terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Da Indignidade de Andar a pé e Outras Curiosas Divagações

"Bacano, é a TVI!"

Durou pouco o Sol de fim de semana. Mas enquanto durou, aproveitei para tirar o pulso, e também umas fotos, aos comportamentos ciclo-relacionados na era pós Novo Código da Estrada, nesse grande parque de estacionamento gratuito a que normalmente chamamos "Lisboa". 

Como alguns de vós sabeis, (e outros, pelo que vejo, nem por isso) não dá muito jeito tirar fotos a partir de uma bicicleta em andamento. Pelo que me dispus a deslocar a pé. Se circular de bicicleta no país dos doutores e enginheiros já é um acto de retrocesso, mesmo que temporário, na escala social, andar a pé representa um pulo imediato até ao fundo do poço. Os passeios têm péssimo piso e estão atulhados de mobiliário urbano, lixo e carros. São ridiculamente estreitos ou nem existem. Por lá circulam peões, mas também ciclistas, animais e até automóveis (com um animal lá dentro).  

No Isaltinistão como em Lisboa, abundam imagens um pouco terceiro-mundistas que me fazem questionar o porquê de tantos estrangeiros gostarem disto. Mas a malta de cá também vai à Índia e outros países onde há coisas bem piores, por isso julgo que não vale a pena perder muito tempo a refletir sobre o assunto.

Zona pedonal em Algés


Um país rico! Até os vendedores ambulantes têm carro. E não o largam

Enquanto tratava de evitar os perigos da minha condição de apeado, fui fazendo umas fotos com uma compacta que em tempos ofereci à co-habitante, mas que ela nunca usa. Se calhar porque eu a deixei cair e um Peugeot passou-lhe por cima... Mas divago, dizia que achei que era câmara suficiente para o blogue (já usei pior!) e como ia andar uma dúzia de quilómetros, poupava no peso.


Já não é crime de lesa-majestade, mas irrita muita gente


E a velha marginal forneceu aquilo que eu esperava desse habitat natural do ciclista suburbano em dia de Sol: malta a pedalar com fartura. Como de constatações anteriores, pareceu-me ver mais ciclistas a circular a par do que noutras épocas, mas pode ser sugestão. Também vi muita gente a circular no passeio, mas na zona de Belém isso não é novidade.


Se tivesse um guiador desta largura, já tinha morrido!

Anormal é dar de caras com três cromos a fazer cavalinhos na Marginal cheia de trânsito. Na primeira foto da página podem ver dois deles, o terceiro estava na altura a fazer habilidades no passeio cheio de velhotes. É fácil dizer que "é esta malta que dá mau nome aos ciclistas". Por isso não vou dizer nada. Não gosto de coisas fáceis, e um automobilista que estaciona em cima do passeio representa um perigo muito maior para os outros, e ninguém se queixa. Mesmo assim, estranho...

Na estrada...



... ou no passeio.


Sozinho...


...ou acompanhado.

Um dia de Sol de inverno atrai os ciclistas como nunca. E também um monte de outra gente que conseguiu, por uma vez, evitar o centro comercial. Parte de mim quer acreditar que estamos no bom caminho, outra parte prefere dizer: "come antes uma peça de fruta que te faz melhor".

1 comentário:

  1. Eh pá, estou tramado!! Agora toda a gente sabe onde pode ir tirar fotos de bicla na Grande Lx!! :)
    Que fartura! Bom ver tanta atividade ciclística por aí!

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