quinta-feira, 29 de julho de 2010

O reconhecimento do reconhecimento do reconhecimento

É por aqui? Não vejo nada!


Há uns meses deixei-me convencer a participar nas míticas 24h de BTT. Este ano o evento decorrerá nos terrenos do Complexo desportivo do Jamor, ou no "estádio", para os amigos. Provas competitivas caras e levadas demasiado a sério não são bem o meu cup of tea, mas pela companhia e o desafio de pedalar de noite, acabei por aceitar inscrever-me, com tudo o que isso implicava. E implica o quê exactamente? Bom, além de estar minimamente em forma, uma vez que qualquer percurso delineado no estádio será bastante técnico, com muita subida e descida constante, havia que arranjar umas boas (e caras) luzes e ganhar alguma experiência a pedalar no escuro, uma vez que pedalar de noite é uma das características da prova.

Ontem lá fui para mais uma sessão de pedaladas no escuro. Já tinha ido a um passeio de reconhecimento com os organizadores e a umas voltas de "treino" diurnas com amigos. Mas de noite é sempre diferente. Primeiro há que esperar bastante para que anoiteça, o pôr do Sol estava previsto para as 20:53. Depois, tudo fica um pouco diferente, as pessoas desaparecem, os trilhos têm de ser percorridos a velocidades muito mais reduzidas, porque, mesmo com boa iluminação, nunca se vê grande coisa. É sempre uma aventura.

A meio do caminho fomos interpelados por uns indivíduos com ar desconfiado, que queriam saber o que estávamos ali a fazer. (Err, em cima de uma bicicleta, vestidos com roupa de ciclismo, com luvas de ciclismo e sapatos de ciclismo, com capacetes de ciclismo, a percorrer um trilho... se calhar estávamos, sei lá, a andar de bicicleta??!) Aparentemente os senhores estavam preocupados com a segurança de equipamentos de obras, que decorrem no Estádio propriamente dito.

Tirando este breve encontro, não vimos mais pessoas nos trilhos. Só coelhos, dúzias deles, com os olhos vermelhos, a fugir à frente das nossas luzes. A nossa volta levou-nos a todos os recantos do complexo e terminou na pista de corta mato, onde há muita areia solta, que torna pedalar à noite uma missão quase impossível.

Quando abandonámos a zona do Jamor, eram quase onze da noite. Infelizmente tinha ficado claro que precisávamos de treinar muito mais!

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