRRQy7EwP-cidu6c03L3ijEzp2Q2A7TBjxJpLgCdo/w400-h300/IMG_20200618_163124.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A Famosa</td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">O parque de campismo de Pedrogão Grande fica junto à albufeira, e para quem vem da N2, no final de uma descida considerável. Pelo caminho ia pensando que o parque de campismo <i>tinha </i>que estar aberto, porque eu não ia conseguir voltar a subir aquilo tudo para regressar à N2 sem um bom descanso primeiro. As primeiras impressões não auguravam nada de bom, a recepção não tinha ninguém e o parque tinha um portão, que estava fechado. Mas depois apareceu um senhor e à conversa percebi que se tratava de um funcionário da Câmara local, a quem o parque pertencia. Fui informado que o parque aguardava por nova gestão privada, e até lá não estava nem aberto nem fechado, já que a Câmara autorizava os residentes de longa data a permanecer, mas não tinha forma de receber novos utentes. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Simpaticamente, fui convidado a permanecer por uma noite, sem pagar nada, desde que me entendesse com os moradores locais, já que o portão seria de novo fechado. O parque tinha espaços com um matagal impressionante, e claramente precisava de manutenção em algumas zonas, mas os WC's estavam impecavelmente limpos e, melhor que isso, havia uma piscina com água em bom estado! Rejubilai!</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3NCFIXAxIWi5F5K61Zm3J0UKLgp6jT4Gerrd6nQlYlucaR1_a-oJCIvMYy9SPy3txgCu4WLSMPzPRWX-rdYBx_gT0Cpkdy0_ty0WAR6T8c7k3aSE2HmNgyTCNqHPpVq3IFAWJrm0IiVs/s2048/IMG_20200618_172407.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3NCFIXAxIWi5F5K61Zm3J0UKLgp6jT4Gerrd6nQlYlucaR1_a-oJCIvMYy9SPy3txgCu4WLSMPzPRWX-rdYBx_gT0Cpkdy0_ty0WAR6T8c7k3aSE2HmNgyTCNqHPpVq3IFAWJrm0IiVs/w400-h300/IMG_20200618_172407.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">SIM! Só para mim!</td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiq0SSQj8jLs-gpqrOd9zf69QGmM1kOD48yUDhh0PRmbknUjWmpVEeZ4oQtLhdjxvrSCkPwB9UBAHV6PLtEzjT4umgKt4QegbxRq4XHMWVGyHUGnLn4ab6mKHtHH87OpWT1lGYuu_BGvM/s2048/IMG_20200618_171641.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiq0SSQj8jLs-gpqrOd9zf69QGmM1kOD48yUDhh0PRmbknUjWmpVEeZ4oQtLhdjxvrSCkPwB9UBAHV6PLtEzjT4umgKt4QegbxRq4XHMWVGyHUGnLn4ab6mKHtHH87OpWT1lGYuu_BGvM/w400-h300/IMG_20200618_171641.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Parece-me um bom lugar para jantar</td></tr></tbody></table><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">E quanto ao jantar? Como disse, eu dificilmente conseguiria deslocar-me por uma distância significativa, mesmo para comer. Mas fui uma vez mais lambido pela língua viscosa da sorte, pois junto à albufeira, uns metros mais abaixo do parque, estava uma roulotte de petiscos, onde comi um hamburger delicioso e brindei ao pôr do Sol. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"> </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAyq_6BZr_qWEqZC-KqMhdHk7ozuk9IdUKkIu8dfY-3Dye5h0Z42vU5YVhTjNDAyiJaKZI2NnKlGO0tVLn9PU-cG_6Y5-cC4YBkZQNoHYQoRrYbG_JEwewqP4Nn7wyITtmGPxJlKuaf74/s2048/IMG_20200618_175154.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAyq_6BZr_qWEqZC-KqMhdHk7ozuk9IdUKkIu8dfY-3Dye5h0Z42vU5YVhTjNDAyiJaKZI2NnKlGO0tVLn9PU-cG_6Y5-cC4YBkZQNoHYQoRrYbG_JEwewqP4Nn7wyITtmGPxJlKuaf74/w400-h300/IMG_20200618_175154.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Home, sweet home!</td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p><b>Dia 17</b>. Vimieiro-Pedrogrão Grande. 101km. (Estrada).</p>Bessahttp://www.blogger.com/profile/01544628827577680231noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1136361073578599697.post-70554614550543176052021-05-08T17:55:00.001+01:002021-05-09T09:10:37.638+01:00Projecto Bacalhau: Dia 16 - Até à Casa do Salazar<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6tJc6g2UBjIVoVfsLbxtyzPck-1HrSE-aMifazsQJQhH2FW-5Zzxpql28s_fAQzkuQGHcJOJrcW3FuBJ6cmuXUaR8mMn1eCUHhdjSwt50cb5-jh-SbBMCigrR7YwsLPk0OYQlb7WRMFs/s2048/IMG_20200617_142634.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6tJc6g2UBjIVoVfsLbxtyzPck-1HrSE-aMifazsQJQhH2FW-5Zzxpql28s_fAQzkuQGHcJOJrcW3FuBJ6cmuXUaR8mMn1eCUHhdjSwt50cb5-jh-SbBMCigrR7YwsLPk0OYQlb7WRMFs/w400-h300/IMG_20200617_142634.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Viseu</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br />Amanhece em Lamego. É o segundo dia na N2, que fica mesmo ali no fim da rampa de acesso do Parque de Campismo. Despeço-me do velho pastor alemão gigante, um amistoso local, que veio mais uma vez ver se eu precisava de alguma coisa. O que eu precisava era de um bom pequeno almoço, mas hoje não há disso por aqui. Mais vale ir andando para esta que será mais uma etapa de 100Km, como acordado. </p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSSuh4UmXbiUZWZjHfGa6xAOxZyaTSD06EWrvBcphjIJb1JxSDDP3bIRE_6MnQUfoclAu0CcotA9gT0GMAAOKZ9ol7Ebk3ulpshmiS7N7HKAW5S1sBRwzbxSqaJ_Xrt_QSAJaqfxvXycU/s2048/IMG_20200617_123010.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSSuh4UmXbiUZWZjHfGa6xAOxZyaTSD06EWrvBcphjIJb1JxSDDP3bIRE_6MnQUfoclAu0CcotA9gT0GMAAOKZ9ol7Ebk3ulpshmiS7N7HKAW5S1sBRwzbxSqaJ_Xrt_QSAJaqfxvXycU/w400-h300/IMG_20200617_123010.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Castro Daire</td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: justify;">A estrada é agradável até Castro Daire. Mas depois desta bela localidade, a N2 está cortada. Sou encaminhado para uma volta por estradas secundárias, onde a determinada altura até o asfalto desaparece. Por mim tudo bem, para isso é que tenho uma bicicleta <i>Gravel</i>. Mas isto corta a velocidade média e hoje não sei mesmo onde irei acabar. </p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhy25nKQtPYZYVIZRaG7ehWNOWI8QIWUAfkPsncKOEZRmiMSPAAHAdFrOznQnVEk9-kF2wgbVVYDp0fJo1TeONiKB1WFegwpvl8YN3UUwIDQBh-UOVdIEB1E-uciS79XgRYxEeJtKWtMko/s2048/IMG_20200617_123023.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhy25nKQtPYZYVIZRaG7ehWNOWI8QIWUAfkPsncKOEZRmiMSPAAHAdFrOznQnVEk9-kF2wgbVVYDp0fJo1TeONiKB1WFegwpvl8YN3UUwIDQBh-UOVdIEB1E-uciS79XgRYxEeJtKWtMko/w400-h300/IMG_20200617_123023.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Às voltas pelos montes, a tentar regressar à N2</td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: justify;">Depois de alguns atalhos, o desvio leva-me de novo para a N2. Pela hora do almoço estou em Viseu e mais uma vez estranho o burburinho da urbe, já não lido bem com muita gente, nem com muito trânsito. Eu estou bem é nos montes e vales, em zonas recônditas onde por vezes tenho a N2 toda só para mim.</p><p style="text-align: justify;">Convém talvez esclarecer, para quem não conhece, o perfil da N2. Esta estrada nacional, como tantas outras, não tem sempre as mesmas características, devido ao progresso e ao crescimento urbano e do tráfico. Mas na maioria dos quilómetros, a N2 é a típica estrada de duas faixas, uma para cada sentido de transito, com uma berma pequena ou mesmo inexistente. No Norte do país, a N2 sobe e desce bastante, mas sem exageros. Há também muitas curvas, que fazem as delicias dos motards e ciclistas, e obrigam os outros utilizadores a estarem sempre atentos ao volante, o que juntamente com o trânsito reduzido, torna o percurso, a meu ver, bastante seguro.</p><p style="text-align: justify;"> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRwBR21WDabkClZA6-eMGDBErtaHgPoArO98rnVL3AWQlTlM4GY5b8qQ0JzwNFlIGolsDwqbDGiGrSNE5dXcH47hfcOrfLsjeh1AD349_xy8Zs7SUH7TXnGDmRVKfL8iYKPtCgIIayuKE/s2048/IMG_20200617_142823.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRwBR21WDabkClZA6-eMGDBErtaHgPoArO98rnVL3AWQlTlM4GY5b8qQ0JzwNFlIGolsDwqbDGiGrSNE5dXcH47hfcOrfLsjeh1AD349_xy8Zs7SUH7TXnGDmRVKfL8iYKPtCgIIayuKE/w300-h400/IMG_20200617_142823.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Conhecem?