Nunca pensei que num post sobre uma prova desportiva viesse a falar de algo relacionado com os temas da mobilidade sustentável, mas a verdade é que estou prestes a fazer isso mesmo.
Para os não iniciados convém explicar que as 24h BTT de Lisboa são uma prova de BTT, amadora, disputada em circuito, a solo ou em equipa, num período de um dia. Neste caso, o percurso foi delineado nos terrenos do Jamor, num total de 13 km. A organização do evento é inteiramente privada, a cargo da Escola Aventura.
A grande K espera para entrar em acção |
Infelizmente, a organização esteve mal, e desde a primeira hora. A prova foi adiada por vários meses, por razões nunca bem explicadas. As informações sobre o evento foram chegando a conta gotas, as mais importantes só conhecidas imediatamente antes da prova começar ou mesmo depois. O local escolhido para o acampamento era pouco mais que um baldio, com piso de brita, sem acesso a agua ou electricidade. Os balneários disponibilizados estavam longe, as casas de banho também. O percurso estava mal marcado e pior vigiado. Era fácil, sobretudo de noite, cometer erros que custavam tempo ou mesmo cometer erros propositados que fizeram alguns ganharem tempo. Os pontos de abastecimento de agua estavam colocados em sítios caricatos, antes de descidas, por exemplo. O jantar deixou de ser servido bem antes da hora prevista, etc, etc, etc. De realçar que por tudo isto, cada participante pagou 40 Euros.
Tendas? Quais tendas? |
Sem forma de fiscalizar quem estava a prevaricar ou impor penalizações a quem não retirasse o carro do recinto, a organização depressa lavou as mãos do problema. O resultado foi dormirmos todos, não num acampamento, mas num parque de estacionamento, onde se via, de longe a longe, uma tenda. Todo um hino às vacas sagradas e à dependência patológica que algumas pessoas, incluído amigos que tenho como inteligentes e razoáveis, parecem sofrer.
Afinal, para andar de bicicleta faz falta um carro. Aliás, muitos! |
Felizmente, o excelente ambiente de convívio e o próprio desafio da prova tornaram a minha participação nas 24h num acontecimento de boa memória. Passar da minha bicicleta utilitária para a BTT, em que já não mexia há algum tempo, foi, ao principio, desconfortável. Guiador baixo, pneus grandes a gerar atrito, ainda levei uns minutos a adaptar-me. Depois foi sempre a rolar, por uma vez até foi a rolar aos trambolhões por uma ribanceira abaixo, a que chamam de "kamikaze", vá-se lá saber porquê.
Imagem: Rita Ramos |
Parabéns!!! Histórico resultado!! E não há um filmezinho dos trambolhões ou de outras aventuras nocturnas curiosas? :)
ResponderEliminarMuitos parabéns! Acho que assim (com as tais bicicletas "velhas" e "pesadas", e sem a dependência do automóvel) ainda sabe melhor o merecido lugar no pódio. ;)
ResponderEliminarObrigado! Não há filmes, mas estou a ver se arranjo uma foto da minha queda "kamikaze", havia uma série de fotógrafos presentes...
ResponderEliminarQuase não quê?! Bicicletas velhas e pesadas ainda vá... o resto são calúnias!
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