terça-feira, 10 de agosto de 2010

Ciclovias de Lisboa



Tive por fim oportunidade, de sair em "patrulha", para verificar o estado da rede de ciclovias que vai surgindo em Lisboa. Curiosamente, este foi um passeio pedestre! Foram cerca de 9 km a percorrer ciclovias, ruas e algumas das principais artérias da capital. Escolhi deslocar-me a pé para melhor poder observar e fotografar os percursos. Tive pena de não poder dar ao pedal, naqueles largos e luxuosos tapetes vermelhos, mas acho que tomei a decisão acertada.



O meu percurso começou perto da Gulbenkian, é impossível não reparar no magnífico tapete vermelho estendido em frente à fundação. Atravessei a estrada, passei em frente à embaixada de Espanha, onde a ciclovia desaparece por uns metros. Segue depois pela avenida Calouste Gulbenkian, longe da estrada, até ao cruzamento com a rua de Campolide. Aqui atravessamos para o outro lado da avenida, onde uns degraus nos levam para a zona superior. Existe uma calha para facilitar o transporte da bicicleta.

Piso fantástico, numa via segregada


Toca a subir escadas, mas ao menos há a calha

Do outro lado da avenida fiz uma descoberta extraordinária. Pelo menos para mim foi uma revelação... Rodeado pelas traseiras de edifícios de escritórios da Av. José Malhoa e das instalações da policia municipal, está um jardim imenso, equipado com todas as amenidades. O estranho era que num espaço comparável aos jardins de Belém, com relvados bem mantidos, árvores, bancos, estacionamento para bicicletas, anfiteatro, etc, não se via uma só pessoa.






Talvez seja bom referir que esta pequena excursão decorreu num sábado. Estamos em Agosto, está muito calor e há pouca gente na cidade, mas mesmo assim, é estranho. Outros espaços públicos deste género estão sempre cheios. Provavelmente poucos conhecerão esta zona.

Daqui para a frente, o ciclista tem duas alternativas. Ou ruma a Oeste, de onde a ciclovia depois segue pela radial de Benfica, ou ruma a Este, até ao Parque Eduardo VII. Eu fui ver os acessos à radial de Benfica, mas segui caminho para o centro.


Presumo que se possa atravessar montado





O separador é um bocado desagradável


Voltando ao misterioso e deserto jardim, podemos atravessar a Av. Calouste Gulbenkian a traves de um belíssimo viaduto ciclo/pedonal, subindo pelo morro a caminho da faculdade de economia da Nova e dos Tribunais. Infelizmente o percurso acaba depressa, antes do jardim Amália Rodrigues. Nos cruzamentos, a câmara colocou painéis informativos, mas dos percursos indicados nos mapas, muitos ainda não existem.


Não está mal, não senhor.


Vista do lado contrário


Será que os empregados do banco usam a ciclovia?

Um belo percurso, mas relativamente limitado dentro da cidade. Fica a ideia destas ciclovias terem sido criadas mais como zonas de lazer que verdadeiras vias utilitárias para bicicletas. Já era essa impressão que tirei da zona de Belém, como comentei não há muito tempo. Não que eu desgoste dos jardins, bebedouros e bancos, mas acho que era mais importantes que as ciclovias chegassem efectivamente aos sítios onde as pessoas querem ir.


Jardim Amália Rodrigues? E agora?


Fui a pé até ao Arco do Cego, na busca de obras de uma futura ciclovia que lá há de passar, a acreditar nos mapas. Não vi nada. Fui até à Av. de Roma pelos mesmos motivos, mas com os mesmos resultados. Sabia que na Av. do Brasil encontraria um troço de ciclovia, mas os meus pés já não aguentavam esse percurso. Fui até ao campo grande, onde ainda podemos encontrar um percurso ciclável claramente recreativo.




O mapa é um exercício de futurologia
 



O pavimento lisboeta mete medo ao susto


Campo grande


Nas minhas deambulações pela cidade, passei por locais que deverão ser agraciados com percursos contínuos de ciclovia "em breve", a acreditar nos mapas. Alguns desses locais são por exemplo:



Praça de Londres


Instituto Superior Técnico

Este foi um primeiro reconhecimento, ficou muito por ver nesta volta. Há informação na net sobre percursos de ciclovias em Lisboa, mas muitos desses dados são confusos, como a própria rede existente no terreno. Recomendo talvez o visionamento deste vídeo, a consulta deste site e deste mapa.

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