sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Coisas Extraordinárias

ReichFüher põe os pontos nos is


Sim, ele está de volta! O único, inimitável, insuperável Master of Disaster, o Barbosa-Cobra-Venenosa ou simplesmente o ReichFüher, o mediático presidente do ACP, voltou a fazer das suas. Desta vez o grande timoneiro do apocalipse motorizado resolveu "botar a boca no trombone" sobre o ensino da condução em Portugal. 

E sabem que mais? Desta vez concordo com praticamente tudo o que ele disse! O Sr. Presidente até pode ter razões pouco altruístas para ter dito aquilo que disse, mas não deixam de ser quase tudo grandes verdades que merecem o tempo de antena que o ReichFüher Barbosa conseguiu obter com as suas declarações no Parlamento. Senão vejamos:


  • As escolas de condução são em geral de muito má qualidade. Da minha experiência pessoal (e tirei a carta de carro e mota com 10 anos de distância, em escolas diferentes), a atitude prevalecente é a complacência. Muitas vezes parece que as próprias escolas vêem a obrigatoriedade das aulas como um ritual inútil, e abundam as "facilidades" e truques de secretaria para levarem os alunos a exame o mais rapidamente possível. Ninguém parece levar o ensino ou a segurança a sério.  

  • Não existe prevenção rodoviária em Portugal, de todo. Embora existam organismos, a ANSR e o IMTT, com competências nessa matéria. As campanhas mediáticas dos anos 80 cumpriram a sua função, mas depois disso parece que se julgou que as mensagens tinham passado e que os automobilistas portugueses já não precisavam de "sermões". Até ao ponto em que se deixou de fazer prevenção, por completo. Bastam 5 minutos em qualquer rua ou estrada do nosso país para perceber que ainda há muito por fazer. 

  • As passadeiras não são adequadamente sinalizadas. De um homem, perdão, de um el presidente, que acha que as passadeiras são meras sugestões pintadas no asfalto para os Senhores Doutores Automobilistas e que os peões-camponeses têm tanto direito à vida como os frangos de aviário, não deixa de ser uma afirmação surpreendente. 



El presidente Barbosa depois diz para lá umas coisas que não me interessam especialmente, nem com elas concordo, mas estas três: na muche! Viva el presidente! 

Na minha nada modesta opinião, se se ensinasse alguma coisa sobre bicicletas nas escolas de condução, como ultrapassar em segurança, por exemplo, e se houvessem campanhas mediáticas de prevenção rodoviária que incidissem também sobre a relação ciclista-automobilista na estrada, os progressos seriam enormes. O governo prefere gastar dinheiro noutras coisas.  


É pá, que chatice!


Entretanto, se de repente deixar de ver carros a entupir tudo em Lisboa, pode ser que seja porque já ninguém os compra! Mas não abram já a garrafa de champanhe. Desde sempre que oiço a malta do lobby do enlatado a choramingar por tudo e mais alguma coisa, desde os impostos elevados à falta de estradas. Isso apesar do país acumular, em proporção, uma das maiores redes de auto estradas do mundo e um dos maiores parques automóveis do universo. Portanto, conto que eles continuem a choramingar à imprensa por tudo e por nada. No dia em que realmente vir menos carros a circular e menos carros em cima dos passeios, pode ser que acredite. Depois então festejo.

2 comentários:

  1. Nem mais. Sou um dos felizes ex-sócios do ACP, do qual me desvinculei graças aos constantes ataques de desinteria verbal do referido senhor - não tenho que pactuar com nem subsidiar as ditas alarvidades. Acrescentei a AP à minha carta de condução há uns três anos, carta essa que tenho há quase vinte, e sinceramente... das duas pessoas que fizeram o "código", a miuda com as mamas grandes (e cérebro de avelã, que não distinguia a dextra da sinistra) teve abundantes (e erradas) explicações do "professor" D. Juan de berma de estrada, que contudo não me conseguiu esclarecer a mim algumas dúvidas pertinentes baseadas em casos do dia-a-dia. A condução... "pá, não vamos insistir nos "oitos" que isso dá cabo da embraiagem da mota"... E agora vamos lá abrir as goelas ao motor - ia a CB500 a 130 na via rápida. Nada a comentar.
    O problema nem sequer é das escolas de condução, é dos examinadores. E a carta não devia ser um direito, mas um dever, e quem não cumpre os requisitos mínimos... devolve à procedência. Mas isso seria num mundo ideal, certo? Ainda há pouco ouvia um não sei das quantas do Comércio Automóvel preocupadíssimo com a perda de receitas do Estado derivada da quebra nas vendas... o mesmo que há dois anos se queixava dos impostos absurdos que pagamos. Esta gente é toda farinha do mesmo saco, preocupados com o "venha a nós o vosso reino". Nada mais.

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  2. Muito bom post! Há aqui material para fazer um programa de humor!

    Quanto à situação das escolas de condução, posso confirmar o que foi dito com o meu caso. Tirei a carta em 99, em Mafra. O meu exame de condução foi uma treta. Não fui submetido a nenhuma situação em que a minha habilidade para conduzir e para evitar problemas pudesse ser avaliada. Nem sequer me pediram para estacionar por trás. Essencialmente, tive de dar umas voltinhas durante 15 minutos numa vila pequena, sem qualquer trânsito. Posteriormente, das primeiras vezes que tive de conduzir sozinho, foi por sorte que não tive dois ou três acidentes, dada a minha ingenuidade e falta de experiência.

    Quero acreditar que fui uma excepção por culpa da minha falta de habilidade e que os outros alunos saem das escolas a conduzir minimamente.

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