</td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: justify;">O Almoço foi McPorcarias numa McEsplanada. Estava em caminho e eu tinha preguiça de ir à procura de algo mais substantivo. Nesta fase já desci pelo país o suficiente para o calor ter regressado e preciso de me abrigar um pouco do Sol do meio dia. Mas também não me posso acomodar, ainda falta bastante para os 100Km do dia.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDBRAROdJ73uJ7H-MF7KNFmYp2C-jq6fIuxI1lTLZw-nTnInJfHpqOSYG1M9jTn2ZnSuAnQLrQNEzVVoDlKeXmmCyAjYuY29mBDBGtfm_7hiQnxew4guIQCskhuDbqsYY0AS-bMMA9Wes/s2048/IMG_20200617_154659.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDBRAROdJ73uJ7H-MF7KNFmYp2C-jq6fIuxI1lTLZw-nTnInJfHpqOSYG1M9jTn2ZnSuAnQLrQNEzVVoDlKeXmmCyAjYuY29mBDBGtfm_7hiQnxew4guIQCskhuDbqsYY0AS-bMMA9Wes/w400-h300/IMG_20200617_154659.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Oi?</td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: justify;">Mais a Sul encontro a Ecopista do Dão, e como ela é paralela à N2, a determinado ponto eu decido ir explorar. O caminho é super agradável, com árvores, muita sombra e tranquilidade. E ainda são uns largos quilómetros. Mas a ecopista comete o erro de tantas outras <i>ciclo-coisas</i>, termina no meio do nada, sem indicações de nenhum tipo. Largado num arvoredo, sigo o Google Maps até encontrar a estação ferroviária de... <i>wait for it</i>... Santa Comba Dão! </p><p style="text-align: justify;">Mas estou do lado errado da via e sou perseguido por mais um cão dos Baskervilles. O enorme animal parece ser o cão de guarda de umas obras e claramente não está ali para fazer amigos. Tenho que pular literalmente a cerca e depois atravessar várias linhas férreas para chegar à bonita estação, abandonada ao calor do dia, que já vai longo. </p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeUSqKGpxXx2TvHmEN54qM1Bvtv4-6nZZ8E52NdwCCcxse20rnfrIO40Gldf8y6cNByyFW-MITmHzGeFs91W4S9aONG0jpqUbsf3eN20eBn3MCCQjNgMaUA4GE-gc3XuIvOoIK5q0KEA8/s2048/IMG_20200617_161217.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeUSqKGpxXx2TvHmEN54qM1Bvtv4-6nZZ8E52NdwCCcxse20rnfrIO40Gldf8y6cNByyFW-MITmHzGeFs91W4S9aONG0jpqUbsf3eN20eBn3MCCQjNgMaUA4GE-gc3XuIvOoIK5q0KEA8/w400-h300/IMG_20200617_161217.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ecopista!</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrfiRDmxVVBJxnlaND88OQNVTxoMmvM8lmpp67SB-TLi7Dgb6NlibN8_FhiTXjiZBl8QGWEU2BB4H9ZcO95WYHWywnZq3WH6cD0HFH6M3HwHJK_ywTKV_UyCKw8vtZa0Yv9Wb3QQGqOt8/s2048/IMG_20200617_163828.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrfiRDmxVVBJxnlaND88OQNVTxoMmvM8lmpp67SB-TLi7Dgb6NlibN8_FhiTXjiZBl8QGWEU2BB4H9ZcO95WYHWywnZq3WH6cD0HFH6M3HwHJK_ywTKV_UyCKw8vtZa0Yv9Wb3QQGqOt8/w400-h300/IMG_20200617_163828.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Respirar fundo. Isso.</td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: justify;">Não muito longe da estação está uma casa de um cavalheiro bem conhecido, um filho da terra. Parece-me estar a reconhecer a modesta vivenda, de filmes e fotografias antigas e parei para confirmar. Uma placa esclarece que, sim senhor, ali nasceu Salazar.</p><p><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjrBLmgC3GicagzKvmTJZU2i6P_0r_V_ecfV9b98dZH88yFYO5Nswst8JwutknIsUF7eoDyIijfIrEwd9xiCCtpH1ya9IFxDXw7O9C_rtmVM8n2z837mOED4GujDTz5_83hDwufEv3F0E/s2048/IMG_20200617_175130.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjrBLmgC3GicagzKvmTJZU2i6P_0r_V_ecfV9b98dZH88yFYO5Nswst8JwutknIsUF7eoDyIijfIrEwd9xiCCtpH1ya9IFxDXw7O9C_rtmVM8n2z837mOED4GujDTz5_83hDwufEv3F0E/w400-h300/IMG_20200617_175130.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Aqui nasceu Salazar</td></tr></tbody></table><br /><br /><div style="text-align: justify;">O meu alojamento para o dia é um fantástico turismo rural, uma quinta que me obriga a afastar-me da estrada. Mas não há problema, amanhã retornarei ao mesmo exacto ponto. À chegada encontro apenas inúmeros cães e gatos e vários outros animais. O portão está aberto, mas na casa não se encontra ninguém. O meu telemóvel tem várias chamadas não atendidas de um número que eu não conheço. A reserva, feita pela net, não indica hora de chegada, e eu parece que cheguei em hora inconveniente para o proprietário. A coisa resolve-se por telefone, e recorrendo ao uso de uma chave escondida!<span> </span> </div><br /><br /><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3YHsIKm6ezzlX2Rf-0tlrCvBhPofjIw7CctFWHoyKAuDvzyIkDWOTe9UJZ8DEqPX-XgyKnnuwpuFAH4VEwi9cfgrlxnKIvj4-6DEuXxUQh9KVZvrXK2pzB5i60lzHvIe27_Sbnlk7BcI/s2048/IMG_20200617_181850__01.jpg"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3YHsIKm6ezzlX2Rf-0tlrCvBhPofjIw7CctFWHoyKAuDvzyIkDWOTe9UJZ8DEqPX-XgyKnnuwpuFAH4VEwi9cfgrlxnKIvj4-6DEuXxUQh9KVZvrXK2pzB5i60lzHvIe27_Sbnlk7BcI/w400-h300/IMG_20200617_181850__01.jpg" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjYqVx7MeuHWlLpiZ_FPHACJkojX_n61DNqFV50i2nFhHbE-b_Dx5IqM4M-Y12hewhWbTrrjUXiSEyO9BlLGOv5FzWHGmJM4zRY1sHXSp78oGkgKrBqtR9RJfFtvfZBgPh4fDypT36ORw/s2048/IMG_20200617_181855__01.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjYqVx7MeuHWlLpiZ_FPHACJkojX_n61DNqFV50i2nFhHbE-b_Dx5IqM4M-Y12hewhWbTrrjUXiSEyO9BlLGOv5FzWHGmJM4zRY1sHXSp78oGkgKrBqtR9RJfFtvfZBgPh4fDypT36ORw/w400-h300/IMG_20200617_181855__01.jpg" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">A propriedade é muito gira, e como disse, está cheia de animais que andam soltos. Já na presença do proprietário, não posso deixar de reparar que o preço que paguei não condiz com a qualidade do serviço de porcelana empregue para me servir o jantar, pelo que tudo indica que esta quinta antecede a era do turismo massificado em Portugal. Em tempos deve ter atraído clientela bem mais abonada que este vosso escriba, que janta no salão com a indumentária de sempre: chinelos de dedo, calções e camisola sintética de desporto. Tudo cinza, claro, que eu não brinco em termos de opções cromáticas. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvDCx8ZTMyXU9ujoNdo843oOTOahm75PTLV0auYSRehKhNLnGHORh44fDu8JE-IL4d6LMgMiL6cw_Z6HaK54-7TwngYcT7HXBvzfO5cqupvUIGUZo2u5hUX_hRx5V2D8-xgTlcd-KKDLE/s2048/IMG_20200617_213523.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvDCx8ZTMyXU9ujoNdo843oOTOahm75PTLV0auYSRehKhNLnGHORh44fDu8JE-IL4d6LMgMiL6cw_Z6HaK54-7TwngYcT7HXBvzfO5cqupvUIGUZo2u5hUX_hRx5V2D8-xgTlcd-KKDLE/w400-h300/IMG_20200617_213523.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Bicicleta no quarto III</td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: justify;">Em conversa com o proprietário, fico a conhecer um bocadinho mais da zona. Ele parece estar envolvido na dinamização da Ecopista do Dão. Aliás, toda a temática da natureza visa atrair turistas sensíveis a estas questões para a zona, sobretudo do Norte da Europa. Foi uma rara conversa nestes dias, uma agradável troca de ideias com um tipo inteligente, mas não podia durar. <i>Because </i>COVID, e também porque eu tenho mesmo que ir dormir. Cumpri mais uma vez com a distancia mínima e amanhã isso é para repetir. </p><p><b>Dia 16.</b> Lamego-Vimieiro. 109km. (Estrada).</p>Bessahttp://www.blogger.com/profile/01544628827577680231noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1136361073578599697.post-9784928145484075862021-05-07T13:12:00.001+01:002021-05-07T13:12:22.008+01:00Projecto Bacalhau: Dia 15 - Com um Mamute e um Cacho de Bananas na N2<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzh16ci7u8w4FMY653WjX9JgBWOl9W_55D4LGMI3RwH3CEmq6MhMw9NWSMebydA_a5H1tS26dj8hkfun57UZRmKgn8wauAMGNRRzBwDaLm8-b6N6vyHz21VdO88f_B30USq930D5qM59Y/s2048/IMG_20200616_095956.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzh16ci7u8w4FMY653WjX9JgBWOl9W_55D4LGMI3RwH3CEmq6MhMw9NWSMebydA_a5H1tS26dj8hkfun57UZRmKgn8wauAMGNRRzBwDaLm8-b6N6vyHz21VdO88f_B30USq930D5qM59Y/w400-h300/IMG_20200616_095956.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cá vamos nós!