segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Volta ao mundo em bicicleta: a mania dos recordes
Desde meados do século XIX que se conhecem relatos de aventureiros que completaram grandes viagens a bordo do veículo mais eficiente jamais inventado, a bicicleta. Algumas dessas viagens terão mesmo sido à volta do mundo. Hoje em dia, o conceito de "ciclo-turismo" está um pouco deturpado, e tal palavra traz-nos normalmente a imagem de um homem de meia idade, com um pouco de barriguinha, a pedalar com os amigos numa manhã de domingo, aos comandos da sua bicicleta de carbono muito racing, antes da inevitável patuscada na tasca da terra.
Cicloturismo, é para mim o que a palavra descreve: turismo de bicicleta. É o conceito de viajar para fins lúdicos, turísticos, em autonomia ou pelo menos com alguma autonomia, de bicicleta. Os amigos Anglo-saxónicos, fãs da modalidade, gostam de chamar a isto bicycle touring ou simplesmente touring. É uma coisa um bocadinho mais utilitária, as bicicletas são pesadas, têm de transportar a carga do viajante, são menos ágeis (mas muito resistentes) e por norma são pouco evoluídas tecnicamente, uma vez que se dá preferência à fiabilidade de componentes já testados ao longo dos anos. Nada de travões hidráulicos em carbono, que pesam menos 7 gramas que o modelo anterior, mas depois avariam naquela aldeizinha perto de Katmandu, onde ninguém sabe sequer que existem travões hidraulicos para bicicleta.
É justamente o facto de não ser um desporto, mas uma actividade de lazer que envolve bicicletas e boa forma física, entre outras coisas, que tornam o touring tão atraente aos meus olhos. Mas claro, há sempre alguém que acha que se pode melhorar as coisas. Assim, surgiu recentemente, também entre os amigos Anglo-saxónicos, a ideia de completar em versão corrida a maior das aventuras do turismo de bicicleta, a volta ao mundo. Nos últimos anos vários recordes têm sido batidos, com alguma regularidade. O último recordista parece ter regressado a casa, depois de uma volta ao mundo de mais de 29.000 km, em apenas 176 dias.
A ideia do touring não é bem essa, mas está bem. Às vezes parece que os humanos não conseguem passar sem colocar uma vertente competitiva em tudo aquilo que fazem. A mim chega-me competir comigo mesmo.
Se quiserem dar uma olhada no aspecto que tem uma boa bike de turismo completamente carregada, dêem uma olhada neste site. Se isso não vos der vontade de viajar, não há nada que eu possa fazer para ajudar...
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