quarta-feira, 28 de abril de 2021

Projecto Bacalhau: Dia 6 - Aveiro, ou quase

Para Norte!


A manhã começou com um excelente pequeno almoço no hotel, na companhia do proprietário. Falámos dos tempos difíceis para o turismo na zona, sendo que ele próprio só tinha o hotel aberto porque clientes conhecidos, empresariais, o tinham contactado. De resto, reservas, só a minha. Bem me tinha parecido que o hotel estava vazio. Já na rua, encontro muitos outros ciclistas, é manhã de fim de semana. Assim tenho companhia até a minha primeira paragem, um pequeno miradouro à saída da cidade.


Adeus Figueira, foi bom enquanto durou


A minha escolha de estradas revelou-se acertada. Havia mau piso, com certeza, mas sempre pouco trânsito e boas paisagens. A ideia era chegar a Aveiro, pela costa. Os caminho desertos, quase planos, eram uma maravilha. Ainda apanhei também troços de excelente ciclovia. O tempo estava bom, mas fresco o suficiente para ser confortável na bicicleta. Tudo de sonho portanto. E eu andava a sentir-me culpado por não ter feito mais quilómetros nos dias anteriores, por isso tentei redimir-me.



Estradas de sonho



Caminhos de sonho



Ciclovias de sonho

O almoço foi num parque de merendas à beira da estrada. Dei uso ao fogareiro e comi umas massas desidratadas. Não vou dizer que foi espetacular, mas não posso comer sempre na esplanada. Mais uns quilómetros e fui ter à Gafanha da Nazaré. Sabia que aqui havia um parque de campismo, e Aveiro era para o interior, fora de mão, pelo que decidi que este era o destino para hoje.

O parque estava aberto, mas apenas para os residentes habituais. Em muitos parques de campismo do país há uma comunidade de residentes semipermanentes, com tendas e atrelados já a fazerem raízes, e que funcionam como casas de férias. Em vários parques em que pernoitei, estes eram os únicos outros utilizadores. De tal forma que neste caso foi necessário uma séria de telefonemas para eu ser eventualmente autorizado a ficar.  Montei a minha tenda e fui tratar da rotina do costume. Para ir às compras ainda fiz uns quilómetros de bicicleta, prefiro andar ao fim do dia, para usar outros músculos e relaxar as pernas, mas não era muito longe.


O percurso total feito até à Gafanha da Nazaré

O dia acabou com um jantar na tenda e dormida cedo. Não fora a conversa ao pequeno almoço e o meu nível de interacções humanas continuaria abismal. Não sei bem como contornar a questão, a pandemia exige cuidados e por outro lado eu não sou o animal mais social que alguém já conheceu. Ainda assim, estou confortável com estar na minha própria companhia. Como sempre, a dormida é cedo, que a alvorada não tarda em chegar.

Dia 6. Figueira da Foz - Gafanha da Nazaré. 92km (Ciclovia/Estrada)

7 comentários:

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  3. perdeste a estrada pelo cabo carvoeiro ou de enforca cães, espectacular

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  4. Pois foi. Há muitos sítios onde gostava de ter ido (serra da Estrela, por exemplo), mas não podia estar em todo o lado. Fica para a próxima : )

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  5. A minha próxima é que nunca mais chega. Vamos a ver como se porta essa tenda à chuva, comprei uma igual um dia destes. Obrigado pelos relatos.

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  6. Obrigado pelo comentário, Mário. A tenda sobreviveu a dois dias de chuva intensa no Gerês. É realmente pequena, e resistente. Podia ser mais leve, mas isso normalmente faz subir muito o preço. Já está a chegar o bom tempo para estas aventuras!

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  7. a minha última por uma razão e depois por causa do bicho foi num longínquo mês de Setembro de 2018, Valença a Pocinho, pior que as subidas foram os mosquitos,saudades mesmo tendo desistido de atacar o planalto da Beira-alta, será na próxima a partir de Aveiro.

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