</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br />O modesto <a href="https://residencial-sao-neutel-lda.negocio.site/" target="_blank">hotel de Chaves</a> não desilude na simpatia e no pequeno almoço. O ambiente é de enorme expectativa. Depois de duas semanas na estrada, hoje começa a N2! Mas no briefing que faço de manhã cedo com o Dentuça, há uma questão que surge. Acontece que conhecemos quem tenha feito esta rota antes, de bicicleta, mas com carro de apoio e alojamento tratado. E quem fez, fez muitos mais quilómetros por dia do que aquilo que eu sou capaz. Por causa das comparações, o Dentuça acha que temos andado a <i>pastar</i>, a vagabundear pelo país até agora, e se não estipularmos uma meta, um objectivo, eu vou "arrastar-me" também pela N2 abaixo, porque aparentemente sou "um <i>granda </i>menino". </p><p style="text-align: justify;">Assim, para não ser demasiado fácil, para ter mais um aliciante, mais um incentivo, fica estipulado que tenho que fazer a N2 completa em sete dias no máximo, <b>o que se traduz numa média diária sempre superior a 100km</b>. A altimetria no Norte mete respeito, mas melhora no Sul do país. O facto de nesta altura já ter mais quilómetros nas pernas que os 738 da própria N2 dá-me alguma confiança. No entusiasmo da manhã, eu acho tudo boa ideia e comprometo-me a cumprir os objectivos traçados pelo paquiderme estofado. </p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaA7XRJ4oxD-2zGFzqXDj4vWKiEyPGSLLH6W3RTHeBWC1mhmHFXlhNTWM_j5OFrljEB9G1RNOEPaa-ClUSGJSVLDI66B-YqUjL_RI7dztXSyzytBYn0vTpPf0Co5RJlPWr2AGsYMiCAVs/s2048/IMG_20200616_095316.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaA7XRJ4oxD-2zGFzqXDj4vWKiEyPGSLLH6W3RTHeBWC1mhmHFXlhNTWM_j5OFrljEB9G1RNOEPaa-ClUSGJSVLDI66B-YqUjL_RI7dztXSyzytBYn0vTpPf0Co5RJlPWr2AGsYMiCAVs/w400-h300/IMG_20200616_095316.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Na ponte romana</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br />Chega a hora da partida. Atravesso Chaves com um cacho de bananas pendurado na bolsa do selim, e a sensação de estar a dar início a uma missão, alguma coisa importante. Localizo o Km 0 sem dificuldades. Fica no meio de uma banal rotunda concorrida. Imediatamente alguém reconhece os meus propósitos e se oferece para tirar a minha fotografia com a bicicleta, em frente ao marco quilométrico que indica simplesmente 0Km. Boas energias. </p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiF07TKXrL12rR5EzyyNELdphOxGT_XMuakBn4oTL3aK_k22bTJ2d4CMZfYagapXMJRU0oBz9r0Wzm94pTbiDkJqsTXX27ZsZSLioBRXNllqsaU7G-hM4jeaP2LU1kGdCCkF6Imr4HhQgY/s2048/IMG_20200616_095927__01.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiF07TKXrL12rR5EzyyNELdphOxGT_XMuakBn4oTL3aK_k22bTJ2d4CMZfYagapXMJRU0oBz9r0Wzm94pTbiDkJqsTXX27ZsZSLioBRXNllqsaU7G-hM4jeaP2LU1kGdCCkF6Imr4HhQgY/w400-h300/IMG_20200616_095927__01.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O Km Zero</td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: justify;">E a coisa começa. Rolando pela cidade, já na N2, recebo várias buzinadelas de incentivo. As pessoas acenam, sou uma pequena vedeta temporária. Os habitantes estão acostumados ao colorido de ciclistas e motards a passar por aqui, mas não devem ter visto muitos recentemente, devido ao COVID. A sensação é incrível, ontem era só um ciclista esquisito anónimo, cheio de coisas penduradas na bicicleta. Hoje sou como um peregrino de Santiago, toda a gente parece perceber o que estou a fazer. E parecem gostar. </p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZ6NsYTqZ5a8isMfzEOCEP7JJhsLjFWS-80_dbdO0MdlEYld4AQUcYP9oxrVHtqKQDl1WXib-J6t5vT-_g-iulldYOjmrbyCLMon7zqO3dpigsvM-9zzCkF5ft18oetUSVpOYTzsx9Bxk/s2048/IMG_20200616_105114.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZ6NsYTqZ5a8isMfzEOCEP7JJhsLjFWS-80_dbdO0MdlEYld4AQUcYP9oxrVHtqKQDl1WXib-J6t5vT-_g-iulldYOjmrbyCLMon7zqO3dpigsvM-9zzCkF5ft18oetUSVpOYTzsx9Bxk/w300-h400/IMG_20200616_105114.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Vidago</td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: justify;">A estrada em si tem ambiente. Nos últimos anos parece ter havido um esforço por divulgar o traçado da N2 como forma de fomentar o turismo nos concelhos abrangidos e os indícios estão por toda a parte. Desde os cafés e restaurantes que mudaram de nome para algo referente à N2, até <a href="https://pplware.sapo.pt/smartphones-tablets/en2-chegou-a-app-de-apoio-turistico-a-rota-da-estrada-nacional-2/" target="_blank">uma app dedicada</a> para o telemóvel e <a href="https://www.rotan2.pt/merchandise" target="_blank">um passaporte</a>, ao estilo da credencial do peregrino de Santiago. Mas não se enganem, a N2 não é feita de marketing, o traçado é de facto simplesmente magnífico, e depressa a sua fama se justifica.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAHei7yOITW0xWZV91oEpeM483wWu94oI2TfdHReFsVdvv6JVwadUzRE9D3mGzYeumVjE8E6uxE4UsAyfJHJspkG7iNaEtTPXiP94q8FUwVquUrnMQHXMth9CmW6oer8cRPanwi_iH2DA/s2048/IMG_20200616_123816.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAHei7yOITW0xWZV91oEpeM483wWu94oI2TfdHReFsVdvv6JVwadUzRE9D3mGzYeumVjE8E6uxE4UsAyfJHJspkG7iNaEtTPXiP94q8FUwVquUrnMQHXMth9CmW6oer8cRPanwi_iH2DA/w400-h300/IMG_20200616_123816.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Decididamente não estamos no Isaltinistão</td></tr></tbody></table><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJr7adi9JH5-wuleqypKtPidOZrmZjrEJ-PGoyidumGGt8Dhp8mcPuXQz7KOJLsRm55tVSk5duqP_dYjezPswrLYUzn7sH9oRqGNbvsXknXMh68rdsnfIHxThE_6GJPK_yZ2eUwsN286Q/s2048/IMG_20200616_132854.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJr7adi9JH5-wuleqypKtPidOZrmZjrEJ-PGoyidumGGt8Dhp8mcPuXQz7KOJLsRm55tVSk5duqP_dYjezPswrLYUzn7sH9oRqGNbvsXknXMh68rdsnfIHxThE_6GJPK_yZ2eUwsN286Q/w400-h300/IMG_20200616_132854.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Mais Chaimites em Vila Real</td></tr></tbody></table><br /><br /><div style="text-align: justify;">A manhã corre a bom ritmo, estou a levar a questão dos 100Km/dia a sério. O almoço é numa esplanada em Vila Real, em frente ao novo hospital e em conversa com alguns nativos. Foi uma excelente refeição, mas tenho de voltar para a estrada. Uma olhada no telemóvel confirma a existência de um parque de campismo em Lamego. Essa é a distância certa para os meus objectivos e Lamego passa a ser o nosso destino para o dia. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWEz87xXhRJZ15kYRrO63GbVU2qUmE67kFG5f114RiE86kv-TematEkYNAuVIThac7eals0vRRtz_zTwC5JdkVSKE8pbKWqcnnV5sCtr9OfyncfL0AkbC6jbsYZcHosANr42OUnwUjQ6M/s2048/IMG_20200616_144531.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWEz87xXhRJZ15kYRrO63GbVU2qUmE67kFG5f114RiE86kv-TematEkYNAuVIThac7eals0vRRtz_zTwC5JdkVSKE8pbKWqcnnV5sCtr9OfyncfL0AkbC6jbsYZcHosANr42OUnwUjQ6M/w400-h300/IMG_20200616_144531.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A4, Viaduto do Corgo</td></tr></tbody></table><br /><br /><div style="text-align: justify;">A saída de Vila Real é feita com alguma relutância, as pernas estão pesadas. Mas depressa dou por mim numa sequência delirante de curvas em cotovelo, uma descida daquelas para guardar na memória. Dou por mim a pedalar a velocidades absurdas, a ultrapassar carros, e sim, a correr riscos. Mas quando chego lá abaixo e tenho que meter a pedaleira pequena para começar uma subida interminável, sou recordado do que ando aqui a fazer.</div><div style="text-align: justify;"> </div><div><div style="text-align: justify;">Naquele momento não há preocupações com o COVID, ou questões familiares por resolver, não há problemas profissionais, não há aspirações financeiras, não dúvidas e ansiedades avulsas. Sou só eu e o Dentuça, numa bicicleta, a tentar chegar a algum lado. Enquanto houver estrada, e ar nos pneus e força nas pernas, o mundo é um sítio muito simples de compreender.</div><div><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_5MNIgmp3vEUbCvdc7YPy8HmbAZB10CEiB6gZvBBtOnopFKPo4zOh0oD9ju0PnvodIo56m5PYV4MFQNG7t_J3hrqqW7FmAYtHETy-PFZBe3Mq9wQyqSDFcxeDo0kkFh3IU6_TWINoC6k/s2048/IMG_20200616_145247.