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O Drama, a tragédia... |
"Humanity's way of life is on a collision course with geology - with the stark fact that the Earth holds a finite supply of oil."
Sempre que o preço dos combustíveis sobe de maneira mais evidente, a comunicação social apressa-se a fazer eco das queixas e lamurias dos automobilistas revoltados, que não compreendem o porquê da situação.
Esta semana o preço da gasolina estabeleceu novos recordes em Portugal e as TV's voltaram a fazer as peças do costume, ensaiando algumas explicações, mas sempre dando imenso tempo de antena a umas pobres almas pouco esclarecidas, a quem parece que o mundo ira desabar se tiverem que sentar o rabo num qualquer transporte público. A RTP esteve especialmente infeliz, ao fechar a sua reportagem com umas perguntas feitas em tom jocoso a um ciclista, que tinha ar de sem abrigo. Todo um cliché de preconceitos.
Senhor Zé do Volante, senhores jornalistas, tentem interiorizar estas noções extremamente simples:
- O petróleo é finito.
- Cada vez se descobrem menos poços novos.
- Cada vez gastamos mais petróleo, a nível mundial.
O que é que acontece ao valor de uma substância que escasseia mas tem muita procura? Sobe? Desce?
Sobe muito?? As pessoas preocupam-se com pormenores, se a culpa é da Galp, se a culpa é dos especuladores, dos mercados, se é dos Árabes...O que é que isso interessa? Os combustíveis aumentaram e vão continuar a aumentar. É inevitável. Vivam com isso.
Se pararem de procurar bodes expiatórios, talvez as pessoas percebam que estão viciadas num estilo de vida baseado no consumo de um produto caro, cada vez mais raro e que provem de paragens longínquas. Dá-se o caso de que esse estilo de vida também arruinou os nossos centros urbanos e originou problemas ambientais que só agora começamos a compreender. Eu por enquanto não vejo ninguém a usar menos o carro, nem sequer a circular a velocidades menos assassinas, coisa que só por si já poupava uns cobres, para não dizer vidas.
Por isso eu digo, que venha a gasolina a 5 Eur por litro! Talvez seja isso que leve alguns a finalmente pensarem em alternativas sustentáveis, ecológicas e baratas. E com muito mais qualidade de vida.