segunda-feira, 27 de junho de 2011

Lisboa Bike does Tróia

Enquanto o mundo ciclo-activista lisboeta se ocupava com a travessia de uma ponte qualquer ,aos milhares, e um número mais reduzido, mas certamente mais empenhado, tirava a roupa por uma boa causa, este vosso escriba rumou à terra da abundância.

I went to Tróia and all I got was this lousy photo

Apesar dos melhores esforços do homem choné, passei cerca de 22 horas na "nova" Tróia. Teria gostado de ficar mais um bocadinho, mas mesmo sendo alimentado e abrigado por amigos, o dinheiro acabou. Com passagens do Ferry a 5 Euros, mais caro que um bilhete de comboio Lisboa-Setúbal, a primeira impressão é mesmo a mais acertada: Tróia não é para o povo. Para irritar a malta da Sonae, fiz questão de ir para lá de bicicleta, que como toda a gente que tem um Audi sabe, é o modo de locomoção dos destituídos.

De Almada a Setúbal, pela N10, o percurso é relativamente seguro graças a uma pequena berma, quase sempre presente. A distância pouco supera os 40 km e o maior problema é navegar o mar de entradas e saídas de vias rápidas que há por aquelas bandas, e os seus respectivos utilizadores. A zona do nó do Seixal é particularmente perigosa.     

Aproveitei as minhas escassas horas na Península com o nome da mítica cidade grega para comer gelados e ir à praia. Mas o que mais fiz foi passear de bicicleta. Não sei se essa actividade arcaica e proletária ofende o grande timoneiro do consumismo português, mas o certo é que há por lá uns caminhos e uma excelente ciclovia de 5 km bem cycle-friendly. Estranhamente, o resort de Tróia é muito menos friendly para os automóveis. Imagine-se que é impossível estacionar em cima do passeio em frente ao supermercado local! E a maior parte do estacionamento é pago. Como conseguirá um português sobreviver?

A minha teoria é que a Sonae não quer lá portugueses. Seja pelas ruas bem desenhadas, com prioridade aos peões e à circulação a pé e de bicicleta, seja pelas muitas zonas verdes e espaços públicos de qualidade, ou ainda pelas grandes restrições para os automóveis, em termos de velocidade máxima e do já citado estacionamento limitado, a ideia que fica é que todo aquele esforço se destina a agradar a outro público que não o nosso. Como eu faço parte de uma 5ª coluna e entregaria ao inimigo todos os segredos do país nos primeiros minutos de invasão por uma potência estrangeira, eu gostei.

Dados relevantes:

Distância pedalada: 99 km.
Altitude máxima: 151 m.
Velocidade máxima: 53,1 Km/h.

2 comentários:

  1. olá, estou a pensar fazer um percurso mt semelhante. vivo em lisboa e tenho casa em sol-troia, uma urbanização na msma peninsula da "nova" sonae-troia. já fiz uma vez o percurso inverso de troia - lisboa, mas em setubal entrei com a biciclete no comboio fertagus. mas desta vez queria msm fazer o percurso tdo de biciclete, fazendo só excepção pa travessia dos rios. pelo que li, percebi que tomou a N10. o que eu queria perguntar era se o percurso é "fazível" pelo mais comum dos mortais, que faz desporto tres vezes por semana e nos ultimos meses começou a andar de biciclete pelas ruas de lisboa. pelas minhas perquenas pesquisas no google maps encontrei outro trajecto (pela N378), pergunto tb, se ponderou este caminho, e se houve alguma razão para não o tomar.
    agradecido, boas pedaladas

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  2. Boas! Eu também sou mortal e um mortal bastante comum, pelo que penso que o trajecto é acessível. No sentido Lisboa, pela N10, há que contar com uma subida de respeito à Saída de Setúbal, de resto a altimetria é bastante pacífica. Esta zona atrai bastantes ciclistas de todos as idades, sobretudo ao fim de semana. Atenção aos cruzamentos com vias rápidas, sobretudo na zona do Seixal.

    Eu optei pela N10 por limitações de tempo, achei que era o percuro mais rápido, além disso já conhecia a estrada, tem bermas e não tem demasiado trânsito. Existirão outros percursos, mas não os conheço. Pela N10 são cerca de 40 Km do barco em Setúbal até ao barco em Almada, faz-se em pouco mais de duas horas.

    Boas pedaladas!

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