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_5MNIgmp3vEUbCvdc7YPy8HmbAZB10CEiB6gZvBBtOnopFKPo4zOh0oD9ju0PnvodIo56m5PYV4MFQNG7t_J3hrqqW7FmAYtHETy-PFZBe3Mq9wQyqSDFcxeDo0kkFh3IU6_TWINoC6k/w400-h300/IMG_20200616_145247.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Não está mal</td></tr></tbody></table><br /><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXhR421ZSy53q1UV-JyjEQTEMLDMu6otd5DLol5WlYUX5wCywSALxe7fWfS2WjEM_DmjgWh_86tZF0XIfN9QJPAwSnKa8byesQXRPEMNSPzWQNshpWCklGGatEbkukQGtsBOfsXQrvjC4/s2048/IMG_20200616_145327.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXhR421ZSy53q1UV-JyjEQTEMLDMu6otd5DLol5WlYUX5wCywSALxe7fWfS2WjEM_DmjgWh_86tZF0XIfN9QJPAwSnKa8byesQXRPEMNSPzWQNshpWCklGGatEbkukQGtsBOfsXQrvjC4/w300-h400/IMG_20200616_145327.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Razoável</td></tr></tbody></table><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3JZujoOFvKnGPFG1HnKlAMHbueiL7c-EHnQqGoxVXfMD1Magt_XzMBmUCeK51VFvgO94CrKKdb9KRoyYzbbggG0_c-n5CkhE9RX-vFmHOxeHmhGbcrEYl_YTODTSscNbWpRUHEDs-2sc/s2048/IMG_20200616_155129.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3JZujoOFvKnGPFG1HnKlAMHbueiL7c-EHnQqGoxVXfMD1Magt_XzMBmUCeK51VFvgO94CrKKdb9KRoyYzbbggG0_c-n5CkhE9RX-vFmHOxeHmhGbcrEYl_YTODTSscNbWpRUHEDs-2sc/w400-h300/IMG_20200616_155129.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Aceitavelzito</td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">A chegada a Lamego é uma sequencia de subidas que parecem não ter fim. Mas já me sinto um veterano da estrada e tenho aquela confiança baseada na experiencia: se eu simplesmente continuar a pedalar, mesmo que devagar, eventualmente vou chegar ao destino e todo aquele esforço será mais tarde recompensado. E recompensado sou, depois de mais de 1700 metros de acumulado, com as vistas familiares de Lamego. O parque de campismo fica na própria N2, mas do outro lado da cidade.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivMbbvd88DGxSI7pyzhb7QDQMYogscQ_C5mVPZbqT_wT6LWam68nzgM4V_qPzqE744AmzPR0GpCWyXZ5znRsG7_WgQowvCEKKwVEaDKtKS0X5lP3sHnK2WrquIDhyphenhyphenlbvUEqaO6V49_2Ng/s2048/IMG_20200616_170939.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivMbbvd88DGxSI7pyzhb7QDQMYogscQ_C5mVPZbqT_wT6LWam68nzgM4V_qPzqE744AmzPR0GpCWyXZ5znRsG7_WgQowvCEKKwVEaDKtKS0X5lP3sHnK2WrquIDhyphenhyphenlbvUEqaO6V49_2Ng/w300-h400/IMG_20200616_170939.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Lamego!</td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Há um enlatado que quebra o zen, quando quase me atira ao chão numa ultrapassagem absurda, forçada dentro de uma faixa estreita, no centro. Cidades! Ao ver que o Fittipaldi ficou inevitavelmente imobilizado numa fila 40 metros mais à frente, o Dentuça sugere que eu lhe alargue o esfíncter com o Specialized 44, mas eu deixo o anormal para trás e sigo para o parque de campismo. As surpresas não acabam, a entrada do parque fica no final de uma subida muito ingreme em empedrado e tenho mesmo que desmontar. Os vizinhos de frente são as caves Raposeira, pois então. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"> </div><div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcvzuCow-is2z9YVJErDOyb4el55qkXtSwlVGAzSyIaCkSXStiElWxZWdRuieqPGw1LS65Q7TCMnlKIBjVpnh7x6T8Y5A3-zYQmvzxLAP0ivx1Q4lExNJoJwcX-CBNOGlTXtVU4vuXU0s/s2048/IMG_20200616_172132.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcvzuCow-is2z9YVJErDOyb4el55qkXtSwlVGAzSyIaCkSXStiElWxZWdRuieqPGw1LS65Q7TCMnlKIBjVpnh7x6T8Y5A3-zYQmvzxLAP0ivx1Q4lExNJoJwcX-CBNOGlTXtVU4vuXU0s/w400-h300/IMG_20200616_172132.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O Dentuça já fazia planos para o serão</td></tr></tbody></table></div><br /><p></p><div style="text-align: justify;">O parque de campismo é absolutamente deslumbrante. Assente numa encosta, onde quer que monte a tenda tenho vistas espetaculares. A super prestável senhora do parque empresta-me uma chave para que eu possa sair pelas traseiras, cortar caminho para o centro, e evitar a rampa inclinada da entrada principal. Uso o atalho para ir jantar, num tasco daqueles mesmo tasco! De barriga e alma cheia e depois de umas fotografias, regresso ao parque no frio do crepúsculo, já a pensar no meu saco cama quente e num descanso merecido. </div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_ozhvef5Ti8SmVgCS03oOE9tnIHXwCXc1TpIxep_yH5tEUm8lzRCYZpr3sM8YCZW3182m-ajyXSXPZapsM8v7a1QtkObraiFiblAXGDon-nzOhosdOO4nmjt2LO_K1E4IssDdeNXx4K8/s2048/IMG_20200616_194536.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_ozhvef5Ti8SmVgCS03oOE9tnIHXwCXc1TpIxep_yH5tEUm8lzRCYZpr3sM8YCZW3182m-ajyXSXPZapsM8v7a1QtkObraiFiblAXGDon-nzOhosdOO4nmjt2LO_K1E4IssDdeNXx4K8/w300-h400/IMG_20200616_194536.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Final de dia em Lamego</td></tr></tbody></table><br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0q4FNLgN_BeoquP_P7G5qHhcnQIWFyIlXu_ULVpWhLXzBs2dP9wSlTF6m4i9eOGzXar9STL33T6Dg2NJZGKwGlilDeSAQuCNhjT1DFfvKFGiKTLtOQMKSWuAQzT22v96K_cU1QM0oddE/s2048/IMG_20200616_194007.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0q4FNLgN_BeoquP_P7G5qHhcnQIWFyIlXu_ULVpWhLXzBs2dP9wSlTF6m4i9eOGzXar9STL33T6Dg2NJZGKwGlilDeSAQuCNhjT1DFfvKFGiKTLtOQMKSWuAQzT22v96K_cU1QM0oddE/w400-h300/IMG_20200616_194007.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgb9YSFcaVA1bLZ9aIE91KdgSjEkLTydNJd4ibzWPQpEp0Q3blGHJ1JSrEfdOz7LHvFn9gpnVmFQUpt-kZxHlfToE0Y2gzld1iDc3raAY8vw4OI1aONDgnQCpcSD4c1e_W6G_AgBbcS6CY/s2048/IMG_20200616_183723.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgb9YSFcaVA1bLZ9aIE91KdgSjEkLTydNJd4ibzWPQpEp0Q3blGHJ1JSrEfdOz7LHvFn9gpnVmFQUpt-kZxHlfToE0Y2gzld1iDc3raAY8vw4OI1aONDgnQCpcSD4c1e_W6G_AgBbcS6CY/w400-h300/IMG_20200616_183723.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoULMFq2-CtFyGUwFGYCW8_PdT8LReunl4ryssk5Jn2PZvz_HiogmN0zovv0PdNS5XY7dCIaESpkI26oy-zSvLNcFtM2BYNqpde4-ECe_SrAxdeXhg4Np0xjSqYl0qbJDxUAlwnrS8hTU/s2048/IMG_20200616_175406.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoULMFq2-CtFyGUwFGYCW8_PdT8LReunl4ryssk5Jn2PZvz_HiogmN0zovv0PdNS5XY7dCIaESpkI26oy-zSvLNcFtM2BYNqpde4-ECe_SrAxdeXhg4Np0xjSqYl0qbJDxUAlwnrS8hTU/w400-h300/IMG_20200616_175406.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIlglC2kwec9JJ-H4lqeQtJYUVwgzw383AbdPHAgns1Ep4aQNBugeDgjasiyaBDwDqE9ZyCuMN7ehEZIenMFk-aAUbF6xt0zVj1YSTjqWh7QumtSY8hp1OOuBNwtEDfnb2UKfRJeW1YV8/s2048/IMG_20200616_175346.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIlglC2kwec9JJ-H4lqeQtJYUVwgzw383AbdPHAgns1Ep4aQNBugeDgjasiyaBDwDqE9ZyCuMN7ehEZIenMFk-aAUbF6xt0zVj1YSTjqWh7QumtSY8hp1OOuBNwtEDfnb2UKfRJeW1YV8/w400-h300/IMG_20200616_175346.jpg" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">Dia 15. Chaves-Lamego. 104Km. (Estrada).</div><br /></div>Bessahttp://www.blogger.com/profile/01544628827577680231noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1136361073578599697.post-7845023364255035452021-05-06T14:25:00.000+01:002021-05-06T14:25:53.383+01:00Projecto Bacalhau: Dia 14 - Chaves!<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggP9rGv00xbHSskhi_N9jponJX3SuMKii7q_uEMm0qKZacjDgyEvpgJ4UQ4TiYV97XxduF3ixPp2nixk45wWjYZwCs6kDyvTUstti214KXKMNdT_-e19KjvrVZquPMM_wDL_QFgmJokCM/s2048/IMG_20200615_143526.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggP9rGv00xbHSskhi_N9jponJX3SuMKii7q_uEMm0qKZacjDgyEvpgJ4UQ4TiYV97XxduF3ixPp2nixk45wWjYZwCs6kDyvTUstti214KXKMNdT_-e19KjvrVZquPMM_wDL_QFgmJokCM/w400-h300/IMG_20200615_143526.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Chaves! Rejubilai!</td></tr></tbody></table><br /><p></p><p style="text-align: justify;">O tempo continua farrusco quando regresso à N103 pela manhã, mas não chove e depois do <a href="https://lisboabike.blogspot.com/2021/05/projecto-bacalhau-dia-13-no-fio-da.html" target="_blank">dia de ontem</a>, isso agradece-se. A nacional tem vindo a revelar-se muito aprazível. Não tem a altimetria maluca das estradas secundárias dos montes e vales do Gerês, mas tem curvas e sobe e desce suficiente para não ser aborrecido. O trânsito é ligeiro e não provoca stress. Pelo meio da manhã tenho que concluir que, se não chover, vai ser um dia divertido. </p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0N21PQLZ3dzLG4T0y49liTxIpl-yjkNkDQA2vpglpjBXILtetwDEwqDu6RYKCtYxtB0rExBhuVposaYsHOBVSR5IXaMcMPchvI5H2Y8n6Jlr57jYTdXFa6fnCK0ZYXX8xdkuxcVJHGPI/s2048/IMG_20200615_110316.