O sítio onde moro não é bom nem é mau. É o que é, um subúrbio pseudo-confortável da cidade de Lisboa, perto da praia, bem servido de transportes públicos eficazes (comboio) mas cercado de estradas com pretensões a vias rápidas, onde o uso regular da bicicleta para fins utilitários não é recomendado.
Em Carcavelos trava-se a mesma batalha pelo espaço urbano que se regista um pouco por todo o país. Como em quase todo o lado, o automóvel está a vencer por goleada. Cá no burgo o espaço público destina-se à circulação ou ao estacionamento das vacas sagradas. Não há largos, não há praças, há cruzamentos rodoviários. Isso não impede que os minúsculos passeios sejam mesmo assim reclamados para acomodar ainda mais automóveis.
Carcavelos no seu melhor |
Antes: a vista habitual do meu quarto |
Terreno recém libertado |
Imediatas não terão sido, mas o espaço regularmente invadido pelos paquidermes de aço tem desde ontem o aspecto que as fotos documentam. O piso está a ser reparado.
O pavimento vai ser reparado |
ReichFüher Barbosa: 0 - Bessa: 1
E que interessa isso? De uma coisa estou seguro: se vamos conseguir alguma coisa no campo da mobilidade sustentável neste país, vamos ter que lutar. Vamos ter que insistir. Vamos ter que dar a cara. Vamos ter que acreditar. Não se trata sequer de qualidade de vida, de mais ou menos ciclovias, trata-se de direitos. Podemos mudar o nosso paradigma. As coisas acontecem. Mas é preciso investir nelas. Felizmente não faltam exemplos de pessoas que contribuíram muito mais para "a causa" do que alguma coisa que eu alguma vez tenha feito, mas ontem... Ontem senti os meus esforços recompensados. Houve ali um sinal de esperança, uma coisa fugaz, mas poderosa. Continuem a escrever, continuem a reclamar, continuem a aparecer. Vale sempre a pena.
Parabéns!
ResponderEliminarNão posso dizer o mesmo das várias cartas que enviei em Lisboa.
Vou tentar o mesmo aqui na rua.
ResponderEliminarDepois conto.