quinta-feira, 8 de março de 2012

Vá de Mercedes que vai melhor

Ontem aceitei bolei de um colega. Cerca das 22h, preparava-me para realizar o caminho de regresso a casa. Partindo da Av. de Berna e com destino na zona do Estádio Nacional (há quem diga que o autor deste blogue vive numa árvore com wi-fi dentro do parque), a viagem costuma levar entre 50 minutos a 1h e 30 min, de transportes públicos. Àquela hora há cada vez menos composições de metropolitano. Os comboios são de meia em meia hora. Eu raramente recorro aos transportes públicos fumarentos.

De bicicleta, o mesmo percurso leva entre 50 minutos a uma hora.

E de carro, alguém se atreve a prever? Partindo da Av. de Berna, onde não é difícil estacionar, sobretudo fora de horas, graças à amabilidade da CML, que reduziu os passeios ao mínimo, a bem da "mobilidade" e das "necessidades de estacionamento", estamos a escassa distância de várias vias rápidas. As escolhas são muitas e todas de luxo.  A autoestrada A5 está a escassa distância, a percorrer por "avenidas" de 4 ou mais faixas de rodagem. O meu colega  optou pela CRIL e em menos de 15 minutos eu estava em casa (na árvore). Talvez o facto da viatura envolvida ser um Mercedes tenha alguma coisa a ver com a questão, mas a pergunta que fica é sempre a mesma:

Se continuamos a favorecer o uso do automóvel e a encarecer e dificultar as alternativas, como esperam mudar alguma vez de paradigma? Eu começo a pensar que ninguém quer realmente  mudar nada. É a única conclusão lógica.

Para os meus colegas, que se deslocam todos de carro, só um excêntrico como eu consideraria normal utilizar meios de transporte mais desconfortáveis e 3 ou 4 vezes mais lentos que o po-pó. Fica difícil argumentar com eles.

3 comentários:

  1. Bessa, concordo contigo. Já fui de bicicleta para o trabalho e continuo a ir, com menos frequência. Entre os que por lá trabalham, sou apenas um excêntrico.

    Creio que, de Lisboa, tornar a coisa mais rápida, acho difícil, enquanto Lisboa não se expandir.

    Já andei a "namorar" a tua faculdade para tirar uma pós-graduação. E houve um dia em que aí fui e depois desci até alcântara, onde apanhei o comboio. Fiz a viagem toda em cerca de 1 hora (horário nocturno), mas confesso que a descida até Alcântara.

    Mas confesso que gostava de ver transportes mais rápidos. Os 50 minutos não acho excessivo, mas 1h30, acho.

    E tens razão quando dizes que só muda quando a malta quiser. Vai mudando aos poucos. Aqui na zona de Oeiras tenho visto malta calçada de bike a vir da estação.

    Boas pedaladas.

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  2. Há o elemento $$$! Ter um popó é péssimo negócio! (Acho! É só teoria já que nunca tive um :) )
    E de bicicleta enquanto te deslocas exercitas o corpo! Portanto qual o problema de demorar 1 hora a fazer exercício? :)

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  3. Há situações em que é preciso chegar rápido e esse rápido devia ser de TP, mas não foi para aí o investimento, a realidade é essa neste momento.

    O problema de demorar 1h a fazer exercicio não é nenhum, excepto se é preciso ir buscar/por alguma criança à escola. Se se demora 3 vezes mais tempo é impossível. Só quem tem filhos entende isto, se se demora 1h desde o trabalho à escola não dá. Ainda por cima quando esse caminho é feito em 20 min. de carro como é o meu caso. E este caminho é só dentro da cidade de Lisboa e apenas metro e uma viagem de autocarro onde não há trânsito. Concordo que fica dificil de argumentar e impossível de praticar.

    Cumps.

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