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0N21PQLZ3dzLG4T0y49liTxIpl-yjkNkDQA2vpglpjBXILtetwDEwqDu6RYKCtYxtB0rExBhuVposaYsHOBVSR5IXaMcMPchvI5H2Y8n6Jlr57jYTdXFa6fnCK0ZYXX8xdkuxcVJHGPI/w400-h300/IMG_20200615_110316.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Estas nuvens ladram mas não mordem</td></tr></tbody></table><br /><br /><div style="text-align: justify;">Por vezes custa a acreditar que já levo oitocentos quilómetros nas pernas, sozinho, sem treino e sem apoios, mas sempre a carregar oito quilos de carga. Estou a atravessar o país ao meu ritmo, sem complicações, sem restrições, sem regras que não sejam as minhas. A ideia de chegar a Chaves e começar a Nacional 2 é motivação mais que suficiente para o dia, mas se isso não chegasse, há sempre a paisagem do Norte, que não desilude. </div><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqdUQuYciwEvbZzGmSQqIO6zN9XAcHam0Oahq94UxJVwF3uVt5y_7l61BIBJqSgCAYppDqoK-W0ZpElOm65kdGh_Wx_09ToNEDcBBzO2OFW8sJKPmpyXXMFRk24uWlPN94w018XrAxYhA/s2048/IMG_20200615_120435.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqdUQuYciwEvbZzGmSQqIO6zN9XAcHam0Oahq94UxJVwF3uVt5y_7l61BIBJqSgCAYppDqoK-W0ZpElOm65kdGh_Wx_09ToNEDcBBzO2OFW8sJKPmpyXXMFRk24uWlPN94w018XrAxYhA/w300-h400/IMG_20200615_120435.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Quase</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Tenho que parar algumas vezes para afinar o desviador, o trabalho feito no parque de campismo não ficou perfeito. Mas é só questão de usar o afinador do cabo, não é preciso ferramentas. De resto o dia vai correndo, entre visitas às barragens e paragens para as fotografias do costume. O tempo vai-se aguentando e embora esteja frio, não chove.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A nacional <span style="text-align: justify;">103 tornou-se tão agradável que fico mesmo com pena quando percebo que me estou a aproximar dos arredores de Chaves e vou ter de parar em breve. Que estrada fixe para rolar! Tudo indica que a N2 será ainda melhor, por isso a expectativa vai aumentando e as boas energias também, enquanto as minhas rodas deslizam pela zona antiga da cidade de Chaves e as suas muitas e bonitas pontes. Nunca aqui tinha estado, e isso acrescenta à sensação de realização e aventura. </span></div><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6F1pgb2pozVE6lUKIwMMDlmWjdcEYDz9Dnpov-zU1UXU8djmSc6lgiCUueSA4pkP1cc0uQ91TMExRy_WnbihfXnWNP1KzPUL-DMEej4GWT-VlyHfu1bQdW0lRVp9Q7Qe6qP4JpL_UIh4/s2048/IMG_20200615_142159.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6F1pgb2pozVE6lUKIwMMDlmWjdcEYDz9Dnpov-zU1UXU8djmSc6lgiCUueSA4pkP1cc0uQ91TMExRy_WnbihfXnWNP1KzPUL-DMEej4GWT-VlyHfu1bQdW0lRVp9Q7Qe6qP4JpL_UIh4/w400-h300/IMG_20200615_142159.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Pontes</td></tr></tbody></table><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4BefoHHfCx2oZVhJgU2zP0PVzWBPmwzCpsfsywGkm8PovUjhBOUuJooYzK2BuU8QU7dCAgU9YQf58aubKtNTWwyAdlQFWW8n_J6MPvGayPZzOVUJu61gpS9GU4LBHDBwDG6Ogujg9jNo/s2048/IMG_20200615_142842.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4BefoHHfCx2oZVhJgU2zP0PVzWBPmwzCpsfsywGkm8PovUjhBOUuJooYzK2BuU8QU7dCAgU9YQf58aubKtNTWwyAdlQFWW8n_J6MPvGayPZzOVUJu61gpS9GU4LBHDBwDG6Ogujg9jNo/w300-h400/IMG_20200615_142842.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">E mais pontes</td></tr></tbody></table><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8c5ILxNy2JlnDQ-7k82zO9BknHv4eHmpPOzBesVFsJTtu5pGaJw2igDL_I2J3KjFaouP_8-hi3nS6kiZu3BCJ7CfJObcpTsryju2Ow-HGDlGujndErrxaETfVaqbiqh33njNyqfXaask/s2048/IMG_20200615_143220.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8c5ILxNy2JlnDQ-7k82zO9BknHv4eHmpPOzBesVFsJTtu5pGaJw2igDL_I2J3KjFaouP_8-hi3nS6kiZu3BCJ7CfJObcpTsryju2Ow-HGDlGujndErrxaETfVaqbiqh33njNyqfXaask/w400-h300/IMG_20200615_143220.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">E pontes...</td></tr></tbody></table><br /><div><br /></div><div><div style="text-align: justify;">Fui almoçar a uma conhecida casa de hamburgers do outro lado do rio, e aproveito o WiFi para fazer uso do telemóvel e tratar da reserva num hotel muito modesto, perto do estádio municipal. Depois vou passear pela cidade, magnífica e muito acessível a pé. Tenho também compras para fazer, sinto que estou a começar uma viagem dentro da viagem, e quero estar preparado.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Mais tarde estou a tirar fotos a mais uma belíssima ponte, a da primeira imagem desta página, quando reconheço o que é. Quase sem dar conta, fico mais sério de repente. Sinto um ligeiro formigueiro no estomago. Baixo o telemóvel. Trata-se da <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Ponte_de_Trajano" target="_blank">ponte romana de Chaves!</a> Além de ser uma obra famosa da antiguidade, aquilo é practicamente terreno sagrado. Sim meus amigos, do outro lado daquela ponte está o início da mítica Nacional 2. O lendário quilómetro zero fica logo do outro lado do rio Tâmega, para lá daquelas pedras milenárias. E está agora ao meu alcance.</div><br /><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiC5TK7_6giz6sOSpZpyTj9KRVyzMYswqssgQRS9Ni4gDGuPGn4oI_8aJU0kiD8BRm925BIb8DNHXAWKGjc59gy9g8fm6s-DW-R0OTgoLegz_EHDdfPt7qhAOz9Q5jT7Ev83_XKAHEm4JY/s2048/IMG_20200615_152705.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiC5TK7_6giz6sOSpZpyTj9KRVyzMYswqssgQRS9Ni4gDGuPGn4oI_8aJU0kiD8BRm925BIb8DNHXAWKGjc59gy9g8fm6s-DW-R0OTgoLegz_EHDdfPt7qhAOz9Q5jT7Ev83_XKAHEm4JY/w400-h300/IMG_20200615_152705.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Bicicleta no quarto! Win!</td></tr></tbody></table></td></tr></tbody></table><br /></div><div><b><br /></b></div><div><b>Dia 14</b>. Venda Nova-Chaves. 72Km (Estrada).</div>Bessahttp://www.blogger.com/profile/01544628827577680231noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1136361073578599697.post-53128300864007283172021-05-05T15:26:00.004+01:002021-05-05T15:30:15.362+01:00Projecto Bacalhau: Dia 13 - No fio da Navalha<p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8Oi5jZqZW_znqsl1jKJRIMS6iQBsIWCO3ST_TBPiAlIGpMcBPMFAsLAVQfskv835iLEsinZpzULsYUVWmN1TSUjpZQmFZD73-FhZH_ljoii2EFfmvQle5Uf7VNhX3_DkH0WTnkUA1ApI/s2048/IMG_20200614_141738.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8Oi5jZqZW_znqsl1jKJRIMS6iQBsIWCO3ST_TBPiAlIGpMcBPMFAsLAVQfskv835iLEsinZpzULsYUVWmN1TSUjpZQmFZD73-FhZH_ljoii2EFfmvQle5Uf7VNhX3_DkH0WTnkUA1ApI/w400-h300/IMG_20200614_141738.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Perdido no Gerês</td></tr></tbody></table><br /><p></p><p style="text-align: justify;">A manhã do 13º dia da expedição é em tudo igual às anteriores. Chove continuamente. Trata-se de um desastre, mas há esperança: a previsão é de ligeira melhoria ao longo do dia. Eu decido que já esperei o suficiente e que hoje vamos mesmo fazer quilómetros. Dê por onde der. Nisto conto com o apoio do Dentuça, já que ele é aquele tipo de mamute de peluche que quando alguém diz "mata" ele logo diz "esfola!"</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhN4mjBh2zLU0KVIXoESMjgeaRoe4nH5xNNjPMTr2h6Vf8V-RqF6i2sFILrO4fOS58XyZMyQOhmsyqr-Sjp1B9QZC0n92AGGj_L4I5vi6Xcgb4Qsdzpki_g6r06oF3hlaWcMujyYDymjTY/s2048/IMG_20200614_130633.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhN4mjBh2zLU0KVIXoESMjgeaRoe4nH5xNNjPMTr2h6Vf8V-RqF6i2sFILrO4fOS58XyZMyQOhmsyqr-Sjp1B9QZC0n92AGGj_L4I5vi6Xcgb4Qsdzpki_g6r06oF3hlaWcMujyYDymjTY/w400-h300/IMG_20200614_130633.