quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A Volta está de volta

Começou há quase um século e chegou a ser uma clássica prova de 3 semanas que apaixonava o país. Actualmente a Volta a Portugal em Bicicleta conta com um pelotão mais reduzido e a sua duração estabilizou, desde os anos oitenta, em redor das 10 etapas. A volta já não arrasta as multidões de outros tempos, e o facto de ainda se realizar neste período de crise é já um triunfo para os organizadores.

A Volta de 2008, em Gondomar

Este ano teremos 14 equipas, sendo que apenas 4 são nacionais. Para compor o pelotão, e como noutros anos, recorreu-se à selecção nacional, que participa como mais uma equipa. Mesmo antes do tiro de partida, há a registar mais uma desistência, hoje, de uma equipa italiana.

De 4 a 15 de Agosto, a Volta está entre nós, culminando a última etapa, que começa em Sintra, na Av. da Liberdade, em Lisboa. Milhares de pessoas da zona da grande Lisboa poderão assim ver a passagem do pelotão ao vivo. Parte de mim fica satisfeito pelo António Costa ter autorizado este evento no coração da cidade, embora outra parte desconfie que ele só o fez porque a chegada ocorrerá a meio da Agosto, justamente quando a perturbação do sagrado trânsito automóvel da capital será menor.

O Vencedor verá o seu nome inscrito no troféu

O principal patrocinador da Volta é a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, ou melhor dito, os Jogos Santa Casa. A contenção de custos presente no evento deste ano torna-se evidente também pelo uso de fotografias de banco de imagens para a campanha publicitária. Só assim se explica que o famoso time-traveling t-shirt-wearing retro-Fred from the planet Tridork, tenha conseguido fazer mais uma aparição, desta feita marcando presença nos cartazes da volta.

A Volta ainda atrai multidões

Como sempre, registo a ironia de uma prova desportiva realizada na mais eficiente máquina criada pelo homem gerar tanta poluição, à passagem da caravana pelo país, ou no caso deste ano, um terço do país. Dezenas de automóveis e motos acompanham a todo o momento os ciclistas, a meu ver desnecessariamente, e a própria caravana publicitária é um gerador de desperdícios.

Ainda assim, aguardo com expectativa a 8ª etapa, que culminará na Torre. Só espero que o desempenho dos ciclistas consiga contrabalançar a cobertura televisiva da RTP, que sem dúvida incluirá os elementos clássicos destas transmissões:

  • O João Baião a falar de chouriços.
  • Entrevistas a vários indivíduos bêbedos em tronco nu, todos com enormes barrigas suadas a reluzir ao Sol.
  • O João Baião a falar de queijos.
  • Imagens dos bêbedos a alinharem cuidadosamente garrafas de cerveja vazias, nas bermas da estrada da Torre.
  • O João Baião a pular ao som de música brejeira.

Que comecem as festividades...

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