A mania tem a tua prima! |
Na cada vez mais finhinha revista do DN deste Sábado vem um trabalho sobre o uso da bicicleta em Portugal. É uma abordagem generalista, mas com enfoque utilitário. Os títulos irritaram-me um pouco (quase tanto como as peças na TV sempre acompanhadas da música dos Queen), mas acho que não há nada a fazer: "A mania do pedal" na capa, e no interior "Os gloriosos loucos das bicicletas". Acho que isto diz mais sobre a classe dos jornalistas do que sobre quem anda de bicicleta.
OK, estes talvez sejam um bocadinho loucos... |
Apesar do abundante recurso a lugares comuns, o artigo é imparcial e bem intencionado. Talvez os cabeçalhos se devam a algum editor espertalhaço. Pelo menos foram falar com as pessoas certas: a Ana Pereira, o José Caetano, a malta da Camisola Amarela e um senhor violoncelista um pouco atrapalhado com o seu instrumento. Alguém lhe devia falar de xtracycles e bicicletas de carga...
Podes irritar-te agora, mas tens de ter um pouco de paciência. Por maior que pareça a condescendência, ainda é preferível isto que nada. Lembra-te que mais de muita percentagem da população continua a acreditar que só se resolve os problemas da mobilidade construindo mais estradas. Este artigo (que não li - será que tens possibilidade de colocar a imagem com melhor resolução?) pode ser mais uma pedrada a juntar às que, aos poucos, vão agitando o pântano fétido da carromania portuguesa. Não te esqueças que o primeiro carro a entrar em Portugal precisou de ser registado na alfândega como máquina agrícola, porque não existia outra descrição para encaixar aquele monte de sucata tão estranho. Hoje é o que se vê. Como podia ter dito o outro, "uma viagem de mil quilómetros começa com a primeira pedalada." Abraço.
ResponderEliminarPercebo bem o que queres dizer. Só temo que não possamos esperar "mil quilómetros" para a mobilidade sustentável e as bicicletas entrarem no "main stream".
ResponderEliminarVou digitalizar as imagens e já posto isso.
Um abraço.
Ouvindo-vos falar em mobilidade sustentável, faz-me pensar que a ecologia é o modo mais difícil de a mobilidade sustentável se implantar. A facilidade de estacionamento e o preço são, quanto a mim, os melhores argumentos para as pessoas comuns, que pouco ou nenhuma atenção votam à ecologia. Mas claro, a coisa mais importante é motivar as pessoas para tal, desmistificando o uso da bicicleta: que não é nenhum qubra-cabeças, que não é preciso uma licra, etc.
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