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A paisagem nunca desaponta</td></tr></tbody></table><br /><p></p><p style="text-align: justify;">Ainda demos tempo ao tempo, a ver se este melhorava, mas não parou de chover. A tenda foi arrumada molhada, o que é sempre bastante desagradável, mas não havia alternativa. No GPS tinha um caminho carregado que serpenteava e ziguezagueava pelos montes. Isto era uma contrariedade inevitável, já que o caminho mais simples e com menor altimetria era pela fronteira, que estávamos impedidos de cruzar. A manhã já ia longa quando por fim tudo ficou arrumado, e arrancámos, debaixo de chuva e de um céu tenebroso. </p><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpUrPapbZx36XCLavR36VNzCekNGS-XAhI4r7RiKRTdBN3XFlTrxzs1Funh638uDw9I0NSj5fFQZZDe-btixaZ1Mi_xnESjL7iRRItA9oLz0LNORQyXS-BwXvPwN5Ek8055Qe4Ym4Z56c/s2048/IMG_20200611_104902.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpUrPapbZx36XCLavR36VNzCekNGS-XAhI4r7RiKRTdBN3XFlTrxzs1Funh638uDw9I0NSj5fFQZZDe-btixaZ1Mi_xnESjL7iRRItA9oLz0LNORQyXS-BwXvPwN5Ek8055Qe4Ym4Z56c/w300-h400/IMG_20200611_104902.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O GPS achava que era por aqui</td></tr></tbody></table><br /><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Uma coisa que os caminhos camarários e outras estradas secundárias têm de particular é a aparente ausência de regras no que toca a inclinação máxima ou o quanto apertadas podem ser as curvas. Houve momentos em que tive que desmontar, a inclinação da estrada era demasiado mesmo para a minha mudança super baixa 30-34. As descidas não eram menos animadas, aliás nada como uns 20% em empedrado molhado cheio de musgo para definir novos patamares de modulação da travagem em descida. Os travões mecânico-hidráulicos estiveram sempre à altura. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A paisagem nunca desapontava, mas já o GPS continuava a fazer das suas. Dei por mim a entrar em trilhos de BTT, perseguido por um cão do tamanho de um burro, apenas para logo depois perceber o erro e ter que voltar para trás, para entretenimento do dono do entusiasmado Cão dos Baskervilles.</div><div><br /></div><span style="text-align: justify;"><div style="text-align: justify;">A chuva continuava a cair, por vezes com intensidade. Eu conseguia manter o tronco mais ou menos seco, protegendo os órgãos vitais, mas o resto ia ficando ensopado e o frio instalava-se. Em circunstâncias normais não estaria muito preocupado. Mas como sempre nesta viagem, aqui estava sozinho, a quilómetros de casa e de qualquer ponto de abrigo conhecido. Ninguém sabia onde eu estava e eu dependia e podia contar apenas comigo mesmo.</div><div style="text-align: justify;"> </div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsgUPu4m35mF0V997KZQvI_vFrFiZwTu7FMUdhCVkzoHVpKsF5ZDt539rdp2Fh6AdF-eRXf6PHAbOcWDwlMC1008VY4fXVWj7wsRA78EOt_wQnuXmgwpDF7vlkbcn8fB_dFUF8lVbkyyA/s2048/IMG_20200614_142734.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsgUPu4m35mF0V997KZQvI_vFrFiZwTu7FMUdhCVkzoHVpKsF5ZDt539rdp2Fh6AdF-eRXf6PHAbOcWDwlMC1008VY4fXVWj7wsRA78EOt_wQnuXmgwpDF7vlkbcn8fB_dFUF8lVbkyyA/w300-h400/IMG_20200614_142734.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Aqui já estava molhado até aos ossos</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Descendo perto da Barragem de Vilarinho das Furnas, por uma serpenteante estrada estreita, onde mal cabia um carro, ia levando com um Mercedes que circulava fora de mão e só me viu no último instante. O dia estava escuro e com a chuva e a estrada sinuosa, a visibilidade era ridícula. Eu tinha colocado luzes à frente e atrás, mas não parecia fazer grande diferença. Entretanto os meus calções estavam ensopados já há algum tempo e a única forma de evitar a possível hipotermia era não parar, para não arrefecer.</div><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPyTCCiE2HD5Rc5BfbSnZEbh0K5t48N53V_VxTqBic-vOcrROuhHpHy7A_t5zW2K9E-NDBASyLoOCUKF4b_zXuDx9AVebBESx91KETUa4N-tnPBTxE-lqu24iHN6Kdvx0kzSN_uc6MA3c/s2048/IMG_20200614_144658.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPyTCCiE2HD5Rc5BfbSnZEbh0K5t48N53V_VxTqBic-vOcrROuhHpHy7A_t5zW2K9E-NDBASyLoOCUKF4b_zXuDx9AVebBESx91KETUa4N-tnPBTxE-lqu24iHN6Kdvx0kzSN_uc6MA3c/w400-h300/IMG_20200614_144658.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Sem comentários...</td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: justify;">Seguia o meu GPS com uma confiança religiosa, pois não queria estar sempre a parar naquelas condições, para me orientar ou por qualquer outro motivo. Mas algumas paragens eram inevitáveis. Como quando havia gado na estrada, coisa comum por estas paragens. Não tenho fotos, pois a minha atenção nessas alturas ia para os cornos dos bichos. Juro que uma das vacas estava a dizer "Estás a olhar para onde? Esta manhã já caguei coisas maiores que tu!" Dizem que as vacas matam mais pessoas por ano que tubarões, e eu acredito. Outra fauna fácil de encontrar são os famosos <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Garrano" target="_blank">garranos</a>, que andam à solta pelos montes e vales. Vi também um acidente, que paralisou totalmente a N304, à excepção este vosso escriba, que contornou o carro virado ao contrário e seguiu caminho, deixando para trás filas quilométricas de enlatados desesperados.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwVlEt_xpTlK9jvvlJ-pA1g4SlvoLlQc-BvLV3yyMoUxGPxdWrfpNuBfHMZlA1OxQyqe-yG1EH1NOhqELp1mqnQ-GN2JGxwLFJqP_PjMVq97Bid4aIRhL6TjUwN2JItOxhBr5avOQwHUQ/s2048/IMG_20200614_154535.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwVlEt_xpTlK9jvvlJ-pA1g4SlvoLlQc-BvLV3yyMoUxGPxdWrfpNuBfHMZlA1OxQyqe-yG1EH1NOhqELp1mqnQ-GN2JGxwLFJqP_PjMVq97Bid4aIRhL6TjUwN2JItOxhBr5avOQwHUQ/w400-h300/IMG_20200614_154535.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Só faltava o Sol!</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br />Depois de muita chuva e quase 2000m de acumulado, sem ter feito paragens para comer, estava a ficar claro que Chaves não era um destino realista para o dia. Estava exausto, molhado e com frio. Precisava de uma refeição quente e de uma boa noite de descanso, num sítio confortável. E acabei por ficar no excelente Hotel São Cristovão, à beira da N103, que, assim o esperava, me havia de levar a Chaves. Saindo das roupas molhadas no meu quarto com vista para a Albufeira da Venda Nova, tomei um merecido duche prolongado e em breve iria jantar luxuosamente no restaurante ali mesmo ao lado, e de manhã estaria como novo.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLQuUTzHFjUAYXHH7X6l8u7t70wchzsoRdB2_L59w_bcAwIHYGU28V03MhRA7QMa0ftVbOX7f_7uo4VggnwgU-S-NXZBjmFsPuYmKLKaYM1TOH3QCBvu6cU647v2YUqLjqRaUzr0YFWBI/s2048/IMG_20200614_200015.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLQuUTzHFjUAYXHH7X6l8u7t70wchzsoRdB2_L59w_bcAwIHYGU28V03MhRA7QMa0ftVbOX7f_7uo4VggnwgU-S-NXZBjmFsPuYmKLKaYM1TOH3QCBvu6cU647v2YUqLjqRaUzr0YFWBI/w400-h300/IMG_20200614_200015.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Um dos sítios onde a bicicleta ficou no quarto</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><b><br />Dia 13.</b> Entre ambos os Rios-Venda Nova. 76Km (Estrada).</p>Bessahttp://www.blogger.com/profile/01544628827577680231noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1136361073578599697.post-39363149772671298062021-05-04T12:35:00.000+01:002021-05-04T12:35:45.203+01:00Projecto Bacalhau: Dia 12 - Mais Chuva<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKyx51uk_iMwrTPMoJyuVSxFgJC5lg_MFzaotVYrbc_15Yw0o74tSJcZIqpjBEWUa18NrbhQH6Vn5Nz0a2O70EJAiOQ3rHse0T1He_2QlKyb7Y7h_AUAQ_qHOkV8b8MMeBQYwrkvtmNfc/s2048/IMG_20200613_201642__01.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKyx51uk_iMwrTPMoJyuVSxFgJC5lg_MFzaotVYrbc_15Yw0o74tSJcZIqpjBEWUa18NrbhQH6Vn5Nz0a2O70EJAiOQ3rHse0T1He_2QlKyb7Y7h_AUAQ_qHOkV8b8MMeBQYwrkvtmNfc/w400-h300/IMG_20200613_201642__01.