Os anos passam, a ferrugem fica |
Parada há anos, sem conseguir competir com as máquinas mais modernas da frota, a primeira bicicleta da co-habitante ganhava ferrugem no terraço. Veterana de duas décadas de bons serviços e mil e uma aventuras de infância e juventude, a velha bicicleta de BTT, comprada no Jumbo de Cascais quando Mário Soares era ainda presidente da república, merecia uma reforma mais digna.
Mãos à obra |
Muitas vezes se discutiu cá em casa o destino a dar a velha Bike Queen. Coloca-la num contentor para África, entrega-la num ferro velho, simplesmente deixa-la sem cadeado no estacionamento de biclas de onde tudo desaparece, eram hipóteses em aberto.
No fim, a nostalgia falou mais alto e um ambicioso projecto de recuperação foi posto em prática pela co-habitante, com alguma ajuda técnica (e de força bruta) da minha parte. A bicicleta estava já há alguns anos transformada em single-speed. Assim, as alterações requeridas para a colocar de novo na estrada não eram muitas, mas a lista foi complementada com novos requisitos. A saber:
- Nova corrente
- Garfo novo, com apoios para v-brake
- Espigão de selim mais longo
- Travão v-brake na frente
- Pneus novos
- Punhos novos
- Pedais novos
O único material verdadeiramente novo |
O travão de trás ficou como estava. |
A seguir a retirar ferrugem das rodas e do quadro e olear tudo o que mexe, a melhoria do sistema de travagem era uma das principais prioridades, já que os travões de origem eram mais "abrandadores" que outra coisa. O resultado final não convenceu: tenho que arranjar uma manete nova para a travagem ser mais progressiva. Apesar de ainda ser um work in progress, a FrankenBicla esta apta a ser usada em deslocações curtas e não carece do uso de cadeados de 10 kg para a menter longe das manapulas dos amigos do alheio.
Eis o resultado final, em toda a sua (escassa) glória:
Medo. FrankenBicla pronta para mais 20 anos de serviço |
Talvez não se perceba, mas a FrankenBicla mete medo. Eu pelo menos fiquei aterrorizado quando fui dar uma volta com ela: a direcção tem vontade própria, os travões ou não fazem nada ou bloqueiam de repente, há umas folgas assustadoras nos cubos das rodas, etc, etc, etc. Mas ninguém pode dizer que a bicla não tem personalidade. E a co-habitante está satisfeita, e acho que isso é tudo o que interessa.
Com todo esse make up transformista diria que o resultado final é afinal uma drag queen.
ResponderEliminarEstá linda!
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