Trilho arenoso paralelo à estrada. |
Graças a indicações conseguidas na recepção do parque, poupámos alguns km de asfalto à saída de São Torpes, utilizando um atalho que segue para as praias. Depois foi rumar a norte, pelas mesmas estradas que nos tinham trazido até aqui. Rolámos tentando manter um ritmo vivo, que nos permitisse chegar a Tróia ao inicio da tarde. Ainda ensaiamos apanhar um trilho paralelo à estrada R 261, tal era a monotonia e as saudades do todo-o-terreno, mas este revelou-se demasiado arenoso e só ocasionalmente ciclável.
Sempre a rolar bem, chegámos a Melides com a fome a apertar, e decidimos aconchegar o estômago nesta simpática vila alentejana. Não nos arrependemos, e depois de esclarecer um punhado de espanhóis sobre o melhor caminho a tomar para Lisboa, rumámos também nós a norte.
Parte do nosso stock de água |
É um pouco monótono pedalar pelas estradas semi-rectas alentejanas, mas de vez em quando essa monotonia é quebrada. Seja pelo "Zé do volante" que atira o carro para cima de nós e buzina no mesmo instante em que nos ultrapassa a muitos km/h, na esperança sádica de nos ver cair, ou então, por exemplo, ao presenciar, uma discussão conjugal. Esse último caso surpreendeu-nos depois de Melides, numa bomba de gasolina, onde um homem e uma mulher disputavam energicamente o duvidoso privilegio de conduzir um Fiat Punto. O homem levava alguma vantagem, tinha conseguido tomar o lugar do condutor, mas a mulher torcia-lhe um dos braços atrás das costas, sem piedade, enquanto o golpeava na cabeça, indiferente aos seus protestos e queixumes. Decidimos não parar.
Quase em Tróia |
Rolámos bem até chegar à península de Tróia, onde um vento frontal ameaçava frustrar os nossos esforços. Com um ritmo bem mais modesto, seguimos pela estrada até, pouco depois da Comporta, a Marta não poder mais. Estava estoirada, em hiper-ventilação. Foi necessária uma boa meia hora, sentada, na sombra, para ela conseguir retomar o selim.
A grande "K" no ferry. |
A travessia do ferry ficou desta vez bem mais cara, ao preço de 4,5 Eur por cabeça. Nada que nos tirasse o sono, tínhamos conseguido chegar e uma vez em Setúbal, segundo o GPS, estaríamos a 8 km do parque de Campismo!
Esse percurso não se revelou tão fácil assim, uma vez que o parque de destino era o do Outão, o que implicava tomar a estrada para a Arrábida, com as suas muitas subidas e curvas retorcidas. Mesmo a chegar, ia sendo albarroado por um Mercedes, cujo condutor achou por bem passar um sinal de stop olhando só para um dos lados...
Os empreendimentos de Tróia vistos do Outão. |
Dados do dia:
Km totais: 83
Velocidade média: 15,40 km/h
Velocidade máxima: 44,5 km/h
Água consumida: 3 L/pessoa
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