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O mundo continuava molhado lá fora</td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br />Quem diria que meados de Junho poderiam ser dias tão chuvosos no Gerês? Muita gente, se calhar. Pois é o dia décimo segundo da expedição e o Dentuça e eu parece que estamos a reviver o dia anterior. A manhã é passada na tenda, a ver o mundo por uma nesga aberta, a esperar que a chuva pare. Mas ela não para. E o tempo vai passando e chega uma altura que já é demasiado tarde para arrancar.</p><p style="text-align: justify;">Pouco mais há a fazer a não ser ir até ao café-restaurante-mini mercado do <a href="https://www.lima-escape.pt/parque-campismo/" target="_blank">parque</a>. Mas isso depressa se torna aborrecido. Primeiro <i>because </i>COVID, afinal aquilo é um espaço fechado, que nem é muito grande, e a esplanada está fora de questão devido à água que continua a cair do céu. Segundo porque o pessoal do parque alterna entre o extremamente simpático e o muito estranho. Havia mesmo um indivíduo que fazia questão de não me servir. A outras pessoas até preguntava se estava tudo bem, se precisavam de alguma coisa, mas comigo fingia que não via que eu o estava a chamar à meia hora. É verdade que o parque era um bocadinho <i>fancy</i>, adaptado a malta do Norte que faz desportos náuticos, e não só. Não sei se era xenofobia, afinal eu estava vestido como um típico emigrante brasileiro (amigos do Brasil, por aqui ninguém vai ao supermercado de calções e havaianas em pleno dezembro, <i>just saying</i>).</p><p style="text-align: justify;">Fosse como fosse, a minha estadia no parque parecia cada vez mais uma contrariedade. O parque é amplo, limpo, num espaço natural, sem o cimento e a sobre-construção que arruínam outros lugares deste género. Permite ainda muito espaço entre as tendas. Tem além de tudo isso, vistas absolutamente paradisíacas. Mas mesmo no paraíso um tipo sente-se preso se tem outros planos. Eu andava a sentir-me culpado por ter uma média fraca de quilómetros diários e agora tinham passado dois dias com zero quilómetros. Não era ideal. </p><p style="text-align: justify;">Enfim, fechado na tenda, a mordiscar os últimos mantimentos que me sobravam, tipo amendoins e bolachas, ia fazendo planos para os próximos dias. A fronteira permanecia fechada, por isso tinha eliminado a hipótese de visitar amigos que tinha na Galiza, ali ao lado. A ideia agora era fazer a Nacional 2 em toda a sua extensão. Este era o próximo objectivo que me motivava. Uma viagem <i>bucket list </i>que eu tencionava incluir na minha volta a Portugal! Para isso, o próximo destino seria Chaves, onde a N2 tem início. Eu estava ansioso por começar, mas primeiro a chuva tinha de acalmar.</p><p style="text-align: justify;"><b>Dia 11</b>. Entre Ambos os Rios. 0Km.</p>Bessahttp://www.blogger.com/profile/01544628827577680231noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1136361073578599697.post-76794490796797234942021-05-03T14:13:00.002+01:002021-05-03T15:41:17.479+01:00Projecto Bacalhau: Dia 11 - O Equipamento<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggpYb5PIJq5NEAJDgVP0_QvoQ-pZpnMztu0Ce1cdsOSITA_08UhOtPLSlOoBPvFVCHkcH0LbUqxmlaf4LDJu37xKAcf-sJZ_PRopsMoSZ6f8EajWSarxsQ6CGUXXTzCDHswnMSKNhR90M/s2048/IMG_20200602_003601.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggpYb5PIJq5NEAJDgVP0_QvoQ-pZpnMztu0Ce1cdsOSITA_08UhOtPLSlOoBPvFVCHkcH0LbUqxmlaf4LDJu37xKAcf-sJZ_PRopsMoSZ6f8EajWSarxsQ6CGUXXTzCDHswnMSKNhR90M/w400-h300/IMG_20200602_003601.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Pronta a rolar</td></tr></tbody></table><br /><p></p><div style="text-align: justify;">É o décimo primeiro dia da viagem. Fechados numa tenda pouco maior que um sarcófago, o Dentuça e eu observamos a chuva cair no Gerês. Chove continuamente durante toda a manhã. As minhas regras dizem que não se arranca debaixo de chuva e gosto ainda menos de arrumar uma tenda molhada. A determinada altura demos a manhã como perdida e com ela o dia todo. Já não valia apena arrancar. E continuava a chover.</div><div><br /></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPtaO1a77BSf3bOQcn6rbHOe2HVE8RZRzFQ2U2xUeClr3qXHXOJYNGg2KxP7l0PFjJpUhyphenhyphenrP0eQDMCVqEHhnMszyaQZiato4oomdWgNQVKzLhYAYJfCOenRqDSyMdXt-CvMj9PexzDsJY/s2048/IMG_20200611_190820.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPtaO1a77BSf3bOQcn6rbHOe2HVE8RZRzFQ2U2xUeClr3qXHXOJYNGg2KxP7l0PFjJpUhyphenhyphenrP0eQDMCVqEHhnMszyaQZiato4oomdWgNQVKzLhYAYJfCOenRqDSyMdXt-CvMj9PexzDsJY/w400-h300/IMG_20200611_190820.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span> O acampamento base</span></td></tr></tbody></table><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhX4r3AxlEnxPNoPNQiGMeoPxcEMYEWNmzvAe6JnyXhpDVggSG4I-PtXlTK0ibn2qeMjr6fUJWTDjBTLpTDDzQQXrgwg8tx18wH7tMa6euQPjRs4UdtNHdNjUGTdVn-tdkkZAxd90ieH4k/s2048/IMG_20200612_170528.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhX4r3AxlEnxPNoPNQiGMeoPxcEMYEWNmzvAe6JnyXhpDVggSG4I-PtXlTK0ibn2qeMjr6fUJWTDjBTLpTDDzQQXrgwg8tx18wH7tMa6euQPjRs4UdtNHdNjUGTdVn-tdkkZAxd90ieH4k/w400-h300/IMG_20200612_170528.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Mudar o <i>dropout </i>sem tirar o cabo do desviador</td></tr></tbody></table><div><br /></div><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Concentrei-me no que podia fazer. Procurei um lugar abrigado no parque, e fui tratar do desviador traseiro. A queda do dia anterior provavelmente teria empurrado o desviador e o <i>dropout </i>estaria torto. Uma coisa que acontece. Por isso mesmo, tinha comigo um <i>dropout </i>extra, foi questão de trocar e afinar. Ficou muito melhor, mas a indexação mais tarde veio a dar problemas e só resolvi isso já na estrada. </div><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Aproveitemos esta pausa na viagem para falar do que tenho comigo para permitir fazer estes quilómetros com algum conforto. Falemos então do equipamento.</div><div><br /></div><div><b><u>A Bicicleta</u></b></div><div><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">A minha bicicleta é uma <a href="https://www.decathlon.pt/bicicleta-triban-rc520-gravel-id_8504030.html" target="_blank">TRIBAN RC 520 GRAVEL</a> de 2019. Este modelo é uma versão <i>gravelizada</i> daquilo que no fundo é uma bicicleta de estrada de <i>endurance </i>(A <a href="https://www.decathlon.pt/bicicleta-estrada-rc520-id_8502389.html" target="_blank">Triban 520</a> standard). Trata-se pontanto de uma bicicleta de estrada com uma posição confortável, apta para grandes distâncias. Tem travões de disco e o quadro aceita pneus até 36mm, oficialmente, e <a href="https://youtu.be/tzzKLBEReLA" target="_blank">40mm não oficialmente</a>.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9_95bXviEMBS7XwK9Qtn_ypRAUIvC_6ZgD_B7D3eB41m4f6kf0_Jab36hwV9H4lZelr4sAoNKZGXcjDeEKoSNegyHLhTZNOc2T7wwZnT6XYFhn8ji30AmBfOsUjnd0whBUwVsRlUNaeY/s2048/IMG_20200528_134156.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9_95bXviEMBS7XwK9Qtn_ypRAUIvC_6ZgD_B7D3eB41m4f6kf0_Jab36hwV9H4lZelr4sAoNKZGXcjDeEKoSNegyHLhTZNOc2T7wwZnT6XYFhn8ji30AmBfOsUjnd0whBUwVsRlUNaeY/w400-h300/IMG_20200528_134156.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Uma das alterações feitas à Triban</td></tr></tbody></table><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">As diferenças para o modelo mais convencional são a pintura especial, o guiador mais largo e com <i>flare</i>, 46cm no meu caso, e os pneus largos Hutchinson Overide, de 35mm. A estas diferenças tenho de acrescentar as que eu próprio levei a cabo. A Saber: </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><ul><li><u>A pedaleira Shimano 34-50</u> pareceu-me demasiado para uma bicicleta carregada, e alterei para uma <a href="https://road.cc/content/review/265202-miche-graff-4630-sub-compact-double-chainset" target="_blank">Miche 30-46</a> ligeiramente mais leve e bem mais simpática nas subidas. </li><li><u>Pelas mesmas razões, a cassete 11-32</u> de origem foi trocada por uma Shimano 105 de tamanho 11-34, o maior tamanho que o desviador aceita (a acreditar na Shimano, mas ninguém acredita).