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Normalmente não uso "roupa", mas vá... |
Lembram-se quando tínhamos amigos? Quando não eram só "bons contactos" e "ter conhecimentos"? Quando não havia Whatsapp nem LinkedIn, nem Livro dos Focinhos, mas pessoas de carne e osso de quem realmente gostávamos e víamos mesmo, quase todos os dias?
É, eu também não.
Bom, se calhar só um bocadinho. Lembro-me por exemplo de um amigo meu que, desde cedo, nunca se deixou levar pelos ditames materialistas da sociedade do consumo e pela pressão dos pares para ter o último, o melhor, o mais reluzente. Nunca teve um carro, nunca vestiu roupa de marca, não teve telemóvel até a empresa o obrigar. Apesar de tudo isso, ou quem sabe, talvez também por causa disto sempre teve o maior sucesso nos seus empreendimentos pessoais, na vida profissional e com o sexo oposto.
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Sim, 34 nas Américas é tipo 46 por cá... Eu culpo o Natal. |
A maioria de nós não se safa assim. Precisamos de pertencer, temos necessidade de consumir pelo menos ao nível do que fazem os nossos pares e ainda tentar destacar-nos um pouco deles. Marcas como a Levi's sabem disto e posicionam-se no mercado para atrair a nossa luxúria pela qualidade e pelo prestígio social.
Talvez porque está na moda, a Levis's tem uma linha de produtos específicos para ciclistas, de que faziam parte estas 505 Commuter, que me foram oferecidas o ano passado (obrigado malta!), mas parece que já não constam do site. A marca destaca que este modelo oferece algumas vantagens ao ciclista urbano, para além da qualidade tradicional das suas confecções. Eles destacam que:
- O tecido tem elasticidade, supostamente mais que uns jeans normais.
- Tem "Tapered Leg", seja lá o que isso for.
- Tem um encaixe para um cadeado em "U" na cintura
- Tem a parte de trás um pouco mais levantada, para proteger-nos do ridículo.
- As calças estão toda reforçadas nos bolsos, na cintura e no crotch.
Não sei o que vocês acham, mas eu gosto da ideia de ter o meu crotch reforçado. Para além disso, as calças são confortáveis de usar, mesmo com esses supostos reforços estruturais. O suporte para transportar um "u-lock" não chega para levar o meu Kryptonite, que tem um tamanho bastante standard, mas acho que não é coisa que eu realmente usasse no quotidiano.
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Consegue-se enfiar, mas à bruta. E não entra todo... Não soa bem, pois não? |
Uma coisa que as calças têm de engraçado são as faixas reflectoras nas pernas, por dentro do tecido. A ideia é tornar o ciclista mais visível quando arregaça as calças para não se sujar na transmissão. Funciona mesmo, o material reflector é da 3M e tudo, mas não foi coisa que me fascinasse por aí além.
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Uma perna de calças |
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Bolsos de calças... |
E pronto, basicamente é isto. São umas calças. Foram feitas na Colômbia e a braguilha é de fecho éclair. São confortáveis, resistentes e até assentam bem. Não atrapalham os movimentos e não me expõem o traseiro nem me deixam apanhar frio nos rins. Quaisquer outras com que se tenha gosto em sair à rua também fazem o mesmo, mas estas são especiais de corrida. E às vezes precisamos de nos sentir especiais de corrida também.