</li><li><u>Os pneus</u> foram os mesmos recomendados pela marca, mas montados Tubeless.</li><li><u>O guiador</u> foi trocado por um FSA de 44cm, também de gravel, por uma questão de tamanho, mas também por preferência ergonómica.</li><li><u>O espigão do selim</u>, e o avanço foram trocados por questões de <i>bike fit</i>, e também estética e peso.</li><li><u>Os pedais</u> são uns SPD da Shimano, os <a href="https://road.cc/content/review/shimano-pd-m540-spd-pedals-272597" target="_blank">PD-M540</a>.</li><li><u>As rodas</u> de origem, por fim, foram trocadas por umas DT Swiss, uns cubos 240 montados em simples aros R470 da mesma marca, um conjunto robusto e suficientemente leve.</li></ul></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Tudo somado, a bicicleta pesava cerca de <b>10,25Kg</b>. Para descer deste peso, era preciso gastar bastante dinheiro. Para mim o peso era suficiente, e as escolhas davam garantias de fiabilidade, que era o mais importante. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b><u>Os Sacos</u></b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Para transportar tudo o que era necessário, optei por um <i>set-up</i> convencional de <i>bikepacking</i>, saco de guiador, bolsa de quadro, bolsa de selim e mais uma bolsa pequena de tubo superior. Tinha também dois <i>feedbags </i>no guiador, para água e comida. Abaixo ficam as capacidades e os conteúdos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgufqOpUMbiKbA-m99qhEFFPuV3JvBhTl1gfvsoIoBXpy9qbmsUj_ZDzLM6ezZcdcErKiYqEkSncs77s5tSARuLyJzzynvrK-AyZ9raT67VV-qrBw3cdrHIuQvRNBHkoHUWd6bZfubG9vM/s2048/IMG_20200529_161837.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgufqOpUMbiKbA-m99qhEFFPuV3JvBhTl1gfvsoIoBXpy9qbmsUj_ZDzLM6ezZcdcErKiYqEkSncs77s5tSARuLyJzzynvrK-AyZ9raT67VV-qrBw3cdrHIuQvRNBHkoHUWd6bZfubG9vM/w400-h300/IMG_20200529_161837.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Saco de Guiados da Topeak</td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /><br /></div><div style="text-align: justify;"><u>Saco de Guiador</u>. É um modelo de 8 Litros, e servia para transportar a tenda de 1 pessoa da Decathlon, de 1.6Kg, mais o colchão de campismo insuflável. A arrumação tem a ver com o formato da tenda, mas também ajuda na distribuição de peso.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj_hjVxHMje2S1DUMvHkUkDdUxUhU2aEqOZMJm_njKPIIUI-GjsndeAhVHCmuVtWe6EnRzFHWHv0mj7FU45gBn3EOPzGOL0dwN5jbofrWtWS2K15oA4jdGTW_qqFsXpXmveDgGDZ9z3_g/s2048/IMG_20200529_162141.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj_hjVxHMje2S1DUMvHkUkDdUxUhU2aEqOZMJm_njKPIIUI-GjsndeAhVHCmuVtWe6EnRzFHWHv0mj7FU45gBn3EOPzGOL0dwN5jbofrWtWS2K15oA4jdGTW_qqFsXpXmveDgGDZ9z3_g/w400-h300/IMG_20200529_162141.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Esses chinelos já viram muita coisa!<br /><br /></td></tr></tbody></table></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><u>Saco de selim</u>. Modelo de 10 Litros, aqui ia o kit de comida (o fogareiro a álcool, álcool, mais o pote, isqueiro, talheres e mini esponja para lavagem), mais o saco cama ultra leve, e roupa. A roupa para ciclismo que não ia vestida era constituída por jersey, jersey de inverno e impermeável, e manguitos e pernitos. Para uso fora da bicicleta tinha uma t-shirt de desporto ultra leve e uns calções de desporto genéricos. Levava alem disso uma muda de meias e roupa interior, e uma toalha de desporto de secagem rápida. Amarrados por cima do saco, embora por vezes fossem noutro lado, ficavam uns básicos chinelos de dedo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZbY157LK2SoklKbqz4osJkyXPHJVUIAsWsx-smVu1kDSP41kqoWpP7l9WKr9gOA3Zir34bYtcOeSFyZ3J041pTffU1q7QcsCpgBCSZz8Armn4qKqYrSPrrxgQJwj-gw5InKs6Go_BBeU/s2048/IMG_20200529_154750.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZbY157LK2SoklKbqz4osJkyXPHJVUIAsWsx-smVu1kDSP41kqoWpP7l9WKr9gOA3Zir34bYtcOeSFyZ3J041pTffU1q7QcsCpgBCSZz8Armn4qKqYrSPrrxgQJwj-gw5InKs6Go_BBeU/w400-h300/IMG_20200529_154750.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Conteúdo da bolsa de quadro Restrap</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><u>Saco do quadro</u>. Modelo de 4.5 Litros. Aqui viajavam a minha mini-bomba, câmaras de ar, as ferramentas, as peças extra, e alguma comida. Havia também um pequeno kit de primeiros socorros, e o necessaire. Os itens de electrónica viviam também aqui, <i>powerbanks</i> (2x5000mAh), tomada USB com várias saídas, rádio MP3, auriculares, cabos.<i> </i>Tinha também um cadeado baratucho, para aqueles momentos em que tinha mesmo que deixar a bicicleta sozinha por uns minutos. Todos os sacos são da <a href="https://www.topeak.com/global/en/products/186-Bags" target="_blank">Topeak</a>, excepto este do quadro, que é da <a href="https://restrap.com/" target="_blank">Restrap</a>.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZIKJNN4NbTsU4dwJn8aTxpbyN1gCt2W234AASMuoZLfTGMgZaSKvBOUZczJMA6kdRNlaZyKw66gKGYE_GwmNMVot-2FAD0le5GXpyiZ2pn1b2XLh57o_zUKZ8R_TIYgOgvQY4MZ-9Ln4/s2048/IMG_20200529_160217_01.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZIKJNN4NbTsU4dwJn8aTxpbyN1gCt2W234AASMuoZLfTGMgZaSKvBOUZczJMA6kdRNlaZyKw66gKGYE_GwmNMVot-2FAD0le5GXpyiZ2pn1b2XLh57o_zUKZ8R_TIYgOgvQY4MZ-9Ln4/w400-h300/IMG_20200529_160217_01.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Bolsa de quadro Topeak</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><u>Bolsa de quadro</u> (tubo superior). Cerca de 0.5 Litros. Aqui estavam barras energéticas e outros itens pequenos, como luzes. Por vezes o powerbank vinha para aqui, para uso em andamento, mas foi coisa que nunca foi necessária, pois o meu GPS aguenta mais de 30h seguidas de navegação. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibsfiNmYjnulc9gEigtk2R0MRb3P_oxrdcbGsPjAT0peugdBY5imcUPs7ZP8taUHQUQpQxk3SfHma4ZllHa6H-thRXML51njMyMmyuvW_H1NI25GiVuS3Dn35lT3rAtpUdd_Y-AeObj_I/s2048/IMG_20200605_110752.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibsfiNmYjnulc9gEigtk2R0MRb3P_oxrdcbGsPjAT0peugdBY5imcUPs7ZP8taUHQUQpQxk3SfHma4ZllHa6H-thRXML51njMyMmyuvW_H1NI25GiVuS3Dn35lT3rAtpUdd_Y-AeObj_I/w400-h300/IMG_20200605_110752.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Vista do Cockpit </td></tr></tbody></table><i><u><br /></u></i></div><div style="text-align: justify;"><i><u><br /></u></i></div><div style="text-align: justify;"><i><u>Feedbags</u></i>. Cerca de 0.6 Litros (x2) Nestas úteis bolsas transportava 1 bidão de 600ml e comida. Por exemplo um pacote de frutos secos já aberto. Escolhi levar estas bolsas em parte devido à impossibilidade de transportar mais água no quadro, existem apenas os dois apoios tradicionais e com os sacos apenas conseguia montar bidões relativamente pequenos. Tudo somado transportava 600ml x2 + 750ml, ou seja quase 2 litros de líquidos. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxfuEHausfK-l5zYnJyB90LWufJYmAcL1Va9IQCszd8K_2I7VR6XkdOjddhBJB8cXowD_vWmzXFhDEIRCRXwcEXIkxzEMqE2WA6anNrkCe0HsvZQZH7XCpC25_66dLZJWdSduLryIwTPY/s2048/IMG_20200529_161729.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxfuEHausfK-l5zYnJyB90LWufJYmAcL1Va9IQCszd8K_2I7VR6XkdOjddhBJB8cXowD_vWmzXFhDEIRCRXwcEXIkxzEMqE2WA6anNrkCe0HsvZQZH7XCpC25_66dLZJWdSduLryIwTPY/w400-h300/IMG_20200529_161729.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A minha capacidade de água para a viagem</td></tr></tbody></table></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O peso de todo este material totalizava 8Kg, o que me deixava razoavelmente satisfeito. No início do projecto tinha decidido que o <b>peso total para a viagem não deveria ultrapassar os 100Kg</b>, para poupar as rodas e manter algum prazer na condução, também nas subidas e fora de estrada. A meta foi atingida, mas <i>eu</i> tive de perder algum peso antes da data da partida!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Dia 11</b>. Entre Ambos os Rios. 0Km.</div>Bessahttp://www.blogger.com/profile/01544628827577680231noreply